O São Paulo deu o primeiro passo para retomar a boa fase após ser eliminado da Libertadores e da Copa do Brasil. Bateu o Corinthians na tarde deste domingo, no Mané Garrincha, e contou com jornadas decisivas de Lucas e Calleri para isso. O 2º tempo porém, não deixou uma boa sensação. O Tricolor teve um ''11x9'' por mais de 30 minutos, e mesmo assim não foi necessariamente superior. Calleri marcou o gol de empate na última quarta-feira, mas desperdiçou chances importantes nos dois jogos contra o Botafogo, além de uma penalidade máxima. Neste domingo, sofreu o pênalti que abriu caminho para a vitória após boa jogada individual. Lucas perdeu uma penalidade há quatro dias, desperdiçou grande chance na ''ida'' contra o Galo, mas hoje marcou o gol que inaugurou o placar. O Corinthians lutou bastante, foi agressivo mesmo com dois a menos após as expulsões de Fágner e André Ramalho. Chegou a diminuir o placar com Yuri Alberto, mas se prejudicou demais com as infelizes entradas duras de dois de seus mais importantes jogadores do sistema defensivo. Segue na zona de rebaixamento.
Luis Zubeldia voltou a escalar o São Paulo com Luciano e Lucas como titulares. William foi para o banco e o camisa 7 partiu do lado esquerdo do ataque. Ramon Diaz repetiu basicamente a escalação da vitória sobre o Atlético Goianiense na última rodada. A diferença foi o retorno de André Ramalho para formar a zaga com Cacá.
Um duelo entre São Paulo e Corinthians já costuma ter a sua dose de tensão em virtude da rivalidade, mas o cenário desta vez começou ainda mais apimentado. O contexto atual ajuda a explicar. O Tricolor precisava deixar a má fase recente e voltar a subir no Brasileirão após as eliminações nas Copas. O Alvinegro não vencia um clássico há 14 meses e necessitava dos três pontos para sair do Z4. A combinação não fez bem ao espetáculo. Além das insuportáveis e constantes reclamações contra a arbitragem por qualquer decisão, o que deixou o ritmo da partida chato, houve muitos erros técnicos, principalmente nos primeiros 20 minutos. Tanto que as duas melhores chances iniciais foram ocasionadas de vacilos quase que inacreditáveis. O primeiro deles de Luciano, gerando um contragolpe de graça ao Corinthians.
Rafinha impede o gol de Garro. E o segundo, um erro bisonho de José Martinez na intermediária defensiva. Lucas criou a jogada que só não terminou em bola na rede em função do bloqueio de Cacá após a cabeçada de Wellington Rato. O Tricolor ganhou moral depois dessa jogada. Assim como em outros jogos, vinha sofrendo para superar a marcação adiantada do Corinthians. ''Quebrava'' a bola para Calleri duelar com André Ramalho, mas nem sempre tinha sucesso. Passou a fazer marcações mais fortes também na saída do Timão, ganhar duelos no campo de ataque, e obteve melhores resultados.
Lucas era a principal ferramenta para levar perigo por parte do Tricolor. Já tinha provocado um cartão amarelo a Fágner também, algo que seria péssimo para o Timão poucos minutos adiante. Calleri começou a dar boas respostas ao receber bolas mais ''limpas'', rasteiras, e de costas para a zaga rival. Foi dele a jogada que gerou o pênalti convertido por Lucas nos acréscimos da 1ª etapa. Além de ver seu principal jogador balançar as redes, o São Paulo ainda comemorou a expulsão de Fágner, que cometeu a penalidade em Calleri com um pisão e levou o segundo amarelo.
Golpe duro a um Corinthians que começou o jogo organizado para neutralizar a saída de bola rival, mas que não conseguiu imprimir boas ações com a posse durante o 1º tempo. Ramón Diaz sacou Matheus Bidu, José Martinez e Breno Bidon no intervalo. Colocou Félix Torres, Carrillo e Igor Coronado. A ideia foi bem diferente do que a maioria dos treinadores fazem ao ficarem com um homem a menos. O Corinthians não se retraiu em duas linhas de quatro e deixou um atacante isolado na frente.
A arrojada proposta do Timão foi ter Charles como um híbrido de zagueiro e volante. Se o São Paulo se instalasse no ataque, ele recuava e compunha o miolo de zaga com André Ramalho. Se a bola estivesse longe da área do Corinthians, ele se adiantava. Cacá e Félix Torres ficaram fixos com Ramalho na linha de defesa. Yuri Alberto e Romero seguiram como dupla de ataque. O jogo ficou aberto. O São Paulo parece ter se desconcentrado defensivamente e cedeu três boas chances ao Corinthians em menos de dez minutos.
Romero perdeu grande oportunidade em uma delas. Coronado fez grande jogada em outro lance, e Garro quase empatou em cobrança de falta. É verdade que o Tricolor também teve a sua chance. Rato mandou para fora ao sair cara a cara. Memphis Depay foi a quarta cartada de Ramón Diaz antes mesmo dos 15 minutos. Garro saiu. Não deu nem tempo de entender qual seria a proposta do técnico argentino. André Ramalho acertou uma cotovelada no rosto de Luciano logo depois e foi mais um a ir para o chuveiro mais cedo.
O Corinthians passava a ter dois jogadores a menos. Mesmo assim não é possível dizer que o São Paulo controlava as ações naquele momento do jogo. Memphis Depay foi outro a assustar em cobrança de falta. Naturalmente exposto, o Corinthians não se privava de adiantar a equipe, mas o Tricolor era pouco enérgico para aproveitar as lacunas no sistema defensivo rival.
A situação poderia ficar mais tranquila depois da cabeçada de Arboleda no canto direito de Hugo, ampliando o placar e aproveitando escanteio cobrado por Wellington Rato, mas o Corinthians não se entregou e diminuiu o placar em chute cruzado de Yuri Alberto. Basicamente não se importou com as chances que cederia na defesa. E o São Paulo, por sua vez, não as aproveitou da forma devida. Fez escolhas erradas com a bola. Não trocou passes visando o desgaste adversário. Insistiu em ações pelo meio e mostrou-se inseguro na defesa. Romero quase empatou em chute de forte de dentro da área. Já nos acréscimos, Ferraresi serviu André Silva em profundidade e ele deu números finais a uma emocionante partida.
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