Titular há 13 anos, Rogério Ceni é a voz do São Paulo. Se é assim, os torcedores não têm motivo para desanimar: verão uma equipe que lutará até o último jogo pelo tÃtulo brasileiro.
Ou, pelo menos, enquanto os matemáticos apontarem mÃnima chance. Afinal de contas, no ano passado, os jogadores ouviram dos especialistas que tinham 1% de possibilidade de conquistarem o hexa. O fim, todos se lembram.
Rogério Ceni não desiste. Nem mesmo com o mau rendimento do time, ou depois do lance que ainda lhe tira o sono: a defesa no pênalti cobrado pelo sérvio Petkovic, no último sábado, e anulada pelo assistente Marrubson Melo Freitas.
Em entrevista ao LANCENET!, o capitão tricolor falou sobre o lance do Maracanã, a expectativa para o fim do Brasileirão, elogiou o técnico Ricardo Gomes e pediu a presença dos torcedores no jogo contra o Atlético-MG, no sábado.
– Não podemos aceitar outro resultado que não seja a vitória.
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA DO CAPITÃO
LANCENET! Já deu para digerir a marcação do assistente depois de ver o lance pela televisão?
Rogério Ceni: Muito pelo contrário, fiquei ainda mais indignado. Na hora, eu tinha uma noção, mas depois vi que o pé não estava nem na linha, estava dentro do gol. É um lance comum, tenho visto pênaltis sendo defendidos dessa maneira e nada acontece. O único lugar do mundo em que se volta pênaltis assim é o Brasil, e o único que permite paradinhas. Não foi o caso desse pênalti, mas só aqui se deixa o jogador ameaçar duas ou três vezes antes de bater, e anula as defesas.
LNET!: E como a Fifa pode fazer para regularizar o posicionamento dos goleiros, ou a paradinha?
RC:A paradinha já é proibida. Só vale no Brasil. Dizem que o Pelé fez o milésimo gol com paradinha, mas não é verdade. Ele partiu, diminuiu a velocidade, depois correu de forma contÃnua. Nem na América do Sul se permite, é só no Brasil. Parece que querem fazer as coisas um pouco diferentes. Até me admira que a Fifa veja e não tome uma atitude.
LNET!: Você já teve outras defesas anuladas pelo assistente. Esse foi o que menos você se adiantou?
RC:Foi o que menos me adiantei. É impossÃvel pegar com os dois pés na linha, na distância que o Petkovic bateu. A bola foi longe, tem de ter força para saltar e depende do pé de arranque. Nada foi feito além de botar o pé esquerdo meio metro à frente para fazer o movimento. Senão não chego. Se eu ficar com os dois pés em cima da linha, chego aonde o Petkovic bateu, mas a bola teria passado muito antes. Aquele passo é natural, tem de ser dado.
LNET!: Acha que o São Paulo, depois dos últimos tÃtulos, é tratado de forma diferente pela arbitragem?
RC:Não posso colocar isso. Nesse caso, credito à pressão do estádio e da torcida adversária. Estávamos ganhando o jogo, eles já haviam pressionado o árbitro no intervalo. Eu havia falado com ele: “Nosso time está jogando bola, quieto, não caia na pressão delesâ€. Mesmo assim, ele se sentiu pressionado a dar o pênalti, e o assistente mais ainda quando viu que a bola não entrou.
LNET: O que você falou para que o árbitro lhe desse cartão amarelo?
RC:Não teve nada a ver com a reclamação. Depois que mandou voltar, achei que o Pet, por ser experiente e diferenciado, fosse dar a paradinha. Então fui pedir para que ele prestasse atenção, não deixasse abusar, olhasse invasão de área. Tentei colocar alguma coisa na cabeça dele. Mas, antes de eu chegar perto, ele já me mostrou cartão.
LNET!: Arbitragem à parte, o time não teve uma boa atuação, concorda?
