João Filipe zagueiro do São Paulo
Em seu pior momento à frente do São Paulo, o técnico Adilson Batista terá de juntar os cacos para montar a equipe hoje, às 18 horas, contra o Figueirense. Com um total de 11 desfalques, entre eles Lucas e Dagoberto, o Tricolor põe à prova sua força como visitante em Florianópolis para tentar encerrar a série de cinco jogos sem vitória no Brasileiro.
Após as passagens breves por Corinthians e Santos, que Adilson atribui ao excesso de desfalques, o técnico mostra preocupação em novamente enfrentar o problema. "Todos nós, treinadores, vivenciamos isso. Eu, infelizmente, tenho vivido isso mais frequentemente, em momentos vitais", lamentou ele.
A principal baixa de última hora é Dagoberto, artilheiro do São Paulo na temporada, com 19 gols: com amigdalite e febre, o atacante foi vetado. Lucas, principal estrela do time, está com a seleção brasileira em Londres, assim como Iván Piris defende o Paraguai. Além deles, os laterais Jean e Juan e o volante Wellington cumprem suspensão.
"Contra o Figueirense são vários problemas, mas o importante é passar tranquilidade para quem está entrando", afirmou Adilson Batista, que também não terá os reservas Fernandinho e Cañete, machucados.
A esperança do São Paulo reside nas boas atuações fora de casa. Em dez partidas, obteve seis vitórias e dois empates com um futebol mais consistente, apostando nos contra-ataques.
Um novo tropeço hoje, no entanto, complicará o São Paulo na briga pelo título - a derrota por 2 a 1 para o Fluminense no Morumbi, na última rodada, deixou o time a cinco pontos do líder Corinthians. Com tantos desfalques, porém, o empate não é mau negócio para Adilson. Se depender do retrospecto do técnico, a chance é grande: em 12 jogos, foram seis empates.
Sob o comando do ex-técnico Paulo César Carpegiani, por exemplo, o time são-paulino empatou apenas quatro vezes em 46 partidas.
Tranquilo. Bastante vaiado no último jogo em casa, especialmente após ter substituído Rivaldo ainda no intervalo, Adilson Batista garante contar com a compreensão da diretoria são-paulina frente às dificuldades que tem enfrentado na montagem da equipe. "Estou bem tranquilo. Claro que estou chateado pelos resultados, mas em relação ao cargo estou tranquilo e consciente daquilo que estou fazendo aqui", afirma.
Adilson evita dividir com os jogadores a culpa pelos maus resultados. "Minha responsabilidade é total, pois sempre é do treinador quando não se vence. A gente assume e eu digo que sou o grande responsável por isso", disse ontem o técnico, em entrevista no CT. Pouco depois, porém, entrou em contradição ao comentar uma possível mudança de postura. "Desde que cheguei ao clube, disse que a gente tem de aprender a dividir. Eu escalo, converso, treino, ajudo, mas quem tem de fazer algo lá dentro do campo são eles."
Ataque sub-20. À espera de vaga após conquistarem o Mundial Sub-20 pela seleção brasileira, Henrique e Willian José podem ganhar hoje uma chance juntos. A principal concorrência vem de Marlos, único que pode atuar no ataque para explorar a velocidade nos contra-ataques.
Rivaldo, que vem perdendo espaço nos últimos jogos, corre o risco de iniciar no banco. Nas laterais, o juvenil Danilo foi promovido na direita, mas a tendência é que o setor seja ocupado por Xandão ou João Filipe. Pela esquerda, Henrique Miranda deve ser o substituto de Juan.
Adilson Batista diz que definiu o time no treino fechado de ontem. "É um jeito de trabalhar, prefiro que o adversário não saiba quem vai entrar. Você pode criar dificuldades nos primeiros minutos e depois administrar", ressaltou o treinador.
ZAGUEIRO COM MORAL
5 temporadas é a duração do contrato acertado ontem com o zagueiro João Filipe, de 23 anos. O atleta, que chegou às pressas por empréstimo do Botafogo no início de agosto, tinha acordo só até o fim deste ano e disputou sete jogos pelo clube.