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Análise Financeira do SPFC II: Balanço Patrimonial (2017)

Salve, Nação Tricolor!
Assim como no ano passado, segue uma breve análise do balanço de 2017 do São Paulo FC afim de demonstrar um pouco da situação financeira do clube, através dos dados e números oficiais do clube publicados no balanço auditado de 2017.

EM 2017
No último ano tivemos um superávit de R$15,1 milhões, dado relevante se comparado ao ano anterior que tivemos um superávit mínimo de apenas R$800mil e aos anos de 2015 e 2014 que somados resultaram num déficit de R$172,6 milhões aos cofres do clube.
Superávit este só foi possível por conta das negociações realizadas durante o ano, a diferença entre o valor recebido de venda de atletas (R$188,7 MM) deduzido do repasse para participação de terceiros/intermediação de negociações (R$24,1 MM) e também do valor investido na compra ou empréstimo de atletas (R$103,4 MM) resultou num lucro de R$61,2 MM em negociação de atletas. Nota importante: o valor recebido e o desembolsado em negociações refere-se também a aquisições e vendas negociadas a prazo em temporadas anteriores e que a movimentação financeira ocorreu em 2017.

DESTAQUES
RECEITAS - R$468,1 milhões em 2017
A principal fonte de renda do clube foi a venda de atletas que resultaram em R$188,7 milhões recebidos no ano, que representa cerca de 40,3% de todas as receitas do clube e teve crescimento de 69,72% em relação ao ano anterior.
O principal destaque positivo refere-se aos valores recebidos em patrocínios e publicidade que no ano somaram R$56,4 milhões, que representam 12,1% das receitas e cresceram exponencialmente em cerca de 60,44% em relação a 2016.
Os valores de bilheterias e do programa ST variaram negativamente e somaram R$37,7 milhões no total, juntos ainda representam apenas 8% do total das receitas.

DESPESAS - R$453 milhões em 2017
A principal despesa do clube, como já era esperado, foi com pessoal que custou cerca de R$106,6 milhões, número muito expressivo e que aumentou demais de um ano para o outro em 32,51%! Isso sem contar os gastos com direitos de imagem, arena, benefícios e encargos trabalhistas que juntos somaram R$51,1 milhões. Obs.: Um estudo publicado pela ESPN apontava que tínhamos a terceira maior folha salarial do país e o custo-benefício se mostrou talvez o pior entre todos os grandes, já que tivemos desempenho fraquíssimo nos campeonatos.
O custo com compra e empréstimo de atletas também foi muito alto (R$ 103,4 milhões) e quase dobrou em relação ao ano anterior. Esses dois pontos transparecem a má gestão esportiva que acometeu o clube no ano passado.
Destaco também que clube gastou R$21,7 milhões com encargos financeiros, esta é uma dívida que o clube precisa urgentemente limar do seu passivo. Como comparativo, esse valor é basicamente o mesmo de todo o ganho que tivemos com bilheteria no último ano.


QUAL O TAMANHO DA NOSSA DÍVIDA?

O passivo do balanço patrimonial aponta:
R$76,5 MM em dívidas bancárias
R$23,3 MM de empréstimos com terceiros
R$20,2 MM em obrigações trabalhistas
R$81,3 MM em obrigações tributárias
Total: R$ 205,3 milhões

Dívidas financeiras (empréstimos bancários e de terceiros) são as mais preocupantes por conta dos juros, sendo R$ 51,6MM de curto prazo (vencimento em 2017) e R$48,2 MM de longo prazo (totalizando R$ 99,8 MM). Em 2017 ocorreu uma substancial redução de 17,8% da dívida ou seja redução em R$21,6 milhões.

As dívidas trabalhistas caíram 13,7% (redução em R$3MM) e as dívidas tributarias 8,2% (redução em R$10,7MM).

Em resumo, tivemos uma redução substancial de 13,6% do total da dívida, isto é, redução em R$32,3 milhões de reais.

Qual o custo da dívida bancária?
De acordo com o nosso balanço, em média nossa DÍVIDA BANCÁRIA custa mensalmente 1,26% a.m. (ou 16,21% a.a.), para ilustração, de forma simplória e considerando apenas a dívida bancária de curto prazo (R$ 41,5 MM) teríamos um custo mensal aproximado de R$ 523 mil em juros das operações. Seria razoável dizer também que a dívida financeira total, caso não haja abatimento nenhum, cresce em R$1,3 milhões por mês (taxa mensal x total da dívida financeira).



Por Vitor Pereira
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