Andreas Sanchez foi o primeiro a dizer não para a criação de uma liga de clubes, quando o Clube dos 13 elegeu Fábio Koff para tal missão.
Sentou-se ao lado de Ricardo Teixeira, abraçou a Globo, e conseguiu destruir a União dos clubes, negociando cotas de TV separadamente e fortalecendo a CBF.
Ganhou de presente o cargo de chefe da delegação da Seleção Brasileira.
Posteriormente, ganhou um cargo remunerado na instituição máxima do futebol. Cargo que não existia.
Colocou Mano como técnico.
Brincaram de valorizar jogadores e prejudicar clubes com convocações.
Viabilizou o Estádio do Curinthia com dinheiro público.
E colocou a abertura da Copa lá.
Esbanjou poder.
Aí a casa caiu para Ricardo Teixeira.
Nem a amizade com Lula segurou Teixeira.
E Dilma não queria manchar seu governo.
Com uma Copa chegando a FIFA pressionou.
Ricardo Teixeira se afastou.
Marin assumiu para dar continuidade ao trabalho do Don Corleone brasileiro.
E como poder vicia, Marin resolveu mudar os rumos.
Como era de se esperar, Mano caiu.
Marco Polo Del Nero se tornou o braço direito.
Sanchez saiu antes que saíssem com ele.
Arrumou uma boquinha no governo do Haddad em São Paulo.
Poderia ficar quietinho e aproveitar o que restou.
Mas poder vicia.
A intenção era concorrer ao cargo de presidente da CBF em 2014.
Mas Marin não vai facilitar. Marco Polo Del Nero é seu candidato.
E se Felipão trouxer o caneco, a situação fica muito forte.
Andreas quer o poder de novo. Está descontrolado.
Pretende agora, convenientemente, criar uma liga de clubes.
Tirar poder da CBF.
E para isso, se rebaixou e recorreu ao seu principal rival.
Aquele com quem trocou insinuações e provocações por tantos anos.
O megalomaníaco Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo.
Certamente vai atrás de Kalil do Atlético-MG e de Luís Álvaro, do Santos.
E a briga pelo poder do futebol brasileiro vai continuar.
E por incrível que pareça, esse texto não é sobre futebol.
É sobre a forma que o poder funciona no país.
Se depois de tudo que Andreas fez, ainda é exaltado pela torcida curinthiana, e consegue planejar um golpe de Estado na CBF, você começa a pensar o que não fazem em Brasília.
E começa a pensar se seria tão difícil garantir a segurança em São Paulo.
Ou se alguém está tirando vantagem da maior cidade do país estar sitiada.
Oras, se a discussão é qual vence amanhã, Curinthia ou Chelsea, eu diria que o crime compensa.
A política do pão com circo nunca deixou de existir. Ela ficou ainda mais forte com o que a população fez nas urnas a uma década atrás.