publicidade

Washington: 'Na área, eu faço chover'

Em entrevista exclusiva ao LANCE!NET , Coração Valente diz que seu marketing são os gols

Fora de campo, um cara boa gente, que se dá bem com todo mundo. Nas quatro linhas, um jogador dedicado, que luta o tempo todo e se cobra muito. Este é Washington, que, apesar de conviver com as críticas desde que foi contratado, quando o assunto é fazer gols, sabe bem o que dizer e comprova na prática.

Com 34 anos, o camisa 9 do São Paulo não tem o marketing de outros atacantes. É um goleador calado, que “fala” com os pés.

– Meu marketing são meus gols – afirmou Washington, nesta terça, no CT da Barra Funda, pouco antes do início do treinamento.

O jogador também falou sobre outros assuntos. Abriu o coração valente e desabafou em relação às críticas, comentou sobre os jogadores que têm um lobby maior do que os outros, prometeu títulos para este ano. Confira abaixo a entrevista exclusiva ao LANCE!NET.


Segundo a parceria LANCE!/Footstats (de estatísticas), a cada cinco tentativas, você marca um gol. Acha uma boa média?
Está de bom tamanho, cinco e um gol, mas, pelo meu histórico e por ser exigente, quero melhorar. Quero três para um, o que seria excelente. Sou assim, quero sempre mais. Mesmo assim, não deixa de ser uma média boa, assim como a de gols e jogos (nove gols em 12 partidas). Claro que as chances de gol nem sempre são tão claras, mas eu gostaria que fosse dessa maneira.

Este ano, as oportunidades de gols têm sido mais claras?
As chances que tenho este ano estão sendo mais claras do que no ano passado. Não eram tantas, e as dificuldades eram maiores. Pelas características dos jogadores, por termos um homem a mais na frente, então, tenho mais oportunidades. Não sei se são melhores ou não.

Mesmo assim, as cobranças são grandes. Você acha que elas podem aumentar?
Só se colocarem uma arma na minha frente (risos). A cobrança sempre foi grande no São Paulo. No ano passado, não era com os outros atacantes, era mais comigo, mesmo. Não sei se antes era assim, também. Luis Fabiano era cobrado, Kaká também, é um histórico da torcida. Mas acho que a cobrança vai ser igual sempre, não vai ter diferença.

Mas a cobrança nos atacantes acaba sendo sempre maior, não?
É uma cultura, mas também tem um pouco do marketing. Existem jogadores que têm marketing grande e alguns comentaristas de jornal escrito, falado... Passam a mão, amenizam. O torcedor escuta a imprensa, que influencia na opinião. Então, sentam o pau no atacante. Daí, no primeiro erro, já cobram mesmo, é assim que acaba sendo.

Então acha que tem atacante jogando mais por lobby do que pelo futebol apresentado?
Acho que pela fama do passado, então os colocam lá em cima. Rivaldo, por exemplo, era assim (sem lobby). Passava por dificuldades e tem muita história. Houve chances de gols que perdi, sei disso. Sofro mais do que o pequenininho no começo da temporada. Sou grandão, 1,90m, mas, depois que embala, também vai embora. Você vê outros jogadores perderem chances claras e dão méritos para o goleiro. Quando acontece comigo, é culpa minha.

Quem são os protegidos?
Não vou falar nomes, não vou citar. Mas existem outros, não adianta, mas é diferente (o tratamento).

Você acha que falta um pouco de marketing para você?
Meu marketing são os gols, não tem outro tipo. Às vezes, faço algumas matérias especiais com vocês, que são colocadas, é só isso mesmo. Não tem nada muito diferente que coloque meu nome em evidência.

