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Marco Aurélio Cunha critica Cotia

A eleição de abril confirmou o poder monolítico que Juvenal Juvêncio te, no São Paulo. Ele venceu por 163 votos contra apenas sete dados a Sebastião Lapolla. Não há mais oposição e uma das conseqüências disso é que haverá mais de um candidato da situação na próxima eleição, em abril de 2014.

O nome do dissidente é Marco Aurélio Cunha (que votou em Juvenal), ex-gerente de futebol e atual vereador da cidade, pelo PSD do prefeito Gilberto Kassab. “Há muita gente esperando ser ungida pelo Juvenal, esperando ser escolhido por ele, mas a eleição vai ser no voto. E eu sou candidato”, afirma. Seu adversário sairá do grupo mais próximo à Juvenal, formado por Carlos Augusto Barros e Silva (Leco), João Paulo de Jesus Lopes, Adalberto Batisa e Julio Casares.

Uma das críticas mais ácidas de Marco Aurélio à atual diretoria é a forma de gestão do Centro de Formação de Atletas Laudo Natel, em Cotia. “Aquilo não pode ser subsidiado, tem de ter renda própria, precisa se manter sozinho”.

Para ele, esse dinheiro viria da venda de jogadores pouco conhecidos, que nunca chegam ao time principal. “Há dois tipos de jogadores revelados na base: os craques como Lucas e Casemiro que darão títulos e patrimônio ao clube, jogando bem e depois sendo vendidos. E há outros jogadores que nem ficam conhecidos e que podem render 300, 500 mil dólares cada um para manter o funcionamento de Cotia. E esses jogadores nós estamos perdendo por falta de um gerenciamento melhor”.

Rapidamente, ele cita nomes como os de Marco Antonio e Lucas Gaúcho (atualmente na Portuguesa) e Aislan, no Guarani. “Foram liberados no final do contrato e não ganhamos nada com isso. O Luiz Iaúca pode conseguir um bom dinheiro com a liberação do Marco Antonio. O Aislan tem passaporte estrangeiro. Não entendi a liberação do Lucas Gaúcho sem que o São Paulo lucrasse um tostão. Esses jogadores e muitos outros são liberados, assim. O clube precisava ter refeito o vínculo e conseguido uma boa transferência. E com esse dinheiro que Cotia deve ser mantida”.

Marco Aurélio acredita que o São Paulo deveria lutar contra agentes para ter o direito de conduzir a carreira desses jogadores. “Muita gente prefere jogar no São Paulo por causa das instalações de Cotia. Por que vai preferir um agente ao clube na hora de direcionar a sua carreira? O clube poderia dar muito mais”.

Poderia. E é para isso que o ex-diretor direcionaria suas ações como presidente. Com algo a mais a dar para o jogador. “Eu faria imediatamente um projeto de clube B para o São Paulo. Uma coisa de alto nível. Seria um acordo com um time da segunda divisão de Santa Catarina, que considero o lugar ideal para esse tipo de ação. Eles tem 3% da população brasileira e 10% dos times da série A. Há um ótimo mercado a ser explorado por lá. Com um time na série B, com as cores do São Paulo, com uma comissão técnica do São Paulo, com todo o apoio do Reffis (se houver uma contusão mais grave, o jogador vem se tratar aqui), o time subiria para primeira divisão. Seria uma maneira de crescimento do São Paulo, que passaria a ter uma torcida grande por lá”.

Esse São Paulo B seria o local de “desova” de jogadores que não conseguissem atuar no time principal. “Estariam disputando um campeonato forte, seriam observados, seria fácil fazer uma fita dos melhores momentos e seria tranqüilo colocá-los em ligas menores da Europa. Haveria muito dinheiro para o clube, Cotia seria financiada assim”.
Esse projeto de Marco Aurélio Cunha nunca teve muita aceitação junto a Juvenal. João Paulo de Jesus Lopes tem visão contrária. Para ele, os jogadores que deixam o clube precisam estar por perto, para que se tenha um acompanhamento de seu desenvolvimento técnico. Entre as duas visões, Juvenal preferiu a de João Paulo. Principalmente depois do fracasso que foi o acordo com o Toledo, do interior do Paraná. O time recebeu um elenco de jogadores do São Paulo – Sérgio Mota era o principal nome – e o treinador Sérgio Baresi. Quase caiu para a segunda divisão. “Toledo foi uma escolha errada. Nem aeroporto tem La, ficava um acesso muito difícil”, diz Marco Aurélio.

As palavras de Marco Aurélio deixam claro que haverá disputa em 2014. No mínimo dois candidatos. E nenhum deles terá 7 votos.
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