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Idolatria da torcida por Ceni foi tardia, mas incontestável

Após sete anos na reserva e período de crise, Ceni conquistou lugar na história com títulos; relembre as fases do goleiro no São Paulo

Rogério Ceni completa nesta terça-feira 20 anos como atleta do São Paulo, e seu currículo pelo clube apresenta números que tornam fácil entender a idolatria da torcida pelo camisa um. No entanto, o processo que levou a essa ligação tão próxima entre jogador e torcida não foi rápido.

Pelo contrário, dependeu de muita insistência por parte de Ceni, que passou por anos no banco e momentos de crise do time até ser aclamado como um dos maiores da história do clube. Da chegada tímida ao status de “dono” da equipe e técnico dentro de campo, o goleiro foi se tornando, a cada ano, a personificação do São Paulo.


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Durante a homenagem que recebeu da diretoria do clube na última segunda-feira, Ceni relembrou suas primeiras impressões ao chegar para fazer um teste. “Lembro que a cidade tinha menos trânsito. A primeira vez que passei e vi o estádio foi uma coisa absurda, extremamente gigante vendo de fora, a coisa mais bacana que vi na vida. Hoje virou uma coisa normal, mas essa grandeza foi a coisa mais impactante na chegada”.

Chegando no início da década de 90, Rogério Ceni teve sua primeira fase no São Paulo simultânea ao período mais vitorioso da história do clube. Mas na época, porém, ainda sem participação ativa nas conquistas, já que ele só passou a ser relacionado para os jogos em 1992 e estreou apenas em 93, na vitória por 4 a 1 sobre o Tenerife pelo Troféu Santiago de Compostela, na Espanha.

Foi nesse tipo de torneio internacional, aliás, que o goleiro começou a se destacar, defendendo o chamado “Expressinho”, equipe formada por jogadores que não tinham chance com frequência no time principal - que na época conquistou, entre outros títulos, os bicampeonatos da Libertadores e do Mundial de Clubes. O auge dessa fase veio no final de 94, com o título da Copa Conmebol sobre o Peñarol.

Em meados da década de 90, Rogério já era indiscutível como primeira opção em caso de necessidade de substituir o titular Zetti. Mas com seis anos de carreira, tinha a pretensão de atuar com mais frequência, o que quase o levou a deixar o São Paulo.

“Em 96, quando era reserva no São Paulo, o Goiás fez uma proposta bacana e eu levei ao Fernando Casal del Rey [então presidente do São Paulo] e ele disse que não poderia me liberar. Disseram que o Zetti ia ganhar o passe pelos serviços prestados. Então não fui ao Goiás e fiquei. Ele disse que eu teria oportunidade para tentar ser titular em dezembro de 96”.


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E assim foi. Em 1997, Zetti se transferiu para o Santos e Rogério Ceni assumiu a camisa um para não abandoná-la até hoje. Contudo, se os primeiros anos do goleiro no São Paulo coincidiram com um período de glórias, seu começo como titular foi bastante diferente.

O final da década de 90 e começo dos anos 2000 foi o maior período de seca do clube em sua história recente. Dessa época, os principais títulos foram os paulistas de 98 e 2000 (este com direito a gol de Rogério na final contra o Santos) e o Rio-São Paulo de 2001.

Apesar de já ser considerado um ídolo da torcida, Rogério ainda estava longe do status atual de um dos principais - senão o principal - jogadores da história do São Paulo. Era, até então, o principal jogador de uma geração pouco vitoriosa, que colecionou eliminações em torneios mata-mata e não conseguia sequer voltar a disputar a Copa Libertadores.

Em 2004, Rogério já tinha números expressivos. Titular há sete anos, famoso como goleiro-artilheiro, participação como reserva de Marcos na conquista do pentacampeonato mundial da seleção brasileira em 2002 eram algumas de suas credenciais. Mas faltavam títulos importantes, e eles começaram a aparecer em 2005.

Desde então, o São Paulo conquistou, sempre liderado por Rogério Ceni, um Campeonato Paulista, uma Copa Libertadores, um Mundial de Clubes e um tricampeonato consecutivo (até então inédito) do Campeonato Brasileiro. Uma fase que serviu para a torcida são-paulina transformar o ídolo em mito.

Agora, enquanto comemora 20 anos no clube, Rogério vê o time novamente em uma fase crítica, como quando assumiu a titularidade. Em 2009, ele sofreu a pior contusão da carreira, desfalcou o time em boa parte da temporada e viu o São Paulo não conquistar nenhum título pela primeira vez em cinco anos, situação que está próxima de ser repetida em 2010.

Com contrato até 2012, Rogério não esconde de ninguém seu maior sonho atualmente: botar fim à má fase, voltar a conquistar uma Libertadores e disputar um Mundial de clubes.

“Infelizmente não conseguimos esse ano [vencer a Libertadores]. Espero que não tenha sido a última. Tenho que viver dia a dia, não projetar, mas espero não encerrar a minha carreira no São Paulo sem jogar mais uma Libertadores”, diz o maior goleiro artilheiro da história do futebol. E não é difícil imaginar que seu sonho seja também o desejo de toda a torcida são-paulina.


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