A passagem de James Rodríguez pelo São Paulo ainda depende de assinaturas para terminar , mas é marcada pela frustração – de ambos os lados. Foram só 14 jogos, um gol marcado, um pênalti perdido que resultou na eliminação do time nas quartas da Copa Sul-Americana, e com ausência em jogos importantes, como na semifinal e finais da Copa do Brasil, ano passado, e na Supercopa, domingo – essa última o gatilho para o término da relação.
Na última quarta, James se reuniu com dirigentes do departamento de futebol do São Paulo e propôs uma rescisão amigável. O clube não se opôs. Pelo acordo, James abre mão do que teria a receber até o fim do contrato, em junho de 2025, algo próximo a R$ 16 milhões, mas o atleta cobra o que o São Paulo lhe deve – ele calcula um valor de 2 milhões de euros (cerca de R$ 10,6 milhões), algo que não é confirmado pelo clube. As partes ainda negociam os termos da rescisão, mas tratam a relação como terminada.
Ele pode seguir a carreira nos EUA, onde moram a filha e a namorada. Columbus Crew e Real Salt Lake, da MLS, demonstraram interesse no atleta. Jantar cancelado James foi contratado pelo São Paulo poucos dias depois da derrota do time para o Corinthians no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, em agosto do ano passado, e houve um esforço da diretoria para que ele fosse inscrito a tempo de poder jogar a partida de volta.
O meia estreou contra o Flamengo, no Rio, no jogo anterior ao da volta contra o Corinthians. Havia a expectativa de que ele fosse escalado no Morumbis. Ele chegou a reservar lugares em um restaurante de São Paulo para celebrar a classificação - que ocorreu, mas sem que ele pisasse no gramado.. Frustrado por não ter entrado no jogo, cancelou o encontro. O incômodo se repetiu nas finais, contra o Flamengo, quando viu o time ser campeão do banco .
O técnico Dorival Júnior colocou James como titular em nove partidas, mas geralmente quando usava jogadores reservas para poupar titulares. Teve boa atuação contra o Grêmio, vitória em casa por 3 a 0, e fez seu único gol contra o Fortaleza, em derrota por 2 a 1 no Morumbi. Atrito com Dorival A relação com a comissão de Dorival não era das melhores. O meia não gostou de ter sido substituído no intervalo do clássico contra o Palmeiras, no Allianz Parque.
A saída do treinador, que foi para a Seleção, reanimou o jogador. Ele até cogitou largar a camisa 19, que não teria dado sorte a ele em 2023, para apostar na 55. James acreditava que teria o espaço que esperava no time titular. Com Thiago Carpini, nada mudou: nem inscrito no Paulista ele foi. O colombiano seguiu com pouco prestígio, com relatos oficiais do clube de que não era relacionado por ainda fazer atividades com “controle de carga”.
A pessoas próximas, porém, James afirmou não ter qualquer impedimento físico. Ter sido deixado fora até do banco contra o Palmeiras, domingo, em Belo Horizonte, foi o limite. James se recusou a viajar como um atleta não relacionado, o que gerou constrangimento já que até atletas lesionados, como Rodrigo Nestor, acompanharam a delegação.
A ausência virou pauta num dia em que o clube comemorou o último título que lhe faltava. Dirigentes do São Paulo que, publicamente, mantinham o discurso de que contavam com uma virada de James no clube e que haveria espaço caso ele se adaptasse, esperavam por uma solução: ou uma proposta de outra equipe, que não aconteceu, ou que o jogador tomasse a iniciativa de negociar uma rescisão – uma decisão unilateral do clube o obrigaria a pagar altos valores em multas. A segunda opção se concretizou nesta semana.
Na conversa com cartolas, James justificou seu pedido pela falta de oportunidades no time e no desejo de se aproximar da família. O destino pode ser os Estados Unidos.
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