O esquema com três zagueiros ficou mesmo no passado do São Paulo. O técnico Paulo César Carpegiani reconhece a dificuldade do clube em se defender, mas avisa que vai manter sua proposta ofensiva, que adota desde que iniciou a carreira no banco de reservas.

"Há 29 anos, eu jogava com a zaga normal no Flamengo, com dois laterais e dois zagueiros. Tenho essa preferência, mas não sou dono da verdade. Todo esquema tem sua utilidade e quem dá a dinâmica de jogo é o treinador. Mas, quando cheguei aqui, escalei a equipe e ela correspondeu. Tem dificuldade, mas quem não tem? Nossa equipe ainda não atingiu a maturidade, mas não pretendo modificar", afirmou.

No duelo contra o Ceará, Carpegiani até escalou um terceiro zagueiro, Renato Silva, improvisado na lateral direita, mas desfez a tática no decorrer do jogo, tirando Xandão para a entrada de Ilsinho.

"Jogamos com três zagueiros contra o Ceará e nem por isso tivemos segurança. Nossa defesa tem dificuldade porque a equipe ainda está um pouco branda. Talvez no próximo ano o time esteja mais competitivo", acrescentou.

O esquema com três zagueiros fez sucesso no São Paulo nos últimos anos, mesmo a contragosto de alguns treinadores. Paulo Autuori esperava abandoná-lo, mas não conseguiu abrir mão e foi campeão do mundo com três defensores. Muricy Ramalho também ensaiou o discurso de fim do 3-5-2 e acabou sendo tricampeão brasileiro no esquema.

Ricardo Gomes insistiu por mais tempo no 4-4-2 e não obteve êxito nos campeonatos, enquanto Sérgio Baresi durou pouco no cargo. Agora, Carpegiani utiliza um esquema ofensivo para sonhar com o sucesso no Tricolor.

Por enquanto, o Tricolor evoluiu na classificação, mas apresenta uma das piores defesas do Campeonato Brasileiro, com 45 gols sofridos, número melhor apenas que Atlético-GO (47), Atlético-MG (54), Goiás (50), Avaí (49) e Grêmio-SP (50).