A mágoa que Rodrigo Souto sente da diretoria do Santos ficou nítida logo em sua primeira entrevista como jogador do São Paulo. O volante, que usará o número 18, reclamou da maneira como foi tratado pelos dirigentes, que propuseram uma redução de 50% de seu salário.

“A maneira como eles trataram essa questão não foi correta. Eles queriam reduzir o meu salário, o do Fábio Costa e o do Léo. Não aceitei. Eu tinha um carinho muito grande pelo clube e ficou uma mágoa.”
O contrato de Souto com o Santos, assinado ainda com Marcelo Teixeira na presidência, estipulava pagamento de R$ 230 mil mensais ao volante. Ao assumir o clube, Luis Álvaro Ribeiro quis rediscutir os valores. Rodrigo não gostou e pediu para ser negociado. Aí surgiu o São Paulo, que ofereceu R$ 160 mil mensais.

“A conversa aqui foi outra”, afirmou o volante, que rescindiu com o Santos para assinar um contrato até agosto de 2011. A princípio, o acordo seria por empréstimo. Arouca foi para o Peixe como compensação até dezembro. Se ele for negociado neste período, os santistas ficarão com 20%. O mesmo acontecerá se Souto for vendido.

O jogador fez questão de dizer ainda que sua transferência para o Morumbi foi um salto de qualidade na carreira. “Eu pensei na visibilidade maior que teria aqui e no fato de disputar novamente uma Libertadores”, disse o volante, que jogou três vezes no torneio continental - uma pelo Atlético Paranaense e duas pelo Santos.

A torcida, porém, terá de esperar para vê-lo em ação. Ele se recupera de uma lesão na panturrilha direita. “Agora preciso fazer alguns exames para ver quando vou começar os trabalhos.” Ele prevê uma briga sadia pela posição. “É um privilégio estar aqui, mas todo jogador tem de procurar seu espaço. Vou respeitar os companheiros, o clube vai precisar de todo mundo.”