Ou seja, a receita obtida com a bilheteria não foi suficiente para cobrir taxas, impostos e despesas gerais.
Em outras palavras, neste Estadual, cuja média de público cai pelo terceiro ano seguido, alguns clubes, em vez de lucrar, pagam para jogar.
"Cada clube sabe a despesa que terá. A partir daí, ele deve trabalhar para ter receita. Quem trabalhou para isso obteve sucesso", afirmou Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.

Um torcedor solitário do São Paulo na arquibancada; clubes mandantes perdem dinheiro no Paulista
"E você pode ver: são sempre os mesmos clubes que têm prejuízo", completou.
Ituano e São Caetano são os campeões no quesito neste Campeonato Paulista. "É difícil para nós, nosso torcedor não comparece. Fazemos mil campanhas e promoções, e o apoio não chega. E as despesas são altas", disse o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza.
Dos seis jogos que fez em casa, o São Caetano teve prejuízo em quatro. O balanço total só não é negativo graças aos R$ 117,4 mil que o clube lucrou no jogo contra o São Paulo, pela 11ª rodada.
O campeão do prejuízo é o Ituano, que perambula pelos estádios do interior enquanto sua arena é reformada. Após cinco jogos, o balanço geral é negativo: R$ 415.
Mas nem mesmo os grandes escapam. O maior deficit verificado neste campeonato foi em uma partida do Corinthians, no Pacaembu: rombo de R$ 13 mil contra o Ituano, na sexta rodada.
Nessa partida, a bilheteria do Pacaembu rendeu ao Corinthians R$ 171,3 mil. Mas as despesas, incluindo o aluguel do estádio (R$ 65,9 mil), chegaram a R$ 184,4 mil.
No bolo das despesas há, por exemplo, repasse feito à federação (5% da arrecadação), taxas de antidoping, de arbitragem, de policiamento e de fiscais, entre outras.