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Fabão diz que 'voltaria na hora' ao São Paulo

Prestes a completar 36 anos, zagueiro ainda falou sobre suas maiores alegrias e decepções na carreira, sujeira no futebol e Neymar

Prestes a completar 36 anos, o zagueiro Fabão procura um clube para voltar a jogar. Depois de ser rebaixado com o Comercial no Paulistão, ele diz ter recebido propostas de clubes da Série A do Brasileirão, mas que não lhe agradaram. Na expectativa para definir seu futuro, ele não esconde o carinho pelo clube onde mais se destacou na carreira. “O São Paulo é o Real Madrid do Brasil. Se me oferecerem uma proposta, eu volto na hora”, disse, em entrevista ao band.com.br.

Apesar de veterano, Fabão garante estar em plena forma física e pensa em jogar até os 40. “Tem muito menino de 20 anos que não corre o que eu corro com 35”, afirmou. Entre outros muitos assuntos, o zagueiro - que pretende se tornar empresário quando se aposentar - ainda falou sobre suas maiores alegrias e aventuras na carreira (como ter comido escorpião na China), acredita que só está faltando sorte para o Tricolor, rasgou elogios a Emerson Leão e revelou que três clubes ainda lhe devem dinheiro. Ainda já previa que Neymar seria o que é hoje em sua passagem pelo Santos, em 2008. "O moleque era embaçado. Com 16 anos, já era um fenômeno".

Sobre suas maiores decepções, Fabão não escondeu a mágoa por nunca ter sido convocado para a seleção brasileira. Ele pensa que deveria ter recebido uma chance de Carlos Alberto Parreira em sua melhor fase na carreira, quando conquistou o Mundial em 2005. Por isso, lamentou o meio sujo que é o futebol. “Hoje os empresários mandam”.


Veja a entrevista completa a seguir:


Como está sua situação? Já recebeu proposta de algum clube?
Fabão: Me procuram, mas passam propostas fora da realidade. São times de Série A. O salário que ofereceram é muito baixo. Talvez seja pela minha idade. Mas até falei para um diretor: ‘tem muito menino de 20 anos que não corre o que eu corro com 35’.


Quando pretende se aposentar? Já pensou no que vai fazer posteriormente?
Fabão: Se eu continuar assim, até os 40 anos dá pra jogar (risos). Quem sabe.. Mas eu pretendo ficar perto de casa. Às vezes você cansa de estar viajando, concentração, cobrança da torcida... Depois que me aposentar do campo, quero ser empresário de futebol. Também já trabalho no ramo de construção de casas em Goiânia.

Qual foi o melhor momento da sua carreira? Cite um jogo inesquecível.
Fabão: Foi no São Paulo. O jogo do Mundial contra o Liverpool. Continuo assistindo direto as partidas do time, inclusive o jogo contra o Goiás [última quarta, empate por 2 a 2] mesmo eu estava assistindo. O time foi bem e soube jogar a Copa do Brasil, onde o importante é não levar gol em casa.


Quando chegou ao São Paulo, esperava fazer tanto sucesso e ser ídolo da torcida?
Fabão: Para falar a verdade, não esperava tanto sucesso. É impressionante o carinho que a torcida tem por mim até hoje. Fui para a Coreia e até lá um cara me reconheceu. Também, né? Um puta negrão forte, não tem como (risos). Ele me agradeceu pelos títulos. Fiquei muito feliz.


Muitos são-paulinos reclamam que falta raça e liderança no atual time do São Paulo. Está faltando um Fabão? Acha que tem condições para voltar?
Fabão: Só depende da diretoria. Se me oferecerem uma proposta, eu volto na hora. O time é bom pra caramba. Não acho que esteja faltando correria dos jogadores. Só está faltando sorte, futebol tem muito disso. O time de 2005 e 2006 era forte pra caramba nisso também. Sempre a bola batia na trave e entrava.

O Leão vive momento instável no São Paulo e é conhecido por sua forte personalidade. Como era trabalhar com ele?
Fabão: Ele é um cara que eu gosto muito, um dos melhores treinadores que já tive. Quando eu chegava, sempre brincava com ele no treino. Um cara que admiro muito. Uma vez fui de chinelo para o treino. Ele disse: ‘Fabão, pega seu sapato mais bonito e vem pra cá’. Depois disso, comecei a ir arrumado para o treino. Ele está certo. O Leão é um tipo de patrão que cobra. Gosta de tudo certinho. Quem reclama dele gosta de baderna.



Sente que faltou alguma coisa na carreira?
Fabão: Conquistar a Copa do Brasil e chegar à seleção brasileira. Bati na porta duas vezes, mas não consegui. Uma eu estava no Flamengo e a outra no São Paulo. Estava bem, era o melhor zagueiro do Brasil. Tinha que ter uma chance, não digo como titular, mas pelo menos no banco. Teve um jogo da Seleção, que levaram um zagueiro do Palmeiras que nem jogava. Acho que era o Gláuber. Depois até parei de torcer para a Seleção. Na verdade até continuei torcendo, mas não como antes, com tanta vontade. Quem está no meio do futebol sabe. Parece coisa de empresário. Valorizar para depois vender. Eles mandam no futebol.


Qual foi o pior momento da carreira?
Fabão: Foi quando eu tive uma lesão muito greve no Japão. E também quando tive que fazer uma cirurgia no rosto no Guarani, em um jogo contra o Corinthians. Mais até que meu rebaixamento no Guarani. Lesão é muito triste, você vai parar na UTI, não pode mais ajudar o clube. E o Guarani é um time que eu gosto muito. E a torcida também gosta muito de mim. Eles gritando meu nome, dá gosto. São muito fanáticos.


Você ficou marcado por ser um zagueiro de vigor físico, sem muita técnica. Você concorda com isso?
Fabão: Realmente, eu até brinco com meus amigos. Não tive muito fundamento. Ia mais na vontade. Não era o zagueiro que tirava nota 10, mas sempre passava tranquilo de ano, um 6, 5, às vezes até um 7 (risos).

Fez amigos no futebol? Criou inimizades?
Fabão: Tenho bastante. Se eu parar para falar, vamos ficar até amanhã aqui. O Renan, Mazola, Baiano, Ganso... Qualquer lugar que passo faço amizade. Existe pessoas sem caráter, como em qualquer profissão. Às vezes tem cara que fica seu amigo, mas não é. Quando encontro um cara assim, deleto. Pra mim não existe.

Qual foi seu melhor técnico? Jogador derruba treinador?
Fabão: Tive bastante técnicos, Muricy, Leão, Autuori, Evaristo, Carlinhos,... Só tive treinador bom. O Mancini, Geninho, Marcio Fernandes. Nunca vou brigar, sempre procuro ajudar. Quanto a derrubar treinador, dependo do grupo. Às vezes o cara fala mal, mas para derrubar não. Quando o cara está ali, quer ganhar. Seu nome também está em jogo.


Qual foi o atacante que mais te deu trabalho?
Fabão: Adriano e Kleber. Os dois são titulares absolutos do meu time. Você bate neles e eles continuam.

Conseguiu fazer seu pé de meia com o futebol? Tem medo pela fama que alcançou?
Fabão: Graças a Deus o que eu ganhei, dá pra levar. Meus filhos estão em uma escola legal, moro em um condomínio fechado. Moro em Goiânia, é uma cidade tranquila. Não tenho seguranças. Tem que andar num lugar que tem mais segurança.


Em sua passagem pelo Santos, você chegou a jogar com o Neymar?
Fabão: Jogamos juntos nos treinos, tanto contra como no mesmo time. Ele ainda estava franzino, magrinho. Agora ele encorpou. E está mais rápido, ganhou muita velocidade. O moleque era embaçado. Com 16 anos, já era um fenômeno. Bagunçava no treino.


Como foi sua passagem pelo Flamengo? Os jogadores sentiam a bagunça política?
Fabão: O Flamengo tem muita pressão, igual o Corinthians. Fui bem, ganhei 3 títulos lá [dois Cariocas e uma Copa Mercosul]. Agora melhorou, com a Patrícia Amorim. Ela conseguiu dar uma organizada. Um clube daquele, com a torcida que tem, não merece isso. Fiquei sem receber, está até hoje na justiça, não pagaram 15% do meu passe. Ainda ficou uma parte lá. O Comercial e o Guarani também. Mas o Guarani nem coloquei na Justiça porque é um clube que gosto muito. Falei para nós entrarmos em um acordo, pedi para descontar 20% do que eu ganhava, mas nem assim teve jeito. Não aceitaram.

Conseguiu se adaptar facilmente no futebol espanhol (jogou por Betis e Córdoba)? A estrutura dos clubes de lá é muito diferente da dos times brasileiros?
Fabão: A cultura é muito diferente, tem que chegar no horário certinho em tudo. Não podia levantar da mesa quando os outros jogadores estavam comendo. Consegui o acesso à primeira divisão no Betis. Depois fui emprestado para o Córdoba e tive uma lesão, não voltei à mesma forma. A estrutura do São Paulo é muito melhor, sem dúvida nenhuma. O São Paulo é o Real Madrid do Brasil. E estrutura faz a diferença.


Como é jogar na Ásia? Enfrentou Conca e Muriqui?
Fabão: A cultura lá é muito diferente. A china estranhei muito, mais que o Japão. Cheguei a treinar 4 vezes por dia. Tinha neve, frio e o treinador dizia pra dar uma corrida. Era treino antes do café, depois, às 15h, e a noite na academia. Comia até escorpião lá. Tinha restaurante brasileiro, mas já que estava lá na China, né? Tem que comer, todo mundo comia. O Conca e o Murique estavam muito bem quando eu jogava lá. Principalmente o Muriqui. Os chineses ficam até com medo dele (risos).

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