publicidade

Seleção do San-São: Aprovados pelo técnico Pepe, selecionáveis falam do clássico

Disputado desde 1936, quando em 25 de abril o Santos, então atual campeão paulista, venceu amistoso na Vila Belmiro por 2 a 0, o clássico entre Santos e São Paulo ganhou o apelido de SanSão do antigo jornalista Thomaz Mazzoni, do jornal A Gazeta Esportiva. Como em todos os jogos envolvendo grandes clubes, o clássico tem suas peculiaridades e a principal deste são os ídolos comuns à ambas as torcidas, sendo possível formar a ‘Seleção do SanSão’.

Desde aquele primeiro e longínquo confronto, foram realizados outros 266 jogos e embora o Santos tenha vencido os cinco primeiros jogos na história, a vantagem tricolor é ampla. São 115 vitórias são-paulinas, 89 santistas e 63 empates. Além disso, o clube do Morumbi marcou 440 gols contra 377 do time de Vila Belmiro.

Porém, para formar a ‘Seleção do SanSão’ entre jogadores ainda vivos e que poderiam opinar sobre a semifinal do Paulistão Chevrolet 2012, a frieza dos números não foi levada em consideração, mas sim a qualidade destes atletas e a história que fizeram em ambos os clubes. Uns mais que outros, uns mais ídolos de uma torcida que de outra, um mais torcedor de terminado clube que de outro...

A Seleção do SanSão

Sendo assim, o camisa 1 da equipe atente pelo nome de Zetti. Campeão de todos os títulos possíveis com a camisa do São Paulo, clube que defendeu entre 1990 e 1996, o goleiro saiu do Morumbi e foi defender o Santos. Na Vila Belmiro comemorou ainda os títulos do Torneio Rio-SP e da Copa Conmebol.




Com a autoridade de quem um dos grandes goleiros da história do futebol brasileiro, Zetti elogiou os arqueiros atuais. “O Rafael é um goleiro jovem, mas que já possui uma final de Libertadores e um Mundial no currículo, além de partidas pela Seleção Brasileira. Creio que ele tenha um futuro brilhante pela frente e nesta partida, pelo que vejo, ele tem tudo para se sair bem. Já o Denis vem sendo preparado há muito tempo e agora que está tendo a oportunidade ele vem demonstrando muita qualidade, creio que esta partida poderá ser um divisor de águas na carreira dele”, opinou.

Na lateral direita o nome é de Nelson, que mais tarde, como treinador, ganhou o fama como Nelsinho Batista. Lateral direito do São Paulo entre 1971 e 1977, Nelsinho também saiu do Morumbi para a Vila Belmiro, onde jogou de 1978 a 1981.

Hoje técnico, com passagem por ambos os clubes, o antigo lateral aposta em uma final antecipada entre as equipes. “Com todo o respeito a Guarani e Ponte Preta, acho que o clássico do fim de semana é uma final antecipada. O São Paulo e o Santos tem um time jovem, mas com currículo de seleção e, sem dúvidas, são os times com mais condições de título”, afirmou.



Zagueiro central de muito respeito, jogador de seleção brasileira, Ricardo Rocha é o primeiro da zaga a entrar neste time. De boa passagem pelo São Paulo nos anos de 1989 e 1991, saiu para atuar no Real Madrid (ESP) e voltou ao Brasil em 1993 para defender o Santos, onde viveu bom momento no Campeonato Brasileiro.

Edu Dracena, Durval e Rhodolfo receberam elogios do antigo xerife. “O Dracena e o Durval são muito seguros. Tanto que indiquei o Durval para alguns clubes, quando ele estava no Sport. Apesar da idade, que chega para todo mundo, ele se cuida e é muito bom zagueiro. Já a defesa do São Paulo, também é de muita qualidade, apesar de ser mais nova. O Rhodolfo é alto, tem ótimo posicionamento tem marcado seus gols”, analisou.



