Na primeira partida do São Paulo na temporada em que prometeu ser a de redenção, Emerson Leão não destacou tanto a vitória por 4 a 0 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto, no Morumbi. Minimizando qualquer evolução técnica, o comandante considera que a goleada aconteceu por conta do empenho que, enfim, apareceu.
"Eu disse no túnel para os jogadores: peço vitória, não goleada; peço empenho, não beleza. A beleza vem com os ensaios, que ainda estão muito primários. Vamos treinar e jogar muito para conseguirmos uma qualidade maior", comentou o treinador depois da estreia no Campeonato Paulista, satisfeito com o resultado que serviu de prova para sua tese de abdicar de amistosos e jogos-treinos.
"Ganhamos por 4 a 0 porque todos resolveram desde o primeiro momento treinar com vontade, com uma dose de transpiração maior. O presidente me cobrou porque optei por não fazer amistoso. Disse que o time B do São Paulo seria mais forte do que qualquer amistoso. E o 4 a 0 traduziu a vontade deles. Quando o jogador quer, fica muito mais fácil", apontou.

Foto Tom Dib
Na opinião de Leão, a vitória também mostra o efeito da reformulação efetuada pelo presidente Juvenal Juvêncio, que tirou sete jogadores (Xandão, Jean, Carlinhos Paraíba, Rivaldo, Dagoberto, Marlos e Henrique), trouxe outros seis (Edson Silva, Paulo Miranda, Bruno Cortês, Fabrício, Maicon e Jadson) - ainda pode contratar Nilmar e Osvaldo e busca um lateral direito.
"Ainda tem muita gente para estrear. E quem está jogando sabe que tem gente atrás querendo o lugar. É isso que forma uma equipe de trabalho. Antes, eu pensava que poderia ter só 11 titulares. Hoje, não penso mais. Não posso ter nem um atleta jogando em uma posição só", analisou.
Na parte técnica, o avanço precisa ser ainda maior. Leão conta que precisou corrigir até a forma com que seus atletas cobram escanteio, um dos fundamentos mais trabalhados durante a pré-temporada. O treinador conta que, durante a partida, mandou Lucas bater pela direita. E Rhodolfo abriu o placar.

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"Eles começaram batendo errado. Chamei o Cortês e o Fernandinho e pedi para trocar. Todas as vezes que batemos fechado, sem velocidade, ficou fácil para o goleiro ficar pulando. Pedi para inverter e bater o Lucas. Na primeira vez, o goleiro ficou no meio do caminho e fizemos o gol. É um erro que não poderia ter acontecido porque treinaram isso. E esse é um time que não precisa escutar o treinador. Treino junto com eles, faço isso nos treinos", apontou.
Luis Fabiano admite o bom jogo, mas concorda com o chefe de que ainda é cedo para se fazer prognósticos.
"Tivemos velocidade, criamos oportunidades, mas ainda é muito cedo, é o primeiro jogo. Esperamos manter a seriedade e vontade durante todo o ano. Não adianta ganhar de Botafogo-SP, Oeste, Ponte Preta, Guarani e, no momento decisivo, não conseguir a vitória", afirmou, com a faixa de capitão, o ídolo posicionando-se como um líder fazendo um alerta.

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