Dá para dizer que uma vaga das quartas de final da Copa do Brasil será decidida em família.

Afinal, na noite desta quinta-feira, em Campinas, se Luis Fabiano admite que será obrigado a “dar tapa na mãe” para vencer a Ponte Preta, onde foi revelado, o também atacante Roger não deixa barato. Fruto da base, está em sua terceira passagem pelo clube em que tem bastante identificação. Por isso, promete defendê-la.

– Ele não vai bater na mãe, não! Nem agora e nem depois, só mais para frente, lá no Brasileiro (risos). A gente vê o carinho com que ele trata a Ponte, é acima da média. Quem me dera ter a metade dessa história que ele tem no futebol.

Aos 27 anos, a história de Roger não é tão badalada quanto a do rival Fabuloso, titular do Brasil na última Copa do Mundo. Com 84 jogos pela Macaca e 21 gols marcados, tem passagens também por Palmeiras, Sport, Fluminense, Vitória, Ceará, Kashiwa Reysol (JAP) e São Paulo, onde não conseguiu brilhar:

– É difícil falar o porquê de não ter dado certo. Não posso culpar alguém e falar apenas que não tive chances. Tive minha parcela de culpa. Se eu tivesse a cabeça que tenho hoje, de saber a importância de treinar, de descansar e de ser um atleta, talvez tivesse tido mais sucesso ali – admite.

– Mas também acho que, em 2010, quando voltei de empréstimo do Vitória, estava maduro. Vivia ótima fase, mas joguei muito pouco – diz, sobre o período que antecedeu seu empréstimo ao Guarani, que até hoje lhe causa problemas com a torcida.

Experiências de uma carreira que ensinaram bastante ao camisa 9. Lições de um pai, como considera que foi o Tricolor foi para a sua vida. Mas, sem pensar, espera que ele apanhe:

– Tem de bater, meter o pau nesse pai! (risos).Tem de ser assim, mas é um jeito carinhoso de tratar os clubes que nos receberam com carinho. Não tive sucesso lá, mas a forma como me tratam é fora de série. O São Paulo é grande mesmo – elogia ele.

Grande como um coração de mãe, em que sempre cabe mais um, como se diz no popular. Sem ciumeira, Roger divide a maternidade com Luis Fabiano, ilustre filho da cidade.

– Acho que essa mãe é nossa. O Luis teve muitos anos aqui, assim como eu. O carinho é grande dele pelo clube. Ele é fera, uma referência.
Com a palavra: Washington
Ex-atacante de Ponte Preta e São Paulo, hoje aposentado

"Ele não rendia. Eu dizia para ter a cabeça boa"

Roger fez um gol importantíssimo contra o Corinthians. É um cara de muito bom coração, torço para que ele vá bem, faça gols e consiga ajudar a Ponte. É um jogador de área, que fica como referência. Esteve comigo no São Paulo em 2010, mas ficava mais no banco. Tinha voltado de empréstimo e não teve tantas oportunidades. Quando teve, não conseguia render. Nós sempre conversávamos. Eu dizia para ele ter cabeça boa, porque as coisas iam acontecer.

Hoje, diria a ele para ter tranquilidade pois, se tiver chances, vai aproveitar. Tenho um carinho especial pelos dois clubes, torço para que consigam ir bem nos campeonatos. Infelizmente, um ficará pelo caminho. A chance da Ponte é no jogo em casa, mas acho o São Paulo favorito por decidir no Morumbi.