Crédito: Maurício Val/VIPCOMM

Nada incomoda mais um jogador de futebol do que ficar preso na concentração. Imagine, então, quando o período de reclusão comum antes das partidas é estendido para dois dias, um a mais do que o normal. Por essas e outras, o elenco do São Paulo está louco para que o time quebre o jejum de cinco partidas sem ganhar no Brasileirão e atropele o Atlético-GO, amanhã, no Morumbi. Tudo para que o técnico interino Sérgio Baresi honre o acordo que está articulando com o grupo: um triunfo convincente sobre os goianos valerá uma diminuição no tempo de concentração.

Além de ajudar o Tricolor a se afastar da 15 colocação - com apenas 19 pontos, três à frente da temida zona de rebaixamento -, uma vitória dará aos boleiros são-paulinos a oportunidade de dormir menos noites no CT da Barra Funda. Assim, eles não precisarão deixar em casa suas mulheres, famílias e, para alguns, a empolgante vida noturna paulistana.

"Eles estão passando por isso por falta de bons resultados. Mas, quando tem resultado, você tenta mudar alguma coisa. Estou conversando com os atletas e isso pode mudar, sim", afirmou Baresi. "Mas eu acho interessante a concentração maior para que o atleta descanse mais, se alimente melhor e estude o adversário do próximo jogo", completou o interino.

Irritação no time - Para se ter uma ideia, nos últimos nove dias, os são-paulinos ficaram concentrados em cinco. O últimos deles foi ontem à noite, quando o elenco já se reuniu para "ficar pensando apenas no jogo contra o Atlético-GO", penúltimo colocado do Brasileirão, com 14 pontos.

"Jogador nenhum gosta de passar tanto tempo concentrado. Tem gente que está ficando irritada com isso e até já ameaçou reclamar muito", disse ao DIÁRIO um atleta tricolor que pediu para não ser identificado, por temer retaliação.

Com o pavio curto ou não, os tricolores sabem realmente que apenas uma ascensão na competição nacional fará com que eles possam ter mais momentos de lazer, longe do seu ambiente de trabalho. "Não adianta ficarmos de cara feia ou chiando contra esse excesso de concentração. Temos que vencer para mudar isso", acredita o jogador são-paulino.