A quarta zaga não deixa a desejar em qualidade e completa em estilo o companheiro. Antônio Carlos Zago sempre aliou muito bem técnica e força, e conseguiu agradar a torcida dos quatro grandes clubes de São Paulo. Esteve no Morumbi entre 1990 e 1992, onde ganhou a América e o Mundo. Após passar pelos rivais Palmeiras e Corinthians, sempre conquistando títulos, encerrou a carreira no Santos, onde foi campeão paulista e brasileiro.

Sobre as defesas, porém, o atual treinador deu vantagem à santista, assim como acabou fazendo Ricardo Rocha, ao citar apenas um são-paulino. “Eu vejo a zaga do Santos bem mais entrosada. Eles estão jogando juntos a mais tempo, além da experiência de vencer uma Libertadores. Já os zagueiros do São Paulo estão em fase de entrosamento. O Leão acertará a zaga em breve, mas na minha opinião, o sistema defensivo do Santos é mais confiável”, comparou.

Fechando a linha de quatro jogadores da defesa, o irreverente Gilberto Sorriso é o lateral-esquerdo. Após vestir a camisa são-paulina entre 1970 e 1977, foi junto com Nelsinho para a Vila Belmiro em 1978, onde ficou até 1984, se identificando bastante com a torcida.

Falando dos homens que hoje atuam na sua posição, Sorriso demonstrou respeito pelo experiente Léo, mas coloca Cortez com vantagem no confronto. “Vejo o Cortez em nítida vantagem quando o assunto é habilidade. Ele também está surgindo agora e precisa provar que é um bom jogador. Já o Léo, manteve uma regularidade impressionante dentro do Santos. Ele pode não se destacar, mas foi um grande jogador dentro da equipe. Sua capacidade de marcação também é bem melhor que a do Cortez”, disse.

Num meio de campo que terá muita qualidade, faz-se necessário um bom ladrão de bolas e que mantenha o nível nos passes. Sendo assim, Gallo veste a camisa 5 da equipe. De boa estatura, Gallo chegou ao Santos em 1992 e saiu em 1996, fazendo parte do time de 1995 que encantou a torcida. Mas, foi no São Paulo, em 1998, que comemorou seu primeiro título na carreira, justamente o paulista.

Treinador do Náutico, Alexandre Gallo, como agora é conhecido, se furta a apontar um favorito, mas numa comparação aos volantes do jogo, dá vantagem ao Santos. “Acho que existe uma boa briga entre os volantes, mas acredito que hoje o Arouca talvez seja o grande destaque do futebol brasileiro nessa posição”, apontou.

O setor de criação de qualquer time precisa de jogadores de extrema qualidade e numa seleção isso não pode faltar. Por isso, a camisa 8 tem dono: Aílton Lira. Exímio lançador e cobrador de faltas, Lira fez parte da primeira geração de Meninos da Vila, quando esteve no Santos entre 1976 e 1979. Depois jogou apenas seis meses no São Paulo, mas o suficiente para conquistar um título.

Fã do futebol de Ganso, o antigo meia elogia outro canhoto: Fernandinho. “Estava comentando esses dias que gosto demais do Ganso, mas acho que a única deficiência dele é a bola parada. Se ele começar a resolver na bola parada, vira um jogador completo. Um gol de falta, um escanteio que resulte em gol em uma decisão, acaba marcado pelos torcedores, vira herói”. Sobre o são-paulino, é fã da sua explosão. “Ele é muito rápido e habilidoso, pode decidir a partida numa arrancada”, afirmou.

Como pouca responsabilidade é bobagem, a honra de vestir a camisa 10 desta equipe será dada a um craque na acepção da palavra. Prata da casa, Pita comandou os Meninos da Vila e esteve no Santos entre 1977 e 1984. Saiu para defender o São Paulo e esteve à frente dos Menudos do Morumbi, também conquistando títulos.

Craque da Seleção do San-São, Pita deseja sorte a quem considera os craques das duas equipes na atualidade. “O Neymar está um patamar acima do Lucas, hoje. O atacante santista possui aquele algo a mais, já o meio-campista do São Paulo ainda não descobriu o seu brilho. Creio que individualmente será um belo duelo e só posso desejar sorte aos dois garotos”.



