O São Paulo Futebol Clube, buscando uma solução para equacionar sua dívida bancária, aprovou recentemente a criação do FIDC (Fundo de Investimento de Direitos Creditórios). Este fundo estabelece um teto anual de investimento em futebol que será aplicado a partir da próxima temporada. O limite definido é de até R$ 350 milhões ou metade da receita bruta do ano anterior, prevalecendo o menor valor. Nos últimos três anos, o clube ultrapassou esse limite.
Em 2020 e 2021, o Tricolor teve uma arrecadação inferior a R$ 700 milhões, que fez com que o teto de gastos das temporadas posteriores fosse reduzido à metade da receita. Em 2021, por exemplo, o clube gastou R$ 369 milhões, superando em muito o teto de R$ 223 milhões. No ano seguinte, o investimento foi de R$ 356 milhões, novamente acima do limite de R$ 291 milhões. Para 2023, com uma arrecadação de R$ 751 milhões, o teto de investimentos foi fixado em R$ 350 milhões, mas o clube ainda assim desembolsou R$ 426 milhões.
O desafio, segundo o economista Cesar Grafietti, será otimizar a gestão financeira e estrutural do futebol, buscando mais eficiência nos gastos. A meta é melhorar a gestão esportiva para que os recursos, que agora estarão limitados, sejam melhor utilizados. O FIDC começará com a captação de R$ 240 milhões para quitar dívida bancária, que atualmente possui juros elevados e prazos curtos, e terá um prazo de quatro anos para a sua quitação.
Ademais, existe uma possibilidade de aumentar os investimentos no futebol. Caso o São Paulo consiga arrecadar mais de R$ 150 milhões em direitos de atletas, o clube poderá reinvestir o excedente em contratações ou em sua base, o que pode abrir novas oportunidades para o esporte no clube.
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