"Temos que transformar limão em limonada e fazer desta conquista a aspiração do torcedor". A frase publicada pela Folha de S. Paulo é do vice de marketing do tricolor paulista, Julio Casares. Segundo o jornal, o cartola fala em uma mobilização semelhante à vista quando Palmeiras e Corinthians jogaram a Série B.

Não, o São Paulo não foi rebaixado. Tudo isso se refere à Copa do Brasil, que o São Paulo disputou em 1990, 1993, 1995, 1996, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003. Foram nove tentativas e nenhum título do segundo torneio em importância no âmbito nacional, com direito à dramática derrota na final, há uma década, diante do Cruzeiro.



Aliás, os cruzeirenses integram a lista de times que eliminaram os são-paulinos da Libertadores no período em que time paulista virou habitué do certame — esteve presente em todas as temporadas desde 2003. Mas nem sempre de forma brilhante e com uma só conquista nas sete tentativas — no mesmo período o Internacional disputou três vezes e ganhou duas, ambas batendo o São Paulo para chegar à taça.

Desmerecer a Copa do Brasil, que em importância dentro do país só fica atrás do Campeonato Brasileiro da Série A, é um ato tolo e arrogante. Compará-la de alguma forma à Série B um afronto. Coisa de cartola que não perde a chance para se posicionar sob holofotes, mesmo com o time em baixa. Gente capaz de chamar a mesma Copa de algo enorrrrrme se a conquistar.

O São Paulo tem muita tradição na Libertadores, é o clube brasileiro que mais a conquistou, três vezes. Mas nem o Boca Juniors, verdadeiro papão do torneio nos últimos anos, consegue se classificar sempre. O mais popular clube argentino não foi à edição deste ano e não irá à de 2011. Nem por isso trata como algo menor os torneios domésticos dos quais participa.

Arrotar caviar mesmo quando não há nada além de um apresuntado de segunda categoria é um hábito comum em muita gente. Inclusive de certos personagens que invadiram o mundo do futebol. E que não fazem a menor diferença. Certamente o torcedor do São Paulo irá ver o time na Copa do Brasil e festejará o título inédito se ele vier. Independentemente dos mirabolantes projetos marqueteiros que apareçam.