A Libertadores começa na próxima quarta-feira para os clubes brasileiros. E será na competição sul-americana que a mística da força do jogo em casa e dos estádios dos mandantes será colocado à prova. Principalmente para o Independência, local em que o Atlético-MG ficou invicto no Brasileiro 2012 e que provocou até mesmo a indignação do técnico Vanderlei Luxemburgo.

O estádio mineiro não viu derrotas do time de Cuca durante a disputa da Séria A do ano passado. Algo que aconteceu com todos os outros brasileiros que estão na competição sul-americana nas suas respectivas casas.

Em 19 jogos no Independência, o Atlético-MG somou 14 vitórias e cinco empates, aproveitamento total de 82% - é melhor no quesito do que os demais ‘parceiros’ de Libertadores. O time ainda fez um jogo como visitante, quando empatou o clássico local contra o Cruzeiro. O São Paulo iguala a marca mineira em aproveitamento, mas saiu derrotado duas vezes do Morumbi no último ano.

Na sequência aparecem o Grêmio (75% de aproveitamento no Olímpico no Brasileiro de 2012), Corinthians (63% no Pacaembu), Fluminense (60% nos 16 jogos que fez no Engenhão, sua casa na Libertadores) e Palmeiras (38% no Pacaembu em sete jogos; o estádio será a casa do clube na Libertadores).

A campanha incrível dos atleticanos no Independência durante o Brasileiro foi alvo da fúria do técnico gremista Vanderlei Luxemburgo. Logo após o empate em 0a 0 com o time de Ronaldinho e cia., o treinador disse que as dimensões do gramado eram menores que as divulgadas. “Tem 98m por 68m, é tudo migué. Eu mandei medir, não sou tonto. O pessoal tem uma estratégia”, disse, à época.

Segundo Luxa, as dimensões reduzidas ajudavam o Atlético-MG a abusar da velocidade, umas das principais características da equipe. A empresa que cuida do gramado do estádio rebateu a afirmação, dizendo o campo tinha as medidas no padrão Fifa, de 105mx68m.

Ajudado pelo gramado ou não, fato é que o Independência é bem diferente dos demais estádios. Enxuto – tem a menor capacidade público entre as cinco arenas, para cerca de 23 mil pessoas -, o local, quando cheio, cria o famoso alçapão. O fato da distância entre torcida e gramado ser curta colabora com o efeito, algo que não pode ser visto, por exemplo, no Morumbi.

O estádio 'estreia' na Libertadores na próxima quarta-feira, quando o Atlético-MG recebe o São Paulo, na primeira partida pela fase de grupos da competição continental.

Veja dados dos cinco estádios brasileiros na Libertadores:

Mandante: Atlético-MG
Estádio: Independência
Medida: 105m x 68m
Capacidade: 23.018
Brasileiro 2012: 19J, 14V, 5E, 0D, 42GP, 15GC, 82% de aproveitamento

Mandante: Grêmio
Estádio: Arena Grêmio
Medida: 105m x 68m
Capacidade: 60.540
Brasileiro 2012:19J, 13V, 4E, 2D 30GP, 10GC, 75% de aproveitamento (Olímpico)

Mandante: São Paulo
Estádio: Morumbi
Medida: 108m x 72m
Capacidade: 66.795
Brasileiro 2012: 19J, 15V, 2E, 2D, 37GP, 10GC, 82% de aproveitamento

Mandante: Corinthians
Estádio: Pacaembu
Medida: 105m x 68m
Capacidade: 40.199
Brasileiro 2012: 19J, 10V, 6E, 3D, 31GP, 18GC, 63% de aproveitamento

Mandante: Palmeiras
Estádio: Pacaembu
Medida: 105m x 68m
Capacidade: 40.199
Brasileiro 2012: 7J, 2V, 2E, 3d, 9GP e 8GC, 38% de aproveitamento

Mandante: Fluminense*
Estádio: Engenhão
Medida: 105mx68m
Capacidade: 46.931
Brasileiro 2012: 16J, 8V, 5E e 3D, 25GP, 12GC, 60% de aproveitamento

*Palmeiras foi itinerante no Brasileiro. Além do Pacaembu, foram três jogos na Fonte Luminosa (1V, 1E e 1D), sete jogos na Arena Barueri (3V, 2E e 2D), um na Palestra Itália (derrota) e um em Presidente Prudente (uma derrota)

** Fluminense mandou dois jogos em São Januário e um jogo em Volta Redonda. Ganhou os três duelos