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Borges desabafa: ‘Eu tenho caráter e respeito o São Paulo’

Atacante está chateado com torcedores que o acusam de prejudicar o clube propositalmente em razão de suposto acordo com rival

Expulso no empate com o Grêmio, na última quarta-feira, depois de agredir o volante Túlio, Borges corre o risco ser penalizado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e não ter mais oportunidade de defender o São Paulo, clube em que atua há três anos e com o qual tem contrato até o fim do ano. A situação, somada às especulações sobre um acerto com um rival, o colocaram como vilão na visão de alguns torcedores do Tricolor Paulista, que o cobram nas ruas. Preocupado, o atacante desabafou na manhã deste sábado, no CT da Barra Funda.


Sem meias palavras, Borges negou que tenha qualquer contrato assinado com Santos, Palmeiras, Corinthians ou Grêmio, não demonstrou arrependimento por agredir o gremista e pediu desculpas apenas aos são-paulinos, por prejudicar o time no Olímpico e por ter comentado sobre o desejo de atuar na Europa. No entanto, o atacante confia que ainda dará a volta por cima e confia em seu histórico para ser absolvido no STJD. Confira a seguir as explicações de Borges.



A expulsão


-Infelizmente eu entrei com muita vontade no jogo porque tinha poucos minutos para mostrar serviço e aconteceu um fato diferente na minha carreira. Eu reconheci meu erro e pedi desculpas aos jogadores no vestiário e todos procuraram me apoiar. Fiquei muito triste, ainda mais no dia em que completei 150 jogos pelo São Paulo. Mas não é a primeira vez que temos problema com o Túlio. Ele pisou na cara do Leandro, deu porrada no André Dias, é só buscar o histórico dele...



A pressão



- Nesse período de final de contrato, muita gente fala que eu não estou comprometido e por isso entrei em campo contra o Grêmio querendo mostrar o contrário. Eu quero ser campeão e até venho trabalhando depois do treinamento, nos últimos 15 ou 20 dias. Diante das especulações sobre a minha saída ficou parecendo que só eu fui expulso, como se eu tivesse feito de propósito. Eu tenho caráter e respeito o clube que abriu as portas para mim. O que entristece é na rua porque ficam falando, perguntando se vou para o Corinthians ou para o Palmeiras. Não saiu nada da minha boca sobre outra equipe, principalmente rival, e o foco fica desviado. A única coisa que expressei e talvez hoje não falaria, foi quando eu procurei ser verdadeiro ao comentar o sonho que tenho de jogar na Europa. Então, as pessoas comentam de forma infeliz, mas eu sempre respeitei o clube e nunca quero ser tachado de jogador com corpo mole ou com objetivo de prejudicar o São Paulo.





Vai renovar?



- Antes mesmo do jogo com o (presidente) Juvenal Juvêncio disse que quer falar comigo nesta semana. Mas não posso dizer o que vai ser feito em 2010 e nem garantir onde vou jogar. Mas quem falou que assinei com outro clube, que chegue na imprensa e mostre o contrato com a minha assinatura. Eu não tenho por que mentir. Não tem nada acertado com Santos, Palmeiras, Corinthians ou Grêmio, não assinei com ninguém . Se ocorrer uma proposta eu vou mostrar ao São Paulo e só depois abrir negociação, se não entrar em acordo aqui.





Não houve nem conversa?


- A sondagem existe com qualquer atleta que conquista títulos, ainda mais em clube grande, e não é diferente comigo. É natural e normal. Mas eu não quero falar de clubes até porque meu objetivo não é aumentar as especulações. Quero mostrar que estou concentrado apenas no São Paulo. Estou no final de contrato e outras equipes comentam sobre o meu trabalho. Só que nunca partiu nada de mim. Estou aqui treinando ainda mais para mostrar que não é assim, não assinei com ninguém, espero dar volta por cima no São Paulo e ser campeão.





O seu desempenho piorou?



- Eu tenho jogado pouco tempo para mostrar. Para ser julgado, tem que ter sequência. Na minha cabeça, tenho convicção que não estou em má fase e até acredito que tenho trabalhado mais do que antes. Mas a reserva aqui no São Paulo não é demérito porque tem grande jogador atuando, o Washington, e eu o respeito muito, até porque ele tem um histórico maior do que o meu no futebol.





E o risco de não jogar mais pelo São Paulo?



- Espero ser julgado não só pelo lance da expulsão, mas pelo meu histórico. Foi a minha segunda expulsão na carreira, a primeira foi contra o Palmeiras, no ano passado. Estou bem consciente em mostrar que estou comprometido, o mais importante é que o São Paulo é o primeiro colocado e está bem na briga pelo título. Eu quero deixar claro que não estou aqui para prejudicar o São Paulo, pelo contrário, e não quero que minha história aqui termine desta forma. Passei anos vitoriosos no clube e parece que não valeu nada. E quero dar a volta por cima!



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