A derrota no primeiro teste do esquema com dois zagueiros não vai mudar os planos de Ricardo Gomes. Mas apenas em termos. O técnico deverá utilizar a formação novamente diante do Rio Claro, sábado, no Morumbi. Mas amanhã, contra o Mirassol, deve mudar a escalação e também o sistema tático.

O treinador cogita trocar os 11 jogadores que iniciaram a partida contra a Portuguesa. Nem o “fominha” Rogério Ceni, que gosta de atuar no máximo possível de jogos, tem presença garantida. Ontem Ricardo Gomes deu pistas de como planeja escalar a equipe amanhã.

O esquema para enfrentar o Mirassol provavelmente será o 3-5-2, com André Luís e Xandão estreando na defesa ao lado do contestado Renato Silva. Adrián González, pela direita, e Júnior César, pela esquerda, atuarão nas alas. O meio de campo deverá ser formado por Zé Luis, Arouca e Carlinhos Paraíba. Marlos e Roger ganharão a chance de jogar no ataque.

Miranda aprova o rodízio proposto pelo treinador. “Jogador descansado rende mais. Mas entrosamento também é importante”, afirma o zagueiro, que ficará concentrado apenas nos treinamentos durante a semana. “Se gente puder treinar mais a linha de quatro jogadores na defesa será muito mais útil do que entrar em campo cansado na próxima partida.”

Ele entende as cobranças em relação ao novo esquema, mas acha que o primeiro teste foi positivo, embora o São Paulo tenha sido derrotado.

“Se alguém perguntasse no intervalo do jogo (estava 1 a 0 para o Tricolor), todo mundo diria que o time ideal era aquele. Nosso segundo tempo foi atípico. Espero que uma atuação desastrosa daquelas não ocorra de novo tão cedo”, comentou ele. “A mudança de esquema foi boa, o resultado é que não foi o desejado. Mas a equipe já conseguiu mostrar um padrão de jogo e poderia ter ido para o intervalo com uma vitória mais elástica.”

Início preocupante

Os são-paulinos estão mais interessados em acertar a equipe no novo sistema de jogo. Mas um resultado ruim amanhã seria visto com preocupação, porque poderia surgir uma pressão pela escalação do time considerado titular em mais partidas do Paulista - o que comprometeria a preparação da equipe para o restante da temporada e aumentaria o risco de jogadores importantes se machucarem.

“Em relação ao resultado, realmente é preocupante”, admite Miranda. “Mas sobre o padrão de jogo, não. Podíamos ter perdido se tivéssemos jogado com três zagueiros também. Tenho certeza de que o time que for enfrentar o Mirassol também vai entrar em campo de forma diferente, principalmente em relação à postura. Não se pode jogar dois tempos diferentes de forma tão distinta.” (G. C.)