Quinta-feira, 26 de agosto de 2010. O Palmeiras comemorava 96 anos de vida e a torcida sonhava com uma vitória sobre o lanterna Atlético-GO no Pacaembu para festejar. Porém, um canhoto de 26 anos acabou com a festa. Com três gols, Elias calou a galera alviverde e garantiu a vitória do Dragão por 3 a 0. (Reveja ao lado os gols)
Na próxima quinta-feira, o camisa 10 estará novamente na capital paulista. Desta vez, para enfrentar o São Paulo, no estádio do Morumbi. E o jogador poderia até estar em campo com a camisa tricolor, se não tivesse sido dispensado em 2002. Foi no time paulista que Elias começou o sonho de virar jogador de futebol. E o Cícero Pompeu de Toledo é motivo de muitas lembranças, afinal foi sua casa entre os anos de 2000 e 2002, já que dormia no alojamento do time juvenil.
Elias chegou ao São Paulo com 17 anos, vindo do desconhecido Tombense (MG), um time bancado por empresários locais. Em uma partida da Taça Belo Horizonte daquele ano, ele chamou a atenção do então técnico são-paulino Toinho. Foi contratado e veio para o time juvenil que treinava no CT de Guarapiranga.
- Me lembro quando cheguei era tudo uma novidade para mim. Mas você sabe como funciona as categorias de base, é muita gente e a renovação é muito grande. Cheguei a subir do juvenil para o júnior, mas nunca disputei uma Copa São Paulo. Em 2002, quando o Pita (ex-meia) assumiu a equipe, eu fui dispensado com outros jogadores e acabei parando no Bahia. É claro que eu queria ter continuado – lembrou o jogador.
Daquele time, Elias guarda a recordação de ter vivido com companheiros que conseguiram grande destaque no cenário nacional. Sincero, também deixa claro que não guarda mágoa do time do Morumbi.
- No mesmo time também tinha o Kléber (atacante, que hoje está no Palmeiras) e o Vágner Love, que poucos sabem, mas também foi dispensado pelo São Paulo. Outro que estava naquele time é o Paulo André (zagueiro do Corinthians). Não guardo mágoas porque futebol é assim mesmo. Às vezes você não dá certo em um time e dá certo em outro – lembrou o jogador.
Elias tornou-se profissional pelo Bahia e defendeu a equipe da Boa Terra por seis temporadas. Nesse período, saiu duas vezes por empréstimo para jogar em dois grandes do Rio de Janeiro: Vasco e Fluminense. Em ambas, fatores externos atrapalharam sua performance.
- No Vasco, cheguei em 2009 com um contrato de quatro meses de experiência. Tive uma conjuntivite que me deixou fora por um mês. Quando voltei, sofri um estiramento muscular na coxa direita e perdi mais um mês. Na volta, o contrato estava perto do final e não houve como continuar. No Fluminense, no início desse ano, vim por indicação do Cuca, que logo foi demitido. Acabei saindo e vim parar no Atlético-GO – lembrou.
Destaque do Dragão no Brasileiro, Elias quer voltar a brilhar em uma equipe grande do futebol brasileiro.
- Vou ficar aqui até o final do Campeonato Brasileiro. Surgiram algumas propostas, mas quero tirar o Atlético dessa situação. No ano que vem, espero finalmente ter a chance que escapou algumas vezes. Na vida, as coisas acontecem na hora certa. Agora é chegar a São Paulo e fazer uma grande partida. Temos condições de vencer. Estamos crescendo de produção. A chegada do Renê Simôes mudou nossa equipe. Nos últimos três jogos, empatamos fora com o Internacional, ganhamos do Palmeiras e empatamos com o Avaí. Temos de continuar nesse ritmo – concluiu o maestro do time goiano.