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Ídolos no passado, atacantes sofrem para conquistar atuais torcedores

Tudo que eles querem é reconquistar um status que já tiveram na carreira. Mas a missão não é nada fácil. Longe dos clubes em que alcançaram fama, atacantes que já foram ídolos no passado – em outras equipes, e em alguns casos até rivais – sofrem para ultrapassar a barreira da desconfiança e conquistar os novos torcedores. Mesmo com gols, não conseguem recuperar a popularidade que um dia já tiveram e são os principais alvos de cobranças em seus atuais clubes.

Washington, Dodô, Alecsandro, Robert e Edílson passam por situações parecidas na carreira e encontram dificuldades diárias para se impor. No São Paulo, os problemas de Washington ficam maiores na mesma medida em que o atacante marca mais gols. Aos 34 anos, ele está em sua segunda temporada no São Paulo. Em 2009, foi destaque ao marcar 17 gols no Campeonato Brasileiro. Nesta temporada, soma cinco no Paulista e outros cinco na Libertadores, mas nunca convenceu a torcida tricolor.

“Eu não sinto esse peso nas costas. Se fosse um atleta de 20 anos até sentiria. Mas estou acostumado”, destaca o veterano, que coleciona elogios entre os torcedores de Ponte Preta, Atlético-PR e Fluminense, equipes que defendeu antes de chegar ao São Paulo. “Isso faz parte, sempre vem cobrança forte. Já passei da fase de ligar para essas coisas. Eu procuro focar naquilo que tenho que fazer. Gols”.

Situação mais complicada vive Dodô. O atacante assinou com o Vasco após se livrar de pena por doping, começou bem e, após marcar três gols em clássico contra o rival Botafogo, começou a experimentar uma ‘lua de mel’ com os torcedores. O momento favorável, entretanto, durou pouco. Após atuação apagada na derrota por 2 a 0, para o mesmo Botafogo na final da Taça Guanabara, o jogador começou a ser questionado. A falta de gols e os dois pênaltis perdidos na partida contra o Flamengo, no Maracanã, complicaram ainda mais a vida do artilheiro.

Do status de ídolo que ganhou no início da temporada, Dodô foi direto para o banco de reservas. "Ficar no banco não é novidade. Meu objetivo é ajudar, sejam vinte minutos, trinta ou uma hora", comentou o atacante sobre a decisão do então treinador Vágner Mancini de colocá-lo na reserva. O jogador, que foi ídolo da torcida rival do Botafogo, diz entender o tratamento dos vascaínos e destaca que trabalhar é a melhor maneira para recuperar a posição de titular e a confiança da torcida.

"Estamos no Vasco, um time que não é campeão há algum tempo. Sabemos da pressão que existe, ainda mais por parte da torcida que é apaixonada pelo clube. Tenho amigos que são torcedores e sei que eles estão muito tristes. É trabalhar sério e dar a volta por cima. Respeito os companheiros que têm entrado na equipe. Sempre tive um grande poder de superação e sei que posso dar a volta por cima novamente", completa Dodô, que já ensaia uma reação após marcar um gol contra o Fluminense.

Desde que chegou ao Internacional, no final do primeiro semestre de 2009, Alecsandro está entre os artilheiros da equipe. O atacante ganhou a vaga de titular após a venda de Nilmar para o Villareal, da Espanha, marcou 28 gols na temporada e foi um dos líderes do vice-campeonato do Inter no Brasileiro. Mas o desempenho do atacante não convenceu a torcida colorada, que cobrou a chegada de um novo camisa 9 para 2010. A contratação de Kléber Pereira poderia ter dado um fim na passagem de Alecsandro pelo clube, mas ele continua sendo um dos preferidos para comandar o ataque da equipe.

Prestígio com o comandante e desconfiança da torcida já fazem parte do cotidiano do jogador. “O mais importante é que mesmo quando fui questionado por alguns torcedores os meus companheiros sempre confiaram que eu podia corresponder. Uma das minhas metas nesta temporada é conquistar aqueles torcedores que não gostam do meu futebol. Com gols importantes e com ajuda de todo o grupo, acho que posso atingir meu objetivo", diz Alecsandro, que teve passagem marcante pelo Cruzeiro.

A atual fase do Palmeiras não ajuda em nada o atacante Robert. Com regularidade, ele é alvo de vaias da torcida, mesmo com a boa marca de dez gols no Campeonato Paulista. “Quando atacante não balança as redes, é cobrado. Mas isso não acontece apenas comigo. Espero que a torcida também veja as coisas positivas que eu tenho feito com a camisa do clube", diz. O camisa 20 do Palmeiras recorre aos três gols que marcou contra o Santos para explicar a relação “injusta” que tem com a torcida.

"Eu sempre mantive a tranquilidade. As pessoas esquecem, mas por onde eu passei sempre marquei gols e tive um bom retrospecto. No Palmeiras não tem sido diferente. A torcida faz o que quer. Eu faço o meu trabalho e isso para mim não é nada. A torcida exige de quem pode. Estou batalhando, fazendo o melhor possível”, completa Robert, que foi destaque em clubes europeus, como o Real Bétis, da Espanha, e o PSV, da Holanda.

Cobrança e desconfiança também são as principais características da passagem de Edílson, de 39 anos, pelo Bahia. Ídolo da torcida rival do Vitória e com passagens marcantes por grandes clubes brasileiros, o pentacampeão mundial resolveu voltar ao futebol nesta temporada, mas o seu retorno aos campos não é motivo de comemorações. Um gol em oito jogos acabou com a paciência dos torcedores do Bahia. “Eu me sinto bem. Claro que tenho dificuldades físicas pela idade. Estava parado há dois anos, mas estou preparado para jogar quarta e domingo até o fim do ano”, assegura o ‘Capetinha’, que usa a paciência para tentar abafar as críticas.

* Colaborou Bruno Thadeu, Jeremias Wernek, Raphael Raposo e Rodrigo Farah

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