Em tópico recente abordei a falta de “padrão de jogo” do São Paulo FC, onde também afirmei que o time esta vivendo mais da torcida inflamada (Copa do Brasil) que do futebol apresentado e houve interpretações equivocadas. Teve membro aqui do site que escreveu que “esquema tático e padrão de jogo é saber jogar e que o resto se resolve sozinho”. Absurdo isso... Qdo digo de interpretação equivocada, digo do desconhecimento do futebol, não de uma ou outra opinião divergente. É do contraditório, do bom debate que se aprimora uma ideia e no futebol não se foge à regra.

Por padrão de jogo, entendesse um esquema tático que pode variar de configuração de acordo com a situação deste ou daquele jogo, seja com um futebol mais defensivo, seja em um futebol mais agressivo. O que vai determinar o bom funcionamento do time e de seus compartimentos, defesa, meio campo e ataque é o padrão de jogo, um esquema definido. É claro que a individualidade e a habilidade do jogador podem surpreender criando situações favoráveis ao time, independente do esquema tático empregado. Quantos jogadores, no entanto, desequilibram hoje? Poucos...

Precisa-se de muito treino, jogadas ensaiadas à exaustão, só coletivo não resolve. Coletivo é mais recreação e lazer.



O Telê pegou o Cafu e fazia-o ficar cruzando bolas na área, até que aprendesse e ele aprendeu.
Nessa época o São Paulo, não tinha um centro avante fixo, o time rodava em campo como o Barça faz hoje. Palhinha e Raí se revezavam dentro da área e o meio campo chegava com força ao ataque. O time era treinado para jogar assim, tinha um padrão tático. Perdia jogo, claro, não existe o imbatível no futebol, mas tinha um esquema tático. Tinha momentos do jogo que abandonava a marcação mais a frente e recuava sem o Telê ficar se esgoelando na beira do campo e atraia o adversário para a armadilha ou ao jogo que melhor lhe convinha fazer. O time tinha padrão tático e se compunha em campo de acordo com o jogo do adversário. Isso foi adquirido após longo tempo de treinamento, o Telê era compulsivo e obsessivo pela perfeição.

Depois veio a era Muricy que jogava num ortodoxo 3X5X2 e só saia desse esquema se o time estivesse em situação adversa no placar e se não conseguisse se arrumar em campo. Creio que se formos pegar todos os jogos dessa época de ouro, não tivemos mais que quatro ou cinco partidas brilhantes. Ligação direta entre defesa e ataque era uma constante, juntamente com aquelas bolas lançadas na área em faltas laterais e da intermediária. Era um jogo feio, mas compactado, sem deixar espaços no meio campo para os adversários. Era nosso padrão de tático de jogo. Feio e de resultados, mas, era um esquema.

O que nos falta é um padrão definido de jogo, insisto. Sem isso não se pode esperar muita coisa, além da força da torcida empurrando um time sem rumo e que não sabe aonde ir.

É bom saber que o time é cascudo, brigador, mas o ideal seria acrescentar-se a isso, um futebol envolvente e bem esquematizado.