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Que o São Paulo vive grave crise financeira, todo mundo sabe. Está lá o discurso de austeridade toda hora na boca do técnico Rogério Ceni, do presidente Julio Casares e de todos o restante dos dirigentes. Agora, o que não poderia se imaginar é que a ajuda aos combalidos cofres do Morumbi viria justamente do gigante Manchester United, da Inglaterra.



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Com a surpreendente contratação do volante Casemiro, titular da Seleção Brasileira, junto ao Real Madrid e uma investida ainda mais alta por Antony junto ao Ajax, da Holanda, os Diabos Vermelhos podem, mesmo que de forma indireta - e pelo mecanismo de solidariedade aos clubes formados imposto pela Fifa - contribuir com quase R$ 90 milhões para o São Paulo nesta janela de transferência.

Bolada essa que seria mais do que o suficiente para o Tricolor atingir a meta estabelecida pela gestão Casares para a venda de jogadores na atual temporada, de cerca de R$ 142 milhões.

Casemiro chocou o futebol europeu ao anunciar a troca do Santiago Bernabéu pelo Old Trafford na última sexta-feira (19), em uma transferência de 72 milhões de euros (aproximadamente R$ 373,9 milhões), que o tornará um dos atletas mais bem pagos no Velho Continente. Caso o volante atinja algumas metas estabelecidas, o montante do negócio pode subir para 13 milhões de euros em bônus (cerca de R$ 67,4 milhões).

Como clube formador do jogador, o Tricolor tem direito a 3,5% do valor pelo mecanismo de solidariedade. Ou seja, deverá abocanhar aproximadamente R$ 13 milhões. Bolada superior a que ganhou pela classificação ante o América-MG nas quartas de final da Copa do Brasil - R$ 8 milhões.

A notícia foi recebida com um misto de entusiasmo e surpresa pelos lados do Morumbi. Isso porque o São Paulo esperava receber dinheiro por outra revelação sua sondada pelo United: Antony. O atacante do Ajax virou prioridade absoluta para os ingleses, que resolveram, segundo a imprensa europeia, a ir para o tudo ou nada para contar com o brasileiro.

Depois de ver o time de Amsterdã recusar nada menos que quatro ofertas seguidas pelo ex-são-paulino, o United teria aberto a carteira e sinalizado uma oferta de 85 milhões de euros (aproximadamente R$ 440,9 mi). Os números balançaram a direção do Ajax.

O São Paulo tem direito, além do mecanismo de solidariedade, a 20% do valor que exceder 16 milhões de euros (R$ 83 milhões atuais), justamente o valor pago pelos holandeses para contar com a cria de Cotia.

Caso o negócio enfim saia, o Tricolor terá direito a uma bolada de R$ 77 milhões para forrar seus cofres.

Até agora, com as saídas desta janela (Gabriel Sara, Lucas Perri, Rigoni) somadas as que aconteceram durante o primeiro semestre, o São Paulo acumula aproximadamente R$ 128 milhões em vendas. A meta de R$ 142 milhões em negociações no balanço financeiro é vista como uma forma de manter as contas equilibradas, já que a dívida do Tricolor beira os R$ 700 milhões.



A situação, como um todo, não deixa de ser irônica, já que, ao mesmo tempo que pode receber uma "Mega-Sena acumulada" do United, o São Paulo tem dois atletas em seu plantel (Bustos e Ferraresi) emprestados pelo Grupo City em esquema parceria. O conglomerado árabe é o principal mantedor do Manchester City, rival local dos Diabos Vermelhos.




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