RC:Concordo, mas é difÃcil analisar uma coisa separada da outra. Se pego o pênalti e o jogo segue, como deveria ter acontecido, a motivação de todos seria outra. O que aconteceu tem influência psicológica.
LNET: Como fator positivo, dá para ressaltar o fato de ter sido exigido e não ter sentido nenhuma dor?
RC:Não senti absolutamente nada. A perna em que havia contratura respondeu bem, tenho feito tratamento. O tornozelo também está bom. Tenho de fazer o aparato para poder jogar, mas não atrapalha. Nesse sentido, digo que foi ótimo.
Depois de resultados ruins, como vê a situação do São Paulo no Brasileiro? Dá para ser campeão?
RC:Temos de jogar para ganhar todos os jogos. No sábado, temos um jogo decisivo e não podemos aceitar outro resultado que não seja a vitória, independentemente de sermos campeões. Vamos tentar o maior número de vitórias possÃvel. Eu não desisto, não descarto enquanto houver chances matemáticas. Se precisarmos ganhar quatro partidas consecutivas, não é possÃvel? Estarei plenamente concentrado e envolvido até o fim. Se chegarmos à s duas últimas rodadas sem chances matemáticas, é outra coisa. Mas, a nove rodadas do fim, não se pode desistir do tÃtulo brasileiro.
LNET!:O futebol apresentado pelos outros candidatos é um alento?
RC:Está muito nivelado. Quem encaixar uma boa sequência de resultados tem grandes chances de incomodar o Palmeiras na reta final.
LNET!: E se o time chegar à reta final brigando só pela Libertadores? Haverá motivação suficiente para quem se acostumou aos tÃtulos?
RC:Espero que sim. Se analisarmos o primeiro terço do campeonato, que é responsável pelo São Paulo estar numa situação desfavorável em relação ao tÃtulo, diziam que o time não iria nem para a Libertadores. Hoje, temos uma chance real, não só de conquistar uma vaga, como de brigar pelo tÃtulo. Essa é a principal disputa, é possÃvel, não é absurdo.
LNET!: Para um clube que investe tanto quanto o São Paulo,uma vaga na Libertadores é obrigação?
RC: É um dever para todos. O Grêmio investe e tem um bom time, o Internacional tem desejos reais, o Palmeiras e o Cruzeiro investem, o Corinthians investiu para estar lá, o Atlético-MG contratou cinco jogadores. Mas são quatro ou cinco vagas, alguém vai ficar fora.
LNET!: Depois de oito jogos sob comando do Ricardo Gomes, está gostando do trabalho dele?
RC:Estou gostando bastante. Ele tem a cara do São Paulo, tudo para dar certo. Independentemente do tÃtulo brasileiro, ele tem o perfil do clube e ainda vai fazer muitas coisas boas pelo São Paulo. Tem tudo para ter muito sucesso.
LNET!:O público nos jogos do Morumbi tem sido pequeno. Espera o retorno do torcedor no jogo de sábado, contra o Atlético-MG?
RC:O torcedor é sempre importante, é o diferencial. O que nos faz vencer em casa não é o gramado conhecido, mas o torcedor que empurra o time, grita, ajuda, faz a parte motivacional ser diferente. É fundamental para que o jogador lute cada vez mais. Ainda acredito muito na força dos torcedores.
LNET!:Esse ano não tem sido fácil, em termos de lesões e resultados. O que levará de positivo de 2009?
RC: É o ano mais difÃcil desde que jogo profissionalmente. O de menor número de jogos, uma lesão que atrapalhou bastante porque ocasiona uma chance maior de lesões musculares. Após quatro meses, você cuida mais da perna operada, há desequilÃbrio. A tendência é que daqui a dois ou três meses, as coisas estejam melhores. Dizem que após um ano, não se lembra da lesão. Foi difÃcil ficar olhando a semifinal do Paulista, a fase decisiva da Libertadores e boa parte do Brasileiro. O maior aprendizado que poderei tirar desse ano é a paciência e a perseverança.
