Na ordem das coisas, o clássico de domingo não vale tanto assim. Afinal, o Corinthians já está classificado para a fase decisiva do Paulistão e o São Paulo está quase lá.
Mas o Majestoso ganhou um componente extra que se soma à força da tradição em jogo. Além da disputa pela liderança, que confere algumas vantagens no mata-mata seguinte, Rogério Ceni, ícone tricolor, está a um passo de atingir a marca dos cem gols, feito incrível para qualquer goleiro na história do futebol mundial.
A expectativa de que o capitão tricolor consiga essa proeza justamente diante do rival antigo, simbolicamente, ganha uma dimensão extraordinária para as duas torcidas.
Ainda mais que a já histórica rivalidade entre Corinthians e São Paulo acirrou-se com a disputa pessoal entre os dois presidentes, que não se bicam nem em pesadelo