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Ceni cita desgaste físico, mas diz ser dever do SPFC avançar no Paulista

O desgaste físico da equipe do São Paulo segue sendo uma preocupação para o técnico Rogério Ceni. Em entrevista coletiva depois do empate por 0 a 0 com a Inter de Limeira, ele justificou as mudanças na escalação devido ao cansaço de seus atletas. A rotatividade do elenco, no entanto, não tira, na cabeça do treinador, a obrigação são-paulina de avançar para as quartas de final do Paulistão.



"Independentemente de quem jogue, temos que ir à próxima fase. Essa hipótese [cair na primeira fase] não existe para gente aqui. O São Paulo tem condições de ir para a próxima fase de qualquer jeito. Não vou abrir mão do Paulistão, abrir mão de me classificar em detrimento de um time. Acho que temos capacidade de levar um time às quartas e, a partir daí, temos que fazer escolhas, principalmente por começar Sul-Americana, Copa do Brasil", disse Ceni.

O São Paulo se manteve na segunda colocação do Grupo B com o empate com oito pontos, três a menos que o líder São Bernardo, que fez um jogo a mais. Duas equipes se classificam por chave para as quartas de final da competição.

Em comparação com a equipe que venceu a Ponte Preta em Campinas foram cinco trocas: saíram Igor Vinícius, Reinaldo, Gabriel Neves, Alisson e Éder e entraram Rafinha, Léo, Pablo Maia, Nikão e Jonathan Calleri.

"Se eu colocar os mesmos 11 que jogaram no domingo na quinta, podem ter certeza de que vamos ter lesões e queda de rendimento. As trocas não são feitas apenas por rendimento. Eu sei que eu tenho três laterais esquerdos, eu escolho o de melhor condicionamento", explicou.

"Sei o que cada um pode desempenhar. A chance de eu ter uma lesão é muito grande, a chance de ele render menos é muito grande. Nosso time é cheio de luta, não é um time cheio de 10, é um time aguerrido, que tenta, então temos que dar prioridade ao que a fisiologia fala, respeitar o corpo de cada um para que tenhamos sempre um time que possa competir contra os adversários", prosseguiu.

Confira outras declarações de Rogério Ceni na entrevista coletiva:
Comportamento do time contra uma equipe fechada

Acho que nós nos propusemos a girar bem o jogo, tentar entrar na equipe adversária. No primeiro tempo até tivemos boas oportunidades, criamos várias vezes o um contra um, principalmente algumas vezes no lado do marquinhos, outras no lado do Léo. Tentamos abrir a equipe adversária, algumas vezes conseguimos entrar, mas ainda falta... hoje não estávamos inspirados nessa jogada individual.

Quando a gente consegue liberar o ponta contra o lateral adversário, não conseguimos ter a vantagem nesse tipo de jogada. Tivemos a posse, giramos muito em torno da área, mas não conseguimos ter... tivemos até uma ou outra oportunidade real de gol, muitas finalizações de dentro da área. Time chutou bastante, mas em alguns momentos não fez a escolha correta, poderíamos ter dado mais um passe para fazer finalização da entrada da área.

Enfim, hoje não estivemos inspirados, principalmente, nos duelos individuais na frente.

60 cruzamentos na partida e primeiro grande teste contra o Santos

Todos os jogos são testes importantes, não é o primeiro grande teste, já vamos para a sétima rodada do campeonato.

Boa parte dos cruzamentos se deu pelos 20 escanteios que obtivemos. A bola no escanteio, em tese, é feita para você cruzar na área e tentar, posicionado dentro da área, levar vantagem.

Cabeceamos algumas, levamos vantagem em algumas bolas, mas não conseguimos fazer o gol. Acho que um pouco é o nervosismo do final do jogo, porque você não consegue mais infiltrar porque o adversário baixa muito as linhas dentro da área. O centro está bloqueado e é natural que a jogada se crie pelo lado. Vai cansando, a perna vai ficando mais pesada, não consegue fazer tantas triangulações.

No primeiro tempo houve mais, entramos mais por dentro da área para fazer essa bola para trás, não conseguimos. E no segundo foi batendo o desespero no final, o tempo vai acabando e o jogador quer também tentar a chance de gol em vez de ter um pouco mais de calma e trabalhar um pouco mais a bola para conseguir infiltrar.

Conseguimos muito pouco jogar por dentro, achar passes entre linhas para que a gente pudesse fazer jogadas mais próximas ao gol e, por isso, acaba recorrendo aos cruzamentos. Acho que hoje foi um pouco excessivo, mesmo tendo 20 escanteios, mas poderíamos ter tentado construir mais por dentro.

Projeção para o jogo contra o Santos

Clássicos sempre são importantes, ano passado vencemos Corinthians e Palmeiras no Brasileiro, o que ajudou muito na pontuação para a gente sair daquela situação incômoda.

São duas equipes que não conseguiram seus resultados nessa rodada, é um jogo complicado, jogo difícil. Jogar na Vila é sempre duro. A equipe do Santos é uma boa equipe.

Vamos ver amanhã como cada um que jogou hoje volta para que possamos ver o que temos de melhor em condicionamento físico para a gente tentar sair com um bom resultado de lá. Seria importante para gente, porque agora inicia essa fase de clássicos, jogo de Copa do Brasil, ou seja, começa a ficar um espaçamento pequeno entre um jogo e outro. Vamos tentar encontrar um time que seja competitivo lá na Vila Belmiro.

Você escalou o lateral-esquerdo praticamente como um ponta hoje. Nesse cenário, por que escalar o Léo em vez do Reinaldo?

O Reinaldo jogou 90 minutos lá em Campinas. O Léo tem a parte física como vantagem. Lógico que o Reinaldo tem melhor cruzamento, alguns fundamentos melhores que o Léo. O Léo tem uma bola aérea melhor. Nós empurramos bastante o Léo hoje, trouxemos o Rafinha para construir um pouco por trás, porque ele é um jogador que tem boa construção, abrimos o Marquinhos do outro lado para poder circular bem a bola e chegar na linha de fundo para tentar esse um contra um que não fomos felizes, nossos jogadores hoje não conseguiram vencer esses duelos nas laterais de um contra um.

Tentamos rodar bastante a bola e colocar Sara por dentro, colocar o Nikão para receber essa bola por dentro, Nestor afundando para receber essa bola por dentro. O Pablo ficou muito atrás, poderia ter caminhado 10 metros mais à frente para jogar à frente do último homem, ele acabou ficando um pouco para trás, mas para a gente rodar, trabalhar e tentar infiltrar.

Quando nós conseguimos jogar esse um contra um, nós não tivemos a felicidade na hora do drible em conseguir fazer essa passagem para a gente adentrar a área adversária. Poucas vezes tivemos boas triangulações no primeiro tempo no lado direito com Nikão, Marquinhos, conseguimos entrar duas vezes consecutivas na área adversária, mas não conseguimos aproveitar bem e de forma correta as oportunidades.



Mas o Léo jogou porque é difícil você jogar nesse primeiro mês de temporada dois jogos seguidos - quinta e domingo - com a mesma intensidade. Léo e Reinaldo são características distintas, mas para hoje ele foi bem ofensivo, chegando ao fundo, até fazendo boas jogadas no primeiro tempo. No segundo, eles baixaram ainda mais as linhas, o que dificultou bastante. O Léo não tem essa característica de drible, de um contra um, tem essa característica de força, de chegar à linha de fundo, de fazer essa bola para trás, mas não tem o drible, a facilidade desse um contra um.

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