Pela primeira vez desde o mês de março o Internacional conseguiu vencer quatro jogos seguidos. A expressiva marca alcançada em uma competição tão complicada serve para corroborar de vez a reação da equipe na temporada sob o comando de Roger Machado. A marcação na saída de bola do São Paulo foi a grande ferramenta usada para reverter um quadro que começou pouco favorável. O triunfo não mexeu na posição do Inter na tabela, segue na oitava posição, mas as quatro equipes imediatamente acima do Colorado na classificação - entre elas o São Paulo - não venceram na rodada. Vale lembrar que o clube gaúcho fez apenas 25 jogos na competição, dois a menos que a maioria.

O São Paulo não conseguiu achar soluções para dominar o duelo após o bom início que teve. Escalações Luis Zubeldia seguiu o plano de montar times mistos ou reservas nos jogos de Brasileirão. Desta vez utilizou três titulares: Bobadilla, Lucas e Luciano. Michel Araújo atuou improvisado na lateral-esquerda. Rafael, Rafinha, Alan Franco e Calleri ficaram no banco. Já Roger Machado não teve o jovem Gabriel Carvalho e o meia Bruno Tabata. Wesley e Gustavo Prado foram os homens de lado de campo.

Depois de quase um mês sem atuar no Morumbis, o São Paulo pareceu sentir saudades de se exibir diante de seu torcedor. Pelo menos foi a sensação deixada com a imposição inicial da equipe. Aos cinco minutos de bola rolando já vencia o Internacional e havia criado outra jogada de bastante perigo com Lucas. Ele, Luciano, e Erick comandaram as ações do ótimo início tricolor. Velocidade para circular a bola era a lei, e isso só era possível pelos intensos movimentos de quem não tinha a posse. A oferta de opções de passes acabava sendo alta, e o Inter encontrava muitos problemas para reagir a altura. Luciano girava rapidamente o jogo de lado. Lucas e Erick tinham vitórias individuais contra Bruno Gomes e Bernabei. Igor Vinícius e Michel Araújo faziam fortes ultrapassagens. Rochet foi o responsável direto pelo placar não se alterar na sequência.

O time melhorou. Primeiro porque o São Paulo não teria como sustentar o insano ritmo inicial. Como o Inter já tinha intensificado suas ações, as coisas se equilibraram. Roger inverteu os lados de Wesley e Gustavo Prado. Os gaúchos conseguiram também encaixar a marcação na saída de bola. Passaram a fazer desarmes dentro do campo do time anfitrião, que se viu sem tantas alternativas para progredir. Thiago Maia e Fernando auxiliavam a pressão central de Borré e Alan Patrick. Wesley e Gustavo Prado não davam sossego a Igor Vinícius e Michel Araújo, e os laterais se desgarravam da linha defensiva em perseguições a Lucas e Erick. Era a hora do Colorado se impor! Ao recuperar bolas no campo ofensivo, passou a assustar a retaguarda adversária com jogadas resolvidas rapidamente. Borré foi determinante ao receber de costas dentro da área e não dar chances de reação aos zagueiros são-paulinos.

O jogo parecia voltar ao equilíbrio no início do tempo complementar. O São Paulo até conseguia trocar mais passes no campo de ataque, mas não demorou tanto para o Colorado retomar a marcação adiantada. E na primeira vez que fez isso no 2º tempo, conseguiu chegar ao gol da virada. Wesley aproveitou erro de Ferraresi e deixou Marcos Antônio para trás antes de cruzar. Thiago Maia bateu com precisão após o corte mal feito por Igor Vinícius e marcou aos dez minutos.

Os visitantes não relaxaram. Mantiveram a proposta de pressionar sem a bola e colheram os frutos. Fernando desarmou Lucas na intermediária ofensiva, e Gustavo Prado serviu Alan Patrick na entrada da área. O camisa 10 anotou mais um golaço em sua carreira e empatou com Enner Valência na artilharia do time na temporada. Zubeldia tentou fazer sua equipe reagir com as entradas de Liziero, William Gomes, Rodrigo Nestor, Calleri e Galoppo, mas não conseguiu que o São Paulo exercesse sequer uma pressão com chances criadas. O Colorado administrou o resultado inteligentemente até o apito final e pode entrar no G-6 se vencer um jogo atrasado contra o Bragantino na próxima quarta-feira.