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Você não está de férias, São Paulo

Salve, devotos do maior Ronaldo,

Após uma inédita trinca de vitórias e um necessário respiro frente ao Z-4, imediatamente foi formulada uma teoria tão irrefutável quanto subjetiva: o São Paulo relaxou. Uma atuação ruim diante da Chapecoense foi sucedida por duas muito piores, contra Vasco e Grêmio, marcadas não apenas pela ausência de Cueva, mas pela falta daquela palavrinha-clichê repetida por onze em cada dez treinadores nos últimos anos: a intensidade. Com apenas 2 pontos conquistados entre os últimos 9 possíveis, o discurso ilusório sobre chegar à Libertadores foi definitivamente mitigado e, ao menos, relembramos nossa prioridade urgente: chegar aos 47 benditos pontos.



Para um time que enfrentou provações como aquelas com que o Tricolor se deparou nos últimos meses, o cansaço certamente não é mais apenas físico, mas também mental. Estresse, estafamento, esgotamento, os termos variam, mas o diagnóstico é o mesmo. Uma equipe sob constante pressão que se viu forçada a atuar a 110% de sua concentração e adquirir entrosamento em tempo recorde, com o bonde do campeonato andando, deve estar com a cabeça a mil a essa altura, tão próximo do fim do certame. Uma observação, contudo, é preciso ser feita: a evolução alardeada por Dorival em suas entrevistas foi visível, mas não veio acompanhada de regularidade entre as partidas. O São Paulo é um time monocórdico, competente na ideia de jogo que está sendo implantada, mas que não tem a capacidade de se moldar a diferentes tipos de adversários e propostas de jogo.

Nomes-chave da reação no campeonato, como Petros e o Profeta Hernanes, vêm emendando algumas atuações muito pobres, bem abaixo de seu nível habitual. Jucilei, após monstruosas partidas contra Flamengo e Santos, quando foi o dono da intermediária, voltou a ser burocrático e conceder muitos espaços na marcação. Lembra, assim, o jogador que merecidamente foi sacado do time titular há quase dois meses. Não, isso não é uma corneta ingrata ressoando, fiquem tranquilos. É apenas a constatação de que dominar o meio-campo marca a diferença entre quem controla e quem é controlado num jogo. Nas últimas três partidas, o time de Dorival, que antes era caçador, virou caça, e não é coincidência que tenha contado com performances aquém do aceitável de seus principais atletas no miolo do campo na maior parte do tempo.

Seria um exagero delirante dizer que o São Paulo em seus melhores jogos foi um praticante do gegenpressing, o famoso modo de retomada rápida da posse de bola que caracteriza os times de Jürgen Klopp e Thomas Tuchel, que promove uma blitz agressiva de 4 ou 5 jogadores ao adversário portador da pelota, com o intuito de recuperá-la menos de 5 segundos após a perda. Para a realidade brasileira, porém, o time de Dorival Júnior foi um hábil adepto do "perde-pressiona" e, em alguns (poucos) jogos, manteve o domínio das ações graças a isso. Coletivamente, notou-se este progresso com o passar dos meses, pelos movimentos visivelmente coordenados e maior envolvimento dos homens de frente sem a bola. Com a posse, este São Paulo opta pela paciência, em vez das transições velocíssimas que tanto marcaram o Santos de Dorival em 2015 e 2016, e que pareciam que dariam o tom do time de Rogério Ceni nos primeiros meses do ano.

A propósito, as visitas ao Rio e a Porto Alegre essa semana também serviram para demonstrar exatamente o por que de o Tricolor ser o segundo pior visitante do Brasileirão: somos absolutamente incapazes de contra-atacar com eficácia. Não temos um time veloz, e essa característica é ainda mais agravada quando Cueva está ausente. Não, o peruano não é um velocista - longe disso. Mas é ele quem, junto de Hernanes, sabe melhor imprimir alternância de ritmo no jogo ofensivo são-paulino e ligar os poucos contra-ataques da equipe, como no lance de seu gol no San-São do Pacaembu. Vasco e Grêmio não precisaram fazer partidas minimamente inspiradas para serem superiores a um São Paulo que não sabia contragolpear. Pensando no médio e longo prazo, isso é algo que deveria preocupar bastante nosso treinador, pois impede que sejamos um time realmente competitivo.

Temos, portanto, uma série de acertos que já foram promovidos por Dorival (a bola parada e a formação bem mais sólida e compacta da linha de 4 defensiva, por exemplo) e outros tantos que provavelmente não conseguiremos resolver este ano. Há problemas de repertório, há jogadores que pouco correspondem, há jovens de bom potencial mas ainda tímidos, há outros fundamentais que oscilam demais e há quem simplesmente não tenha substituto à altura. Há uma falta de regularidade que já nos custou muitos pontos e há muita coisa para que possamos reduzir os problemas de nossa equipe a um simples relaxamento. Contra o Botafogo, um time que se sente confortável dando a bola ao adversário, temos uma excelente oportunidade de chegar definitivamente à pontuação que nos permitirá planejar o que será de nosso 2018 em paz. Paz, essa palavra que esteve sempre em falta nessa temporada.

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