Crédito: Wagner Carmo/VIPCOMM
Mais uma vez ele conseguiu o quase impossível.
Marcou um gol e defendeu um pênalti.
Que goleiro do mundo não estaria sorrindo, dando cambalhotas, comemorando um fato raríssimo.
Não Rogério Ceni.
Por culpa dele o São Paulo não voltou ontem derrotado do Maracanã.
Em um fim de semana macabro para o clube, para Juvenal Juvêncio, com a confirmação definitivo da Copa do Mundo de 2014 para o Morumbi.
Rogério Ceni evitou que tudo ficasse pior.
E por que ele não sorriu, comemorou?
Por que o maior ídolo da história do São Paulo está decepcionado.
Com a falta de cuidado da diretoria com o time.
Ninguém vai arrancar nem sob tortura uma palavra dele sobre a falta de planejamento.
Sobre o improviso.
Do apoio irracional a um treinador que não estava dando certo.
Não respeitaram as suas lágrimas na eliminação da Libertadores.
Ele chorou pela inércia da diretoria.
Pela competição mais importante para o São Paulo jogada no ralo.
Se Juvenal não estivesse tão amarrado ao Morumbi veria que bastaria um pouco de atenção.
Faltou um golzinho só para o clube conquistar o direito de decidir a Libertadores...
Decidir o Mundial de clubes...
A substituição de Ricardo Gomes era algo nítido, pedido pelos conselheiros, sugerido pelos jogadores.
Mas o presidentes resolveu bancar a sua palavra dada ao treinador.
Não importando se o São Paulo perdesse a sagrada Libertadores.
E o mais previsível aconteceu.
O time foi eliminado da competição e Ricardo Gomes perdeu o emprego.
Ceni enxergava o cenário mas não abriu a boca.
Apenas chorou.
Agora é nítido também que ele não concorda com o absurdo da torcida cobrar o time.
Da diretoria abrir o Centro de Treinamento para os atletas receberam ameaças, serem xingados.
Nem por manter um treinador interino, que está aprendendo o que é dirigir uma equipe profissional com o São Paulo.
Nada contra Baresi, mas o passo é grande demais para qualquer um.
Só que Juvenal buscou a solução mais fácil.
O São Paulo se apequenou.
Acabou a pose.
Está pior do que o Corinthians na década de 70, onde os jogadores tinham medo dos torcedores.
E sob qualquer pretexto, os dirigentes usam a torcida como ameaça.
Rogério Ceni enxerga tudo, mas não abre a boca.
Só faz o que é possível e impossível para o time não perder dentro do campo.
É ótimo ter se casado com uma psicóloga.
Esse convívio ajuda na hora de conter o desabafo.
Ele e Mano Menezes são as pessoas mais frias e calculistas ao falar no futebol brasileiro.
Mas Ceni mostra sua indignação no tom de voz.
Isso fica claro para quem o conhece há anos.
Nos anos em que o São Paulo era respeitado e invejado por seu planejamento.
Essa era passou.
E Rogério Ceni sabe...
Crédito: Wagner Carmo/VIPCOMM
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