Adilson testou a paciência da torcida ao tirar Rivaldo no intervalo para a entrada de Willian José. A tentativa do técnico de ganhar força na área, porém, deu errado e o técnico foi mais uma vez alvo das críticas. Com tropeço de alguns rivais na rodada, o time perdeu a chance de se manter perto do líder Corinthians.
Mesmo com a insatisfação da torcida, não há nenhum indício de que Adilson Batista esteja ameaçado no cargo - ele chegou ontem a seu 11.º jogo à frente da equipe. Mesmo assim, após as breves passagens por Corinthians e Santos, o treinador certamente tem motivos para se preocupar: no time da Vila, por exemplo, a demissão ocorreu depois de apenas 11 partidas.

"O Fluminense teve seus méritos, nosso time errou demais", reconheceu o lateral Juan, que levou o terceiro amarelo e desfalca o time contra o Figueirense, em Florianópolis.
Apatia. No primeiro tempo, a equipe concentrou o jogo no meio-campo e demorou a se entender. O Fluminense, bem postado, aproveitou para se impor e chegar ao ataque. Aos 17, não teve jeito. Lanzini pegou bola rebatida pelo meio da área e chutou no alto, sem chances para Ceni.
O gol mexeu com a equipe são-paulina, que aos poucos retomou a posse de bola. A falta de jogadas pelas pontas e de um jogador de área, porém, engessava as tentativas de ataque. Com Lucas, Cícero e Rivaldo bem marcados, a função de criar ficava a cargo de Wellington e Casemiro, que perdeu a melhor chance de empatar no primeiro tempo. Até o zagueiro João Filipe, sentindo as dificuldades da equipe, se arriscou em subidas ao ataque.
Após o intervalo, o São Paulo voltou com Willian José no lugar de Rivaldo para tentar ganhar presença de área. Sem ritmo e desentrosado, porém, o atacante se limitou a brigar entre os zagueiros.
Afoito no ataque, o São Paulo não chegou a criar chances claras e se expôs aos contra-ataques. E foi um deles que tornou as coisas ainda mais complicadas. Aos 19, Fred foi lançado pela esquerda e ajeitou de cabeça para Rafael Sóbis, na entrada da área, bater de primeira.
O gol fez desmoronar a equipe e acabou de vez com a paciência da torcida, que passou a chamar Adilson de burro. Aos 27, o time ainda ganhou fôlego graças a um erro de arbitragem. Dagoberto deixou a perna em lance com Leandro Euzébio dentro da área e o juiz marcou pênalti. Na cobrança, Rogério marcou.
A dez minutos do fim, Cañete entrou no lugar de Casemiro para empurrar a equipe ao ataque. Pouco depois, porém, o time perdeu Dagoberto, machucado. A reação ficou ainda mais complicada a partir dos 37, após a expulsão de Jean. A derrota, então, foi inevitável.
Após o apito final, de forma irônica, Rogério Ceni correu em direção ao árbitro com a mão estendida para cumprimentá-lo. Recebeu cartão amarelo do goiano Elmo Alves Resende Cunha, que até marcou um pênalti inexistente a favor do São Paulo e pouco teve a ver com mais um tropeço do time no Morumbi.