Mas o apelido Coração Valente é um bom marketing, não?
Carisma, acho que tenho, até pelo meu jeito. Mas poderia usar mais a minha imagem. O pessoal até cobra, mas é meu jeito. O Coração Valente pegou, todo mundo fala. Eu mesmo poderia usar mais o meu nome. Olha o número de gols que eu faço! No ano passado, não sei se outro centroavante conseguiria aguentar o que eu passei. O time não estava bem quando saiu da Libertadores, e eu também não estava, claro. Fiquei fora, recuperei, voltei a jogar, saí de novo... Poxa, passar por isso e ficar a dois gols do artilheiro do Brasileirão (19 a 17), que estava com moral, com apoio da torcida, esteve em todos os jogos... Outro não faz isso, não adianta.

Você pensou sobre essas coisas no começo do ano, para, assim, começar 2010 diferente?
Não fico com o pensamento do que preciso fazer. Quero manter o meu normal, que já é bom. Se melhorar, bom. Isso é coisa mais de garoto, que precisa construir um nome, eu não preciso. Sempre tive um número bom de gols na carreira, por que agora vai ser diferente?

Dessa maneira, você acredita que poderá deixar o nome marcado na História do São Paulo?
Acho que sim, acho que dá. Quero fazer meu nome com título. Goleador, todo mundo sabe que eu fui e que sou. Agora, eu quero títulos.

Você teme terminar a carreira sem um título importante?
Cheguei perto de alguns com o Atlético Paranaense, o Fluminense e mesmo com o São Paulo, no ano passado. Pô, no meu país, em que consegui coisas mais difíceis, ainda não. Mas este ano estou com esperança e vou comemorar um título de expressão. Vai me deixar triste se isso não acontecer, porque já cheguei perto, então é mais difícil.

Para muitos, você é considerado um jogador sem habilidade, grosso, como se diz no futebol. Você também acha isso?
Vocês falavam isso ou viam alguém falando quando eu estava no Fluminense? Falavam que eu era grosso na Ponte Preta e no Atlético Paranaense? No São Paulo que surgiu isso. Até concordo um pouco, porque meu negócio é lá mesmo (apontando para a área de um dos gramados do CT). Mas quem falava isso antes? Falavam, até, que eu tinha habilidade na área. Mas vieram coisas do passado, por algumas dificuldades, aí foi criado isso. Não sei se é torcedor, talvez parte da mídia, que não falava. As coisas andam em conjunto. Hoje, claro, não tenho a mesma força para ir ao meio de campo, porque depois minha perna chega mais fraca. Tenho 34 anos. Em 2004, fiz 34 gols no Brasileiro e não joguei oito partidas, senão eu faria 40. É certo, e olha que perdi três pênaltis. Tinha a idade que os caras são endeusados hoje. Ali eu fazia chover, olha meus gols daquela época, pegava a bola no meio, ia para cima. Agora, só na área. Mas na área, eu faço chover.

Quantos gols você pensa em fazer na Libertadores?
O suficiente para ser campeão. Podem ser mais dois, mas podem ser oito. Os três e seis (em 2008 e 2009) não foram suficientes. Tem gente que faz menos, mas decisivos.

O que é fazer gol decisivo?
É aquele jogo em que, de repente, 0 a 0, em uma semifinal, o primeiro confronto foi 1 a 1, e você faz o gol e classifica para final. Um jogo amarrado, você marca e mata a partida.

Já pensa na aposentadoria?
Pô, ainda não, né (risos). Não sei. Ainda não consigo responder, tem muitas coisas em questão. Mais para o fim do ano eu vou resolver. Estou curtindo e tenho de aproveitar cada dia. Ainda tenho objetivos.

VEJA TAMBÉM
- VAI LUCRAR! Oferta por Antony, do Manchester United, pode beneficiar São Paulo
- ELOGIADO! Em conversa com Lucas, volante da seleção brasileira elogia novo lateral tricolor
- REFORÇOS! Retorno de Pablo Maia e Alisson ao Tricolor: atualização sobre recuperação.


Receba em primeira mão as notícias do Tricolor, entre no nosso canal do Whatsapp


Avalie esta notícia: 23 9

Comentários (50)

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.