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Planejamento e precaução: trabalho da polícia no clássico do Pacaembu

O GLOBOESPORTE.COM acompanhou toda a preparação da PM para o confronto entre Corinthians e São Paulo, domingo passado. Confira

A cidade de São Paulo recebeu no último domingo o primeiro clássico de 2012. Corinthians e São Paulo se enfrentaram no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista, e pela primeira vez na temporada a Polícia Militar responsável foi a campo com todas as suas forças para evitar confrontos de torcedores, e problemas pela capital. A partir de agora, você vai acompanhar passo a passo os detalhes da goleada contra a violência nos estádios.

Assim como em qualquer equipe de futebol, antes de qualquer ação existe a preparação. A sexta-feira foi de planejamento para a PM no 2º Batalhão de Choque, localizado no bairro da Luz, zona central de São Paulo. Autoridades e os principais responsáveis pela segurança do espetáculo se encontraram para discutir possíveis pontos de riscos no clássico.

Usando como base o jogo entre Corinthians e Palmeiras, pela última rodada do Brasileirão 2011, o encontro serviu para discutir erros e acertos, para que nada de errado acontecesse no domingo, 12 de fevereiro, no Pacaembu.

- Reunimos todos os órgãos públicos e privados envolvidos no evento para que cada um, dentro da sua respectiva competência, organize o seu efetivo de forma que a segurança e todos os outros problemas envolvendo o evento sejam resolvidos - explicou o Tenente Gregorin, do 2º Batalhão de Choque, responsável por coordenar a palestra.
Membros de torcidas uniformizadas também são obrigados a participar.

Além de ouvir todas as orientações da Polícia Militar, eles também respondem pelos erros cometidos em jogos anteriores, partidas em que determinadas facções causaram ocorrências. O horário de saída e chegada no estádio também é pré-agendado com a polícia, e com os responsáveis pelos transportes públicos (Metrô e CPTM).

- Não fazemos isso só antes dos clássicos, mas sempre. Em todos os jogos realizados, organizamos um encontro prévio com os principais responsáveis pelo evento. Nos clássicos, claro, o cuidado é maior. É uma oportunidade democrática para que todos se manifestem, principalmente as torcidas uniformizadas. É a chance para elas reivindicarem as suas necessidades e os seus direitos - comentou o Coronel Carlos Savioli, responsável pelo 2º Batalhão de Choque.

Desta reunião, torcedores uniformizados já saem com toda a programação do dia do clássico, cientes dos instrumentos que vão poder levar para as arquibancadas, e com os horários definidos. Qualquer descumprimento das normas pode causar restrições nos jogos futuros.

- Se vocês são representantes de torcidas, não tem mais moleque aqui - completou o tenente Gregorin, cobrando o cumprimento de todas as solicitações aos "uniformizados".

O DIA DO JOGO

No domingo, o clássico começa mais cedo para os policiais no batalhão. Às 11h, todos já estão reunidos no pátio, prontos para ouvir a preleção, exatamente como numa partida de futebol. Hora de cada um dos centenas de policiais responderem à chamada, ouvirem do comandante responsável qual vai ser o posicionamento no Pacaembu, além de receber um resumo de tudo o que ficou resolvido na reunião com as torcidas uniformizadas na sexta-feira.
Só o 2º Batalhão de Choque da PM enviou 188 homens cuidar da segurança no estádio, desde a chegada dos torcedores, até o desembarque das duas delegações. Eles ainda receberam o apoio da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas), Cavalaria, Força Tática e Polícia Civil.
- O trabalho é todo integrado, sendo que cada unidade de policiamento tem a sua função. O nosso serviço é evitar a ação dos flanelinhas, que tentam subornar os motoristas, e das pessoas que tentam cometer atos ilícitos em volta do estádio - explicou o Sargento Marques, da Rocam.
- Fazemos um estudo e uma preparação muito grande antes de cada evento. No dia, temos de colocar em prática, cientes de que não podemos errar, especialmente em dia de clássico - avisou o Tenente Chyo, que no último domingo foi o responsável pelo policiamento de choque no Pacaembu.
Por volta de 13h20m, com viaturas e três ônibus, a Polícia Militar chega ao Pacaembu. Tempo para que cada um pudesse se posicionar para a abertura dos portões, agendada para 14h.
Exceto a parte da torcida visitante, o restante dos ingressos não chegou ao fim nas bilheterias, que fecharam ao meio-dia. Informações sobre a presença de público é sempre uma das prioridades.

TORCIDA MANDANTE

Como o mando de jogo era do Corinthians, os corintianos não tiveram restrições para chegar ao Pacaembu. A orientação dada pela Polícia Militar era apenas com relação ao uso das estações de metrô. Como a rua Passalaqua, ao lado do Pacaembu, teve um trecho fechado para isolar os quase dois mil são-paulinos, a orientação era para que os alvinegros descessem na estação Marechal Deodoro (linha vermelha).
Normalmente, a maioria da torcida prefere descer pela estação Clínicas (linha verde), mas esta foi a parada dedicada aos visitantes. Os corintianos, em maioria, também tinham o direito de levar mais bandeiras e instrumentos ao Pacaembu.
Cerca de duas horas antes de a bola rolar (15H), as uniformizadas chegaram com seus adereços, que tiveram de passar pela vistoria da PM. Bandeiras, baquetas, faixas... Todo material é revistado antes da catraca.
- Eles só podem trazer para cá o material que foi autorizado pelo comando na sexta-feira. Se trouxerem algo a mais, não entra - explicou o Tenente Depieri, o responsável pela segurança no portão principal do Pacaembu.
- Bexigas estão liberadas, mas não é permitido entrar com gás hélio, até porque os torcedores queriam entrar com o cilindro. Além de ser perigoso, não teríamos como fiscalizar a parte interna - completou Depieri.

TORCIDA VISITANTE

Como é de praxe nos entre Corinthians e São Paulo, os visitantes receberam apenas 5% da carga total de ingressos. Por isso, pouco menos de dois mil são-paulinos foram ao Pacaembu. E a maioria chegou ao local com escolta da Polícia Militar.
Por volta das 16h50, dez minutos antes de o clássico começar, os torcedores começaram a descer a rua, fechada, que os levaria até o estádio. Antes disso, uma estratégia "de cinema" para que os membros das uniformizadas pudessem chegar sem nenhum confronto com torcedores rivais pela cidade.


A Cavalaria da PM auxiliou o 2º Batalhão de Choque no Pacaembu (Foto: Sergio Gandolphi/Globoesporte.com)

A polícia escoltou o grupo da sede de uma das torcidas uniformizadas até a estação São Bento (linha azul) do metrô. Ali, em um esquema já previamente montado, um trem vazio chegou para deslocar apenas os são-paulinos. E de uma maneira expressa. Eles não precisaram fazer baldeação até chegar na estação Clínicas - normalmente as pessoas precisam ir até a estação Paraíso para mudar de linha. O trem só parou no destino certo, todos cercados por PM's.

Como os torcedores do São Paulo chegaram ao Pacaembu atrasados, muitos passaram pelo portão 22 com a partida já em andamento. Mas, o mais importante, sem causar ocorrências.


FIM DE JOGO. INÍCIO DA ESPERA

Com a vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o São Paulo e o mau tempo durante todo o clássico, os corintianos rapidamente deixaram o Pacaembu. Mas os visitantes tiveram de esperar um longo tempo até serem liberados.
Isso porque o domingo 12 de fevereiro foi um dia atípico. Além de corintianos e são-paulinos, palmeirenses de uma uniformizada também estavam nas ruas, mesmo com o Verdão tendo atuado no sábado - vitória por 3 a 0 sobre o Ituano.
Todos estavam em direção ao Anhembi, para o último ensaio técnico, agendado para 20h, antes do desfile do Grupo Especial das Escolas de Samba. A Polícia já estava se sobreaviso, já que na semana anterior, no retorno de Presidente Prudente-SP, após o clássico contra o Santos, palmeirenses pararam em frente a uma das sedes de uma uniformizada do Corinthians para brigar.
- Não há um tempo determinado para a gente liberar a torcida visitante. A gente fica em contato com o pessoal do Metrô, e com os policiais que estão circulando na parte externa. Quando a gente perceber que a área já está vazia, aí sim liberamos a saída deles - avisou o Tenente Arcanjo, no 2º Batalhão de Choque da PM, responsável pela segurança dos são-paulinos.
Por volta das 20h, mais de uma hora depois do término do Majestoso, a torcida visitante, impaciente, deixou o Pacaembu, rumo à estação Clínicas do metrô, para fazer o caminho de volta, outra vez escoltados pela polícia militar.
GOLEADA NA VIOLÊNCIA
O 2º Batalhão de Choque da PM deixou o Pacaembu por volta das 21h aliviado, com sentimento de vitória no primeiro clássico na cidade de São Paulo em 2012. Desta vez, nenhum ato de violência dentro ou fora do estádio superou o espaço dos protagonistas do espetáculo no noticiário.

- O ano começou bem, o saldo foi positivo. Tivemos apenas três ocorrências: uma pessoa portando entorpecentes e duas portando material explosivo, porém tudo sem violência, que é o mais importante. Os torcedores vieram, divertiram-se e voltaram com segurança para as suas residências - finalizou o Tenente Chyo.

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