É assim que o meia-atacante brasileiro Fábio César Montezine, 31, há cinco anos no Qatar, define o clima do país que foi escolhido para receber a Copa de 2022.
Promessa das categorias de base do São Paulo no fim da década passada, o jogador tem cidadania qatariana e hoje defende a seleção do Oriente Médio, que nunca disputou um Mundial.
Contemporâneo de Júlio Baptista e Fábio Simplício no time de juniores do Morumbi e campeão da Copa São Paulo de 2000, Montezine chegou ao Qatar depois de passar por experiências difíceis na Europa, inclusive a quebra do Napoli, em 2004.
"Em 2005, tinha acabado de ter uma transferência frustrada para o México e voltei para a Itália para ver como estava o mercado. Conheci alguns empresários que tinham contato com o mundo árabe. Havia um time qatariano fazendo pré-temporada por lá e eu aproveitei", lembrou o jogador.
Montezine conseguiu um teste de uma semana no Al Arabi. Foi aprovado. E aí conheceu aquilo que ele classifica como uma "sauna".
"Já vim alertado porque o preparador de goleiros era brasileiro e disse o que me esperava. Mas, assim que desci do avião, fiquei abismado com a temperatura. Até pedi para desligarem a turbina do avião porque estava quente demais. Aí, me avisaram que não era a turbina."
O brasileiro ficou só um ano em seu primeiro clube no Qatar. Nas férias, descobriu que iria para o Umm Salal, recém-promovido à primeira divisão. Não entendeu nada até receber a explicação.
"Os donos dos times são todos parentes. O presidente da minha equipe me deu de presente para o primo dele, que era desse outro clube"
No Umm Salal, Montezine jogou por três temporadas e meia, naturalizou-se qatariano e virou jogador de seleção. Ficou no clube até o começo deste ano, quando se transferiu para o Al Rayyan.
"Até então, achava que a população não gostava de futebol, porque os estádios estão sempre vazios. Mas ela gosta sim e acompanha pela TV e pelos jornais. Você tem que ver que é difícil assistir a um jogo com 50ºC. É mais fácil ficar em casa, com o ar-condicionado ligado."
A questão da temperatura é um dos pontos polêmicos do projeto do Qatar para 2022. O país promete climatizar todas as arenas da Copa.
"Treinei com a seleção e joguei uma partida que serviu como demonstração desse sistema. Senti até frio no banco de reservas", disse Montezine, que não acreditava que o país seria capaz de organizar a competição até ver o projeto pela primeira vez.
"É difícil acreditar que eles vão fazer tudo isso. Mas estou vendo o país crescer de forma absurda e falo que eles vão fazer tudo. E brincando."
Poderio econômico, o futebol qatariano tem mostrado. Romário, Batistuta, Guardiola e Cannigia são alguns dos astros que passaram por lá antes do fim da carreira.
Segundo Montezine, o país islâmico vive movimento de ocidentalização, com flexibilização das leis que vetam as bebidas alcoólicas e papel crescente da mulher na sociedade. Mas, perguntado se adotou a religião oficial do Qatar, Montezine não quis responder. Disse que o assunto já gerou muita confusão. Negou que foi obrigado a se converter, mas se recusou a explicar a história.
Promessa das categorias de base do São Paulo no fim da década passada, o jogador tem cidadania qatariana e hoje defende a seleção do Oriente Médio, que nunca disputou um Mundial.
Contemporâneo de Júlio Baptista e Fábio Simplício no time de juniores do Morumbi e campeão da Copa São Paulo de 2000, Montezine chegou ao Qatar depois de passar por experiências difíceis na Europa, inclusive a quebra do Napoli, em 2004.
"Em 2005, tinha acabado de ter uma transferência frustrada para o México e voltei para a Itália para ver como estava o mercado. Conheci alguns empresários que tinham contato com o mundo árabe. Havia um time qatariano fazendo pré-temporada por lá e eu aproveitei", lembrou o jogador.
Montezine conseguiu um teste de uma semana no Al Arabi. Foi aprovado. E aí conheceu aquilo que ele classifica como uma "sauna".
"Já vim alertado porque o preparador de goleiros era brasileiro e disse o que me esperava. Mas, assim que desci do avião, fiquei abismado com a temperatura. Até pedi para desligarem a turbina do avião porque estava quente demais. Aí, me avisaram que não era a turbina."
O brasileiro ficou só um ano em seu primeiro clube no Qatar. Nas férias, descobriu que iria para o Umm Salal, recém-promovido à primeira divisão. Não entendeu nada até receber a explicação.
"Os donos dos times são todos parentes. O presidente da minha equipe me deu de presente para o primo dele, que era desse outro clube"
No Umm Salal, Montezine jogou por três temporadas e meia, naturalizou-se qatariano e virou jogador de seleção. Ficou no clube até o começo deste ano, quando se transferiu para o Al Rayyan.
"Até então, achava que a população não gostava de futebol, porque os estádios estão sempre vazios. Mas ela gosta sim e acompanha pela TV e pelos jornais. Você tem que ver que é difícil assistir a um jogo com 50ºC. É mais fácil ficar em casa, com o ar-condicionado ligado."
A questão da temperatura é um dos pontos polêmicos do projeto do Qatar para 2022. O país promete climatizar todas as arenas da Copa.
"Treinei com a seleção e joguei uma partida que serviu como demonstração desse sistema. Senti até frio no banco de reservas", disse Montezine, que não acreditava que o país seria capaz de organizar a competição até ver o projeto pela primeira vez.
"É difícil acreditar que eles vão fazer tudo isso. Mas estou vendo o país crescer de forma absurda e falo que eles vão fazer tudo. E brincando."
Poderio econômico, o futebol qatariano tem mostrado. Romário, Batistuta, Guardiola e Cannigia são alguns dos astros que passaram por lá antes do fim da carreira.
Segundo Montezine, o país islâmico vive movimento de ocidentalização, com flexibilização das leis que vetam as bebidas alcoólicas e papel crescente da mulher na sociedade. Mas, perguntado se adotou a religião oficial do Qatar, Montezine não quis responder. Disse que o assunto já gerou muita confusão. Negou que foi obrigado a se converter, mas se recusou a explicar a história.
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