Time grande não pode perder de cinco. E se a goleada for para rival, aí é o fim. O Palmeiras 5 x 0 São Paul o da última quarta-feira (25), no Allianz Parque, foi de contrastes desde antes de a bola rolar, já a partir do semblante dos jogadores durante o hino nacional.
Claramente, um time disputou o Choque-Rei, e o outro jogou uma partida qualquer. Sim, o Palmeiras tinha respostas a dar ao seu torcedor. Precisa buscar pontos para ter vaga na CONMEBOL Libertadores do ano que vem, e do outro lado estava a equipe que o eliminou das últimas duas Copas do Brasil . Era óbvio que a equipe alviverde entraria com sangue nos olhos.
Entrou também com uma estratégia. Três zagueiros e alas liberados para apoiar. O São Paulo desconsiderou tanto o lado anímico, quanto o tático. E o 5 a 0 ficou barato. Poderia tranquilamente ter acabado 6, 7, 8 a 0.
Foi um jogo parecido com LDU x São Paulo pela ida das quartas de final da CONMEBOL Sul-Americana . Os equatorianos destruíram o São Paulo no primeiro tempo em Quito, atropelando o rival tricolor pelos lados do campo. Nas duas oportunidades, os laterais ficaram vendidaços na marcação, e nos dois jogos Dorival Júnior escalou Gabriel Neves e Alisson como volantes.
O retrospecto do São Paulo como visitante no Brasileiro é ridículo. Somou míseros seis pontos, tendo a 19ª campanha. A insistência em "propor o jogo" fora do Morumbi há muito tempo mostra-se equivocada. Foram oito derrotas e nenhuma vitória.
O que falta para entender que é preciso mudar alguma coisa?
A justificativa para não mexer na estrutura passa pela derrota para o Grêmio no primeiro turno, quando Dorival optou por três zagueiros. Justificativa infundada. Nas outras sete derrotas, o time jogou da mesma maneira.
Soma-se a isso o "clima de férias" no clube após a conquista inédita da Copa do Brasil. Na véspera do clássico, o São Paulo alardeou o início das reformas do campo principal e dos vestiários do CT. No mesmo dia, com a data de um mês da final ganha contra o Flamengo, celebrou mais uma vez o título, anunciando a confecção de um documentário em forma de série. Para completar, Dorival deu mais algumas entrevistas.
Eu seria muito burro se criticasse o fato de ele atender os meus colegas para exclusivas. Vivo disso! Peço entrevistas o ano todo. A questão é o momento. É raríssimo acontecer na véspera de um clássico. Não vou nem entrar a fundo nos quase que diários anúncios de renovações.
Resumindo: ninguém ali viveu o clássico. O São Paulo não se mobilizou para enfrentar o Palmeiras. Este time só conseguiu passar pelo mesmo Palmeiras, por Corinthians e pelo Flamengo porque concentrou-se nos duelos. Preparou-se para todos os detalhes. E só assim consegue competir.
O desafio de diretoria e comissão técnica para 2024 é manter tal nível de atenção na maioria dos jogos, não apenas nos mata-matas. Além de encontrar um jeito de mostrar alguma força sem a presença de 50 mil pessoas torcendo a favor.
Time grande não pode perder de cinco, e a torcida do São Paulo, responsável maior pelo retrospecto positivo no Morumbi, não merece tomar goleada de rival.
Próximos jogos do São Paulo
Athletico-PR (F) - 29/10, 16h (de Brasília) - Brasileirão
Cruzeiro (C) - 02/11, 20h (de Brasília) - Brasileirão
Red Bull Bragantino (C) - 08/11, 20h (de Brasília) - Brasileirão
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