Luiz Felipe Scolari tem o perfil que Ricardo Teixeira considera ideal para reformular a seleção brasileira e montar um time forte para a Copa de 2014. A CBF, no entanto, julga que Felipão não deu nenhuma grande demonstração de desejo de voltar a comandar a equipe. Por isso, tirou seu nome da lista. Sem o palmeirense, surgiram dúvidas na cabeça do presidente da entidade. Teixeira passou boa parte da tarde e da noite de ontem em seu gabinete reunido com pessoas próximas, com as quais analisou os três "finalistas" ao cargo: o favorito Mano Menezes, Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo. O convite será feito hoje e o objetivo da CBF é divulgar o eleito até o fim da tarde.
O dirigente passará o inÃcio da manhã de hoje estudando todos, revendo a carreira dos três, os bons e os maus momentos de cada um antes de telefonar para o escolhido. Mano seguia como favorito, mas ameaçado pelos treinadores de Fluminense e Atlético-MG. A expectativa da cúpula corintiana, porém, é de que vá manter essa vantagem até o fim da corrida e será o técnico do Brasil. Por isso, já fez até contato com Adilson Batista, ex-Cruzeiro, atualmente desempregado.
Fato é que o futebol brasileiro, com exceção de Felipão, não tem, no momento, um treinador inquestionável, com grande apoio popular e que venha ganhando variados tÃtulos. Luxemburgo já viveu fases espetaculares, mas anda em baixa. Muricy teve três ótimas temporadas pelo São Paulo, mas, desde 2009, não tem brilhado tanto. E Mano, embora faça bom trabalho no Corinthians, ainda não tem conquistas como Brasileiro ou Libertadores - recentemente viu seu time ser eliminado precocemente da competição continental.
A avaliação da CBF. Mano, o mais jovem (48 anos), está na frente porque, além de ser considerado maduro e relativamente experiente pela CBF, é de fácil convÃvio, lida bem com a imprensa e mostrou capacidade no Grêmio e, principalmente, no Corinthians. Perde para os concorrentes no quesito tÃtulos.
Vanderlei Luxemburgo, o mais velho (58 anos), tem currÃculo inquestionável e não se abala com pressão - já foi testado várias vezes. Mas "caiu de produção" recentemente, não foi bem em sua passagem pela seleção, de 1998 a 2000, e tem "personalidade forte". Às vezes, fica incomodado com reportagens na imprensa e não aceita crÃticas.
Muricy Ramalho, de 55 anos, tornou-se técnico top depois do tricampeonato brasileiro com o São Paulo. Também tem grande vivência no futebol e passou por situações difÃceis sem mostrar abatimento. Não costuma, porém, ser simpático com a mÃdia.
Renovação do elenco. Em comum, na visão de Ricardo Teixeira, todos trabalham bem com jogadores jovens, algo fundamental no inÃcio do ciclo até o Mundial de 2014, no Brasil. Depois da derrota na Ãfrica do Sul, o presidente da CBF declarou, em entrevista ao canal SporTV, que a prioridade a partir de agora será a renovação do grupo. Na Copa, o time eliminado nas quartas de final pela Holanda tinha a média de idade mais alta entre os 32 participantes.
O novo técnico convocará na segunda-feira os atletas para o amistoso contra os Estados Unidos, no dia 10 de agosto, em New Jersey. Terá, assim, apenas o fim de semana para elaborar a lista que só contará com nomes que atuam no Brasil.
Lista inicial com 6 nomes
A CBF trabalhava com seis nomes antes de indicar os finalistas Mano Menezes, Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo. Os outros eram Luiz Felipe Scolari, Ricardo Gomes e Leonardo.
Perfil do técnico
Tem de ser experiente, trabalhar bem com jovens e saber suportar pressão, perfil em que os três se encaixam na visão da CBF.
Prós e contras de cada um
MANO MENEZES: Mostrou
competência no Grêmio e,
sobretudo, no Corinthians, e
sabe lidar bem com a imprensa, mas não tem os tÃtulos de expressão de seus concorrentes.
MURICY RAMALHO: Tornou-se um dos técnicos top do PaÃs ao conquistar o tricampeonato
brasileiro com o São Paulo, em 2006, 2007 e 2008. Não costuma, no entanto, ser tão simpático com a imprensa.
VANDERLEI LUXEMBURGO: É experiente, tem currÃculo notável, não tem medo de ousar e enfrentar pressão. Mas seus trabalhos não deram grandes resultados nos últimos anos e seu temperamento é considerado difÃcil.Já teve passagem pela seleção brasileira, entre 1998 e 2000, sem sucesso.
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