Foram poucas situações, em três meses, que tiraram Washington do sério no São Paulo. E uma delas foi esperar a bola, esperar... e acabar o jogo sem poder balançar as redes.

No último domingo, contra o Paulista, o atacante não se conteve após ser substituído. Ao LANCE!, explicou a irritação e como o sentimento poderia acabar, com o posicionamento da dupla com Borges.

– Falei lá no banco mesmo para o Muricy (Ramalho, técnico) que não conseguia ter chance. Quando as coisas não dão certo eu fico irritado mesmo. Achei que poderíamos ter um esquema em que eu e Borges ficássemos mais dentro da área, pois assim fica mais perigoso. A equipe estava empatando, precisava vencer e às vezes até passo dos limites (nas reclamações) – explicou.

A sugestão de Washington explica-se pela sua melhor característica. É dentro da área, centralizado, valendo-se da força física e da boa estatura que o atacante fez a maioria dos gols em sua carreira. No São Paulo, dos 11 gols que marcou até aqui, dez foram de dentro da área.

– Sempre joguei mais parado, meu estilo é esse. Tenho de melhorar, aperfeiçoar-me nas conclusões. Mas meu estilo não vai mudar, acho que é por isso que eu encaixo bem nas equipes. Está dando certo aqui no São Paulo e vou continuar assim até encerrar a carreira – espera.

Borges, seu companheiro de ataque em 12 das 15 partidas em que atuou na temporada, já foi o parceiro ideal em alguns momentos: com duas boas assistências, nas vitórias por 2 a 1 sobre Bragantino e Marília.

Com Dagoberto, que ainda não pôde serví-lo na temporada, Washington não escondeu a insatisfação após o clássico contra o Santos. Tudo porque Dagol teria tentado o chute ao invés de dar um passe.

O Coração Valente, porém, garante que não tem vaidade para ser o artilheiro. Segundo ele, fazer gols é menos importante do que ser campeão.

– Mas para ter chance de ser campeão, é importante que os atacantes façam gols – lembra Washington.

Já são dois jogos sem marcar. Na temporada, ele não passou de três. E aí, quem vai tocar para o goleador?