Alexandre Pato viveu o auge de sua carreira no São Paulo, entre 2014 e 2015. No entanto, não teve o mesmo sucesso em segunda passagem pelo Morumbi.
Em agosto de 2020, após um ano e três meses no clube, o atacante abriu mão do que ainda tinha a receber e optou por rescindir contrato de forma ''amigável''.
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Durante participação no Bola da Vez, que vai ao ar neste sábado (5), às 20h30, pela ESPN no Star+, o jogador explicou o que lhe levou a pedir para sair.
''O São Paulo me liga, e eu penso que é o time que eu tenho um carinho. Só que quando eu volto, existem alguns tipos de situação. Aí começo a fazer meu trabalho no São Paulo, um trabalho que os profissionais do São Paulo e a torcida sabem como sou. Em 2019, chega o final do ano, eu começo a escutar algumas coisas com o meu nome e achei estranho: 'Mas está tudo bem aqui. Pô, tenho um contrato de quatro anos, o que está acontecendo?''', questionou.
''Aí lembro que no almoço de fim de ano do clube, o Diniz chega para mim e fala: ‘Pato, você vai ficar com a gente ou vai embora?'. Eu respondi: 'Diniz, eu vou ficar aqui'. Aí eu comecei a ouvir umas coisas, que eu estava sendo vendido para um time árabe, mas eu não queria. Eu tinha contrato e queria cumprir. Aí começa o ano, eu faço gols, vamos bem, mas somos eliminados do Paulista e aí eu saio do time'', disse.
Contratado pelo São Paulo em abril de 2019, após anos no futebol chinês, o atacante viveu mais baixos do que altos no Morumbi. Foram nove gols em 35 jogos, nem todos como titular absoluto, seja sob comando de Cuca ou Fernando Diniz.
Pato deu sinais de crescimento antes da pandemia, que interrompeu o futebol brasileiro, mas voltou mal da pausa e perdeu espaço logo após a eliminação para o Mirassol no Campeonato Paulista.
Sem espaço no time comandado por Diniz, Pato, que tinha contrato até dezembro de 2022, decidiu abrir mão do que tinha a receber, além das luvas atrasadas. A economia foi de cerca de R$ 35 milhões, se contando todo o acordo até o fim.
Para o jogador, os salários atrasados durante a pandemia da COVID-19, acabaram desgastando ainda mais a sua relação com o clube.
''No meio da pandemia, a gente foi para o CT de Cotia para fazer a preparação para voltar o campeonato. Só que nesse momento, tinham algumas situações contratuais com o São Paulo (salário atrasados) acontecendo. Coisas que o São Paulo, às vezes, tem um pouco de dificuldade...E o São Paulo falava para mim 'amanhã está tudo certo, amanhã está tudo certo', e não acontecia e aí foi se arrastando. Nesse período, o São Paulo queria fazer um acordo com alguns jogadores para que a gente pudesse acertar algumas coisas (salariais), e aí tinham uns jogadores mais jovens que falavam: 'Pato, o que você faz nessa situação?'. E aí comecei a discordar com alguns tipos de acordos e eu fiquei numa situação que começou a arrastar, arrastar....'', disse o atleta antes de completar:
''Eu tentava olhar para todos os lados, ajudar todo mundo, os mais novos vinham pedir ajuda, e aí chegou um momento que me desgastou pessoalmente. Me desgastou pessoalmente. Eu falei assim para eu mesmo: 'Vim para cá, estou fazendo o melhor para mim,. Eu falei 'São Paulo, olha só, eu vejo que nesse meu tempo aqui eu preciso me desligar. A parte financeira de vocês não me interessa. Use esse dinheiro para ajudar quem precisar'. Então abri a mão do dinheiro, me desliguei e fui embora. Peguei minhas coisas, levei até ao Raí, expliquei a situação, falei que não estava gostando e que era o momento de eu sair. Eu sentia que estava bem fisicamente, mas essa parte estava me consumindo'', contou.
Em abril de 2021, Pato optou por dar sequência na carreira nos Estados Unidos e foi anunciado pelo Orlando City, time no qual tem vínculo até o fim de 2023.
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