A arbitragem paulista segue os padrões da Fifa e a indicação da agressão de Túlio em André Dias foi dada pelo assistente Ednílson Corona e não por alguém não pertencente ao trio no clássico São Paulo e Corinthians. O árbitro José Henrique de Carvalho esclareceu os fatos para o LANCENET! após duras críticas de Mano Menezes e Mário Gobbi.

O treinador corintiano afirmou que na expulsão de Túlio, o trio de arbitragem foi induzido a marcar a infração por uma outra pessoa. No entanto, apenas o árbitro, os dois assistentes e o quarto árbitro podem se comunicar pelo rádio.

Diretor de futebol do Timão, Gobbi foi mais além e pediu a demissão do presidente da Comissão de Arbitragem, o Coronel Marcos Cabral Marinho, alegando má administração.

Em relação ao dirigente corintiano, José Henrique foi tachativo:

– Respeito muito o Corinthians, os outros clubes grandes também, mas nenhum dirigente de clube tem condições de avaliar a arbitragem. Eles primeiro precisam ler um pouco de regra e depois soltar as coisas na imprensa – disparou.

Confira a íntegra da entrevista:

LANCE!: O Mano Menezes disse que foi outra pessoa que falou da agressão do Túlio para o Corona. Afinal, como foi a jogada?

José Henrique: Ele foi bastante infeliz na colocação, ele poderia muito bem ter perguntado para nós depois da partida, em vez de dizer algo que ele desconhece. Só o trio pode me passar intervenção técnica, o quarto árbitro pode fazer intervenção disciplinar. O Mano viu o Corona colocar a mão no ouvido, mas foi porque um dos rádios não estava bom. Deu a entender que ele estava ouvindo alguém, mas não estava, nós nunca trabalhamos assim e jamais usaríamos algo que contrariasse as normas da FIFA.

L!: Como é o funcionamento dos rádios nos jogos?

JH: O rádio deve estar funcionando entre as equipes de arbitragem, ninguém mais tem acesso, nem observador, nem delegado. O Rádio vem lacrado no vestiário, o representante da empresa que abre na hora, instala os rádios nos árbitros e sai dos árbitros sem nem ficar com o rádio.

L!: Em 2008, o Campeonato Paulista teve alguns jogos polêmicos, mas neste ano, nas oito rodadas disputadas, não foi constatado erros graves, mesmo assim as críticas não foram poucas. Tem perseguição aos árbitros?

JH: Não digo perseguição, mas existem uns técnicos, não todos, que estão preocupados com os árbitros de forma desnecessária. O Muricy (Ramalho, técnico do São Paulo) não é assim, o Luxemburgo (técnico do Palmeiras) neste ano não está assim. O Coronel Marinho convidou pessoas dos clubes para ver a nossa pré-temporada e conhecer o trabalho. A quantidade de erros onde a arbitragem é profissionalizada (na Europa) é maior do que em São Paulo.

L!: O clássico foi um dos jogos mais difíceis da sua carreira?

JH: Foi um dos jogos mais difíceis pela circunstâncias. Os jogadores estavam se respeitando, o que ocasionou mais nervosismo no jogo foi a expulsão do Túlio, dali em diante eu tive que mudar a tática do meu trabalho, na distribuição dos cartões, mas acredito que foi um bom trabalho.

L!: As críticas feitas pelo Mário Gobbi sobre o Coronel Marinho, qual é a sua opinião a respeito disso?

JH: Respeito muito o Corinthians, os outros clubes grandes também, mas nenhum dirigente de clube tem condições de avaliar a arbitragem. Eles primeiro precisam ler um pouco de regra antes de soltar as coisas na imprensa. As pessoas que estão na arbitragem gostam demais do trabalho do Coronel, quem tem que avaliar a arbitragem são as pessoas competentes da área da arbitragem.