O promotor de Justiça do Juizado Especial Criminal da Família (Jecrim), Paulo Sérgio de Castilho, anunciou nesta segunda-feira que pedirá à Federação Paulista de Futebol e aos grandes clubes que forneçam apenas 5% dos ingressos dos clássicos para os visitantes. De acordo com a legislação da Confederação Brasileira de Futebol, a carga mínima é de 10%.

- Estou enviando este ofício e recomendando à Federação e aos presidentes dos times. Isso daria maior segurança ao torcedor em clássicos na capital. Quando tivemos os ingressos divididos meio a meio, os problemas foram inúmeros . Não sou favorável a ter uma única torcida. Acredito que isso acabaria com o resto do brilho que o futebol ainda tem. Os 10% não são ruins, mas, com 5%, aumentaríamos nossa margem de segurança - afirmou.



Castilho justificou a medida alegando que o controle da polícia sobre as pessoas ficaria mais fácil com a diminuição. Segundo ele, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, já teria aprovado a idéia, dependendo apenas de um aval da Federação Paulista de Futebol.

- Na Vila Belmiro e no Palestra Itália, os jogos já são feitos com menos de 10% e ninguém fala nada. Você consegue dominar o entorno do estádio e evitar problemas em estações do metrô e ônibus. Com 30 mil pessoas de cada lado, isso fica muito complicado e ainda é preciso mobilizar quase quatro mil homens para combater qualquer tipo de criminalidade. No clássico de domingo, não tivemos nenhuma ocorrência, apenas aquela que não envolveu uma briga entre torcedores - acrescentou.



A mudança, contudo, não atingiria os clássicos disputados fora da capital paulista. No próximo dia 8 de março, Palmeiras e Corinthians se enfrentam em Presidente Prudente. Os clubes, em comum acordo, vão repartir igualmente os bilhetes.

- Em Prudente é uma outra situação, um outro tipo de torcedor. Essa medida é só para São Paulo - disse.

Castilho acredita que terá total apoio da Federação Paulista de Futebol para a redução da carga de entradas para as equipes visitantes.

- O Marco Polo Del Nero (presidente da FPF) vai consultar o comando da polícia. Vamos conversar e chegar a um consenso. Mas ele vai cooperar com nós. Se recomendarmos os 5%, ele vai fazer - completou.