Ou, pelo menos, enquanto os matemáticos apontarem mÃnima chance. Afinal de contas, no ano passado, os jogadores ouviram dos especialistas que tinham 1% de possibilidade de conquistarem o hexa. O fim, todos se lembram.
Rogério Ceni não desiste. Nem mesmo com o mau rendimento do time, ou depois do lance que ainda lhe tira o sono: a defesa no pênalti cobrado pelo sérvio Petkovic, no último sábado, e anulada pelo assistente Marrubson Melo Freitas.
Em entrevista ao LANCENET!, o capitão tricolor falou sobre o lance do Maracanã, a expectativa para o fim do Brasileirão, elogiou o técnico Ricardo Gomes e pediu a presença dos torcedores no jogo contra o Atlético-MG, no sábado.
– Não podemos aceitar outro resultado que não seja a vitória.
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA DO CAPITÃO
LANCENET! Já deu para digerir a marcação do assistente depois de ver o lance pela televisão?
Rogério Ceni: Muito pelo contrário, fiquei ainda mais indignado. Na hora, eu tinha uma noção, mas depois vi que o pé não estava nem na linha, estava dentro do gol. É um lance comum, tenho visto pênaltis sendo defendidos dessa maneira e nada acontece. O único lugar do mundo em que se volta pênaltis assim é o Brasil, e o único que permite paradinhas. Não foi o caso desse pênalti, mas só aqui se deixa o jogador ameaçar duas ou três vezes antes de bater, e anula as defesas.
LNET!: E como a Fifa pode fazer para regularizar o posicionamento dos goleiros, ou a paradinha?
RC:A paradinha já é proibida. Só vale no Brasil. Dizem que o Pelé fez o milésimo gol com paradinha, mas não é verdade. Ele partiu, diminuiu a velocidade, depois correu de forma contÃnua. Nem na América do Sul se permite, é só no Brasil. Parece que querem fazer as coisas um pouco diferentes. Até me admira que a Fifa veja e não tome uma atitude.
LNET!: Você já teve outras defesas anuladas pelo assistente. Esse foi o que menos você se adiantou?
RC:Foi o que menos me adiantei. É impossÃvel pegar com os dois pés na linha, na distância que o Petkovic bateu. A bola foi longe, tem de ter força para saltar e depende do pé de arranque. Nada foi feito além de botar o pé esquerdo meio metro à frente para fazer o movimento. Senão não chego. Se eu ficar com os dois pés em cima da linha, chego aonde o Petkovic bateu, mas a bola teria passado muito antes. Aquele passo é natural, tem de ser dado.
LNET!: Acha que o São Paulo, depois dos últimos tÃtulos, é tratado de forma diferente pela arbitragem?
RC:Não posso colocar isso. Nesse caso, credito à pressão do estádio e da torcida adversária. Estávamos ganhando o jogo, eles já haviam pressionado o árbitro no intervalo. Eu havia falado com ele: “Nosso time está jogando bola, quieto, não caia na pressão delesâ€. Mesmo assim, ele se sentiu pressionado a dar o pênalti, e o assistente mais ainda quando viu que a bola não entrou.
LNET: O que você falou para que o árbitro lhe desse cartão amarelo?
RC:Não teve nada a ver com a reclamação. Depois que mandou voltar, achei que o Pet, por ser experiente e diferenciado, fosse dar a paradinha. Então fui pedir para que ele prestasse atenção, não deixasse abusar, olhasse invasão de área. Tentei colocar alguma coisa na cabeça dele. Mas, antes de eu chegar perto, ele já me mostrou cartão.
LNET!: Arbitragem à parte, o time não teve uma boa atuação, concorda?
RC:Concordo, mas é difÃcil analisar uma coisa separada da outra. Se pego o pênalti e o jogo segue, como deveria ter acontecido, a motivação de todos seria outra. O que aconteceu tem influência psicológica.
