Luís Zubeldía vive cada jogo do São Paulo com muita intensidade, o que costuma lhe custar caro. A reclamações e escapadas da área técnica já renderam ao treinador argentino 13 amarelos em 24 partidas no comando do time tricolor, além de dois vermelhos. Não à toa, ele está suspenso do clássico de domingo, com o Palmeiras . Com 15 amarelos, o atacante Luciano é o único jogador do elenco que supera o comandante. A quantidade de cartões gerou reclamação de Carlos Belmonte , diretor de futebol são-paulino, após mais um amarelo recebido por Zubeldía, na vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-GO , domingo. Na súmula, o árbitro Davi de Oliveira Lacerda disse que o treinador foi advertido por "reclamar contra as decisões da arbitragem". Depois do jogo, Belmonte disse entender que "alguns cartões" recebidos por Zubeldía "foram justos", mas sugeriu existir uma "sistematização de cartões" e considerou "injusto" o cartão do final de semana.
O Estadão conversou com ex-árbitros para ter uma síntese do comportamento do argentino à beira do gramado e entender se as advertências têm sido exageradas. Manoel Serapião Filho, um dos idealizadores do VAR, avalia que a postura do treinador na área técnica guarda resquícios da época em que ele foi jogador e dos quais não consegue se livrar. Zubeldía teve uma curta carreira como meio-campista de 1998 a 2004, vestindo a camisa do Lanus. Uma lesão grave no joelho o forçou a se aposentar aos 24 anos. "A questão do Zubeldía é uma questão, ao meu ver, de mudança de profissão. Ele ainda se sente como se estivesse jogando futebol, com aquela vibração intensa e se excede, por isso recebe muitos cartões amarelos. Ele vibra em todos os lances, reclama em todos os lances", diz Serapião.
Carlos Eugênio Simon, comentarista de arbitragem da ESPN , vê Zubeldía inserido em um contexto mais amplo, no qual muitos treinadores têm apresentado postura parecida. De acordo com ele, existe uma insatisfação legítima com a qualidade dos árbitros do Brasil, mas que não justifica as extrapolações. "A área técnica foi criada para o técnico ficar ali na beira de campo e instruir os seus jogadores. Quando o técnico não faz isso, ele sai da área técnica, protesta contra qualquer marcação do árbitro, não é um comportamento adequado, é passível de cartão. Acho que não é só ele, alguns técnicos do futebol brasileiro têm esse comportamento.
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