Depois de ficar meses sem sequer esquentar o banco de reservas, o lateral Adrián González vive a expectativa de começar jogando contra o Guarani. Apesar de o técnico Ricardo Gomes dizer que só escalará o time após o treinamento de hoje, o argentino corre por fora para ficar com a vaga do suspenso Cicinho. “Estou sempre na expectativa, mas a decisão é do treinador. Desde que eu cheguei, falei que viria para ajudar. Eu sempre fui um jogador de grupo.â€
Gomes e o auxiliar Milton Cruz não param de elogiar o jogador por seu profissionalismo. Ele chegou ao São Paulo no meio do ano passado e fez apenas nove partidas, mas nunca reclamou da reserva. “Minha personalidade é essa e não vou mudar. A maneira de mostrar que quero jogar é treinar ao máximoâ€, explica. Quando decidiu sair do San Lorenzo, era o capitão da equipe e estava havia oito anos no clube. “Não me arrependo. Gosto do Brasil, do São Paulo e acho que valeu a pena sair da Argentina com minha famÃlia.â€
Caseiro, Adrián vive com a esposa e duas filhas. Costuma levar as crianças ao teatro e ao circo nas horas vagas. “Elas se adaptaram muito bem, vão à escola, falam português...†Quando tem tempo, gosta de ler, principalmente os poetas argentinos. “Leio muito o Jorge LuÃs Borges e um poeta chamado Almafuerte. Ele não era titulado, mas deu aula em escolas rurais e escreveu muita coisa boa.â€.
Foi Borges quem escreveu certa vez que, se pudesse viver sua vida novamente, cometeria mais erros, relaxaria mais e correria mais riscos. Adrián lembra do texto e sabe como ninguém das dificuldades de tentar a vida em um outro paÃs. Mas também garante que faria tudo de novo. “Eu recebi muito carinho, não tenho do que reclamar. O meu objetivo é vencer aqui e buscar a glóriaâ€, afirma.
Sonho de ficar
O contrato do lateral com o São Paulo vai até julho de 2011, mas tem uma cláusula que o libera neste ano caso o clube não pague cerca de US$ 500 mil ao San Lorenzo. “A intenção é ficar e ter a oportunidade de jogar. Quero poder mostrar meu futebolâ€, diz. Dificilmente o Tricolor pagará esse valor, ainda mais porque Adrián pouco atuou.
Fora de campo, o argentino acendeu o time no duelo contra o Palmeiras ao dizer que “clássico não se joga, se ganhaâ€. Isso ficou marcado em todos.
Quando Adrián fala, costuma dizer coisas importantes. Se tivesse ficado na Argentina, até poderia ter tido uma chance na seleção, pois estava em evidência naquela época. Mas isso não o incomoda. Nem a reserva. “Valeu a pena e ainda vale. Não vou baixar a guarda.†Aos domingos, costuma fazer churrasco com a famÃlia. Até porque não vinha sendo relacionado. Mas amanhã ele quer fazer outra coisa: jogar em Campinas.
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