LNET: Como fator positivo, dá para ressaltar o fato de ter sido exigido e não ter sentido nenhuma dor?
RC:Não senti absolutamente nada. A perna em que havia contratura respondeu bem, tenho feito tratamento. O tornozelo também está bom. Tenho de fazer o aparato para poder jogar, mas não atrapalha. Nesse sentido, digo que foi ótimo.
Depois de resultados ruins, como vê a situação do São Paulo no Brasileiro? Dá para ser campeão?
RC:Temos de jogar para ganhar todos os jogos. No sábado, temos um jogo decisivo e não podemos aceitar outro resultado que não seja a vitória, independentemente de sermos campeões. Vamos tentar o maior número de vitórias possÃvel. Eu não desisto, não descarto enquanto houver chances matemáticas. Se precisarmos ganhar quatro partidas consecutivas, não é possÃvel? Estarei plenamente concentrado e envolvido até o fim. Se chegarmos à s duas últimas rodadas sem chances matemáticas, é outra coisa. Mas, a nove rodadas do fim, não se pode desistir do tÃtulo brasileiro.
LNET!:O futebol apresentado pelos outros candidatos é um alento?
RC:Está muito nivelado. Quem encaixar uma boa sequência de resultados tem grandes chances de incomodar o Palmeiras na reta final.
LNET!: E se o time chegar à reta final brigando só pela Libertadores? Haverá motivação suficiente para quem se acostumou aos tÃtulos?
RC:Espero que sim. Se analisarmos o primeiro terço do campeonato, que é responsável pelo São Paulo estar numa situação desfavorável em relação ao tÃtulo, diziam que o time não iria nem para a Libertadores. Hoje, temos uma chance real, não só de conquistar uma vaga, como de brigar pelo tÃtulo. Essa é a principal disputa, é possÃvel, não é absurdo.
LNET!: Para um clube que investe tanto quanto o São Paulo,uma vaga na Libertadores é obrigação?
RC: É um dever para todos. O Grêmio investe e tem um bom time, o Internacional tem desejos reais, o Palmeiras e o Cruzeiro investem, o Corinthians investiu para estar lá, o Atlético-MG contratou cinco jogadores. Mas são quatro ou cinco vagas, alguém vai ficar fora.
LNET!: Depois de oito jogos sob comando do Ricardo Gomes, está gostando do trabalho dele?
RC:Estou gostando bastante. Ele tem a cara do São Paulo, tudo para dar certo. Independentemente do tÃtulo brasileiro, ele tem o perfil do clube e ainda vai fazer muitas coisas boas pelo São Paulo. Tem tudo para ter muito sucesso.
LNET!:O público nos jogos do Morumbi tem sido pequeno. Espera o retorno do torcedor no jogo de sábado, contra o Atlético-MG?
RC:O torcedor é sempre importante, é o diferencial. O que nos faz vencer em casa não é o gramado conhecido, mas o torcedor que empurra o time, grita, ajuda, faz a parte motivacional ser diferente. É fundamental para que o jogador lute cada vez mais. Ainda acredito muito na força dos torcedores.
LNET!:Esse ano não tem sido fácil, em termos de lesões e resultados. O que levará de positivo de 2009?
RC: É o ano mais difÃcil desde que jogo profissionalmente. O de menor número de jogos, uma lesão que atrapalhou bastante porque ocasiona uma chance maior de lesões musculares. Após quatro meses, você cuida mais da perna operada, há desequilÃbrio. A tendência é que daqui a dois ou três meses, as coisas estejam melhores. Dizem que após um ano, não se lembra da lesão. Foi difÃcil ficar olhando a semifinal do Paulista, a fase decisiva da Libertadores e boa parte do Brasileiro. O maior aprendizado que poderei tirar desse ano é a paciência e a perseverança.
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