No ataque, a artilharia é pesada. Com a camisa 7, improvisado, jogando em função do time, está Careca. Ídolo do São Paulo onde esteve entre 1983 e 1987, porém torcedor do Santos quando criança, Careca fez questão de vestir a camisa santista, já veterano em 1997.

Bastante dividido, o ex-atacante torce apenas para que o melhor, de fato, vença. “Todo mundo sabe que sou santista, mas tenho uma ligação muito forte com o São Paulo. Espero que seja um grande jogo e torço para que vença aquele que jogar um melhor futebol, porque tenho carinho pelos dois times. O Santos é desde moleque e o São Paulo me marcou na época que joguei lá. Quero que vença o melhor e não aquele que ganhou por acaso. Tomara que seja um jogo bastante movimentado, com muita velocidade, com bastantes gols”, declarou Careca.

Estranhamente, quem não faz questão nem mesmo de fazer média sobre a sua torcida é Serginho Chulapa, o maior artilheiro da história do São Paulo. Também santista desde garoto, o camisa 9 da seleção não titubeia e garante a torcida pelo time de Vila Belmiro.

Em 401 partidas pelo clube do Morumbi, que defendeu entre 1973 e 1982, Chulapa marcou 243 gols. Mesmo assim, torce pelo Santos. “Sou eternamente grato ao São Paulo, clube que me revelou para o futebol. Mas sempre fui santista, torço pelo Santos”, afirmou Serginho que é o maior artilheiro santista da era pós-Pelé com 104 gols ao lado de João Paulo.

Completando este poderoso ataque, na ponta-esquerda, com a camisa 11, está o habilidoso e rápido Zé Sérgio. No São Paulo de 1976 a 1984, após sofrer com seguidas contusões que o tiraram, inclusive da Copa do Mundo de 1982, Zé chegou à Vila Belmiro e contribuiu com o título paulista de 1984.

Abusado naquela época, Zé Sérgio pede para que Neymar e Lucas não se intimidem e partam para cima dos marcadores. “Eles têm que jogar, sem medo. Tem que ir pra cima, ir pra dentro. O Neymar está até um pouco mais à frente do Lucas porque ele já assimilou e mesclou o individual com o jogo coletivo. O Lucas precisa aprender a dosar isso, saber quando tocar a bola e quando partir pra dentro do zagueiro”, encorajou.

Por fim, toda seleção precisa de um técnico, certo? Mas, poucos aceitariam assumir uma seleção pré-definida e assim, o simpático José Macia, o Pepe, campeão por ambos os clubes à beira do gramado, não se furtou e quis saber a escalão do time que comandaria.

Zetti; Nelsinho, Ricardo Rocha, Antônio Carlos e Gilberto Sorriso; Gallo, Aílton Lira e Pitta; Careca, Serginho e Zé Sérgio. Está bom, Pepe? “Está bom. É um bom time. Bem firme”, afirmou, aceitando o convite para comandar a hipotética seleção.

Sobre a semifinal de domingo, também sem esconder a torcida pelo Santos, Pepe analisou ambas as equipes e acredita que embora seu time do coração tenha mais chances, as defesas é quem vai decidir o jogo. “São dois times que priorizam o ataque com jogadores perigosos. Quem tiver mais cuidados defensivos, quem marcar melhor, vence. O São Paulo corre mais risco, já que o Santos tem um poder de fogo maior”, finalizou.

São Paulo e Santos se enfrentam neste domingo, às 16h, no estádio do Morumbi pela 268ª vez na história e quem vencer garante uma vaga na final do Paulistão Chevrolet 2012. Certeza, porém, apenas uma: a de que certamente outra bela página da rica história entre os clubes, será escrita.

VEJA TAMBÉM
- São Paulo vence Águia de Marabá e se aproxima das oitavas na Copa do Brasil.
- Veja a provável escalação do Tricolor para o jogo de hoje
- Veja como assistir Águia de Marabá vs São Paulo ao vivo


Receba em primeira mão as notícias do Tricolor, entre no nosso canal do Whatsapp


Avalie esta notícia: 8 6

Comentários (2)

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.