Adilson Batista até esboçou assumir a culpa pela série de cinco jogos sem vencer do São Paulo no Brasileiro. Mas logo mudou o discurso.
Pressionado pelos fracos resultados, o técnico anda nervoso com os jogadores.
E, na véspera de um confronto que pode ser decisivo para seu futuro, hoje, contra o Figueirense, em Florianópolis, expressou a irritação.
"Eu treino, escalo, converso, corrijo, ajudo e incentivo, mas quem resolve são eles lá dentro", afirmou Adilson.
Foi a segunda crítica pública feita ao elenco em três dias pelo técnico que costuma dizer que "os assuntos têm de ser resolvidos internamente".
Na quarta-feira, Adilson responsabilizou a sonolência com que os jogadores foram a campo pela derrota para o Fluminense, no Morumbi.
Na última reunião que costuma fazer após cada jogo, a bronca nos comandados foi mais severa que de costume.
"Tudo é aprendizado, correção, às vezes enaltecendo, às vezes cobrando", disse.
A Folha apurou que o descontentamento não tem um alvo específico, mas sim o grupo de uma forma geral.
Além disso, Adilson quer dividir a responsabilidade dos últimos resultados negativos para não aumentar as desconfianças sobre seu nome.
Ele chegou ao São Paulo após três fiascos em menos de um ano: no Corinthians, onde teve problema de relacionamento com atletas, no Santos e no Atlético-PR.
E, até agora, não conseguiu mudar esse cenário.
Se não somar três pontos hoje, o time estabelecerá sua pior série sem vitórias em Brasileiros desde 2005.
Naquele ano, deixou a competição em segundo plano para se preparar para o Mundial e chegou a uma série de oito jogos sem triunfo.
A sequência atual já tirou o time das quatro primeiras posições, de maneira inédita neste ano. Quinto colocado, viu a desvantagem em relação ao líder, Corinthians, subir para cinco pontos.
A diretoria não fala sobre troca no comando, mas Adilson não conta com o apoio da torcida. No último jogo, foi vaiado e chamado de burro.
Hoje, terá cinco desfalques em relação ao time derrotado pelo Fluminense. Lucas, Dagoberto, Juan, Jean e Wellington estão fora.
