Wagner Ribeiro é um dos mais influentes agentes de jogadores no mercado brasileiro. Esteve presente nas carreiras de Kaká, Robinho e Neymar e hoje tem Vinícius Júnior, Igor Gomes, Martinelli (Arsenal), Emerson Royal, emprestado pelo Barcelona ao Betis e Matheus Nunes, do Sporting como seus principais clientes.
E jovens como Endrick (2006), do Palmeiras, Mateusão (2004), do Flamengo, Bruno Gonçalves (2003), do Red Bull, Emerson (2004), do Furacão, e Marquinhos (2003), do São Paulo.
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A lista continua: David, 14 anos, que tirou do Flamengo para o Corinthians e aquém chama de "novo Imperador", Otávio, 14 anos, do Corinthians e quatro do São Paulo, Valtinho (15), Moreira e Mando (16), Cauê (18) e Gabriel Abdo (12, isso mesmo, 12 anos).
A seguir, a continuação da entrevista:
Qual o próximo jogador que você pretende levar para a Europa.
O Igor Gomes. Talvez na próxima janela. Agora é hora de começar os contatos para que o negócio saia.
Quanto você calcula o preço?
A multa dele é de 80 milhões de dólares, mas é irreal. Ninguém está com tanto dinheiro assim. A pandemia parou tudo. Dá para conseguir 25 milhões em junho.
Ele ainda não explodiu como se prévia, né?
Culpa de Fernando Diniz. O cara tem o Daniel Alves, o melhor lateral do mundo e coloca de meia. E manda o Igor marcar lateral adversário. Atrapalha o garoto.
Vi uma publicação sua no twitter chamando-o de Cruyff
Foi antes. Agora é De Bruyne.
Cruyff, De Bruyne, o garoto de 14 anos é o novo Imperador. Você exagera, né?
É marketing. Tanto que você leu e não esqueceu.
Não dá para esquecer. Tiago Luis virou o novo Messi.
Pois é. Foi no campo do Nacional, em um jogo da Copinha. Estava com uns jornalistas estrangeiros que só falavam do Neymar. E eu falava do Tiago Luis. Aí, ele fez uma jogada bonita da direita para o meio e eu gritei: "Olha, é o novo Messi". Saiu no jornal espanhol, mas não deu negócio. Por causa dele, briguei com o [técnico Emerson] Leão. Aliás, briguei três vezes com ele.
Conta aí...
Apareceu uma oportunidade para o Tiago Luis na Espanha. Procurei o Marcelo Teixeira, que era presidente do Santos, e falei para ele não enfrentar o Figueirense.
O Leão não aceitou. Colocou em campo e ganhou por 1 a 0, gol dele. E o Leão ficou me ofendendo, então denunciei que o Tiago tinha contrato de gaveta, que era ilegal. Logo, o Leão e o Tiago deixaram o Santos. Outra briga foi no Corinthians.
Por causa do Lulinha?
Sim. O Lulinha tinha 16 anos e tinha voltado de um Sul-Americano onde fez 13 gols. O Tottenham me procurou com uma oferta de 6 milhões de libras.
Procurei o Nesi Curi, diretor da base, e ele disse que só vendia por 50 milhões de libras. Então, eu disse que não aceitaria que meu jogador, com 297 gols marcados, continuasse na base. Tinha de subir. Não queria que fosse titular, só que fizesse parte do grupo. O Leão não aceitou. Mas logo ele caiu, e o Lulinha subiu.
Não virou um grande jogador...
Ele esta no Japão, ganhando bem. Tem só 30 anos. No início da carreira, fiz um contrato de cinco anos para ele. Ganhou bastante dinheiro.
E a terceira briga?
Foi no Palmeiras. O Ilsinho tinha arrebentado na Copa São Paulo e o contrato ia terminar em junho. Fui falar com o [Salvador Hugo] Palaia, diretor de futebol, e falei minha oferta. Ele me chamou de louco. Não aceitou nem salário e nem luvas. Só que eu já tinha uma oferta do São Paulo e nem negociei.
Falei para o Palaia para ele subir para o profissional. O Leão falou que empresário não escalava time dele. Resultado: Ilsinho não subiu e foi para o São Paulo. De graça. E o Leão logo foi demitido.
A história do Juvenal [Juvêncio, ex-presidente e diretor do São Paulo] e o Dill é verdade?
Sim. O Kaká queria sair e o contrato estava acabando. Falei com o Real Madrid, mas o Leonardo, que jogava no Masters do Milan, interferiu e ele foi para a Itália. Consegui 8,5 milhões de dólares.
Fui cobrar minha porcentagem, e o Juvenal Juvencio disse que vender o Kaká para o Milan era fácil e que não ia me pagar um centavo. E disse que se eu vendesse o Dill, aquele atacante que estava na reserva, ele me dava 85%.
O que você fez?
Nada. Fiquei falando que o São Paulo vendeu um craque por preço de banana. O Juvenal entendeu errado e disse que a frase era do Silvio Berlusconi, dono do Milan. Saiu na imprensa da Itália. O Berlusconi não entendeu nada. Acho que ele nem sabe o que é banana.
Kaká e Neymar te deixaram. Pó quê?
São os papais. Resolveram tomar conta da carreira dos filhos. Fiquei chateado, mas cada um trata as coisas de um jeito. Eu faço tudo pelos jogadores.
Você tem um jogador de 12 anos que já passou por três clubes. Não é um absurdo?
O Gabriel Abdo. O pai é de Minas e colocou no Cruzeiro. Queria um time de São Paulo e coloquei no Palmeiras. Não se adaptou e foi para o São Paulo. Qual é o absurdo?
Um garoto de 12 anos já ter responsabilidade como profissional, ter agente e tudo o mais.
O moleque é bom desde os cinco anos. Joga bem demais. Já escolheu a profissão. O pai está ajudando como todo pai ajuda, não interessa a profissão. A vida é assim.
Igor Gomes, sair, junho, milhões, euros, são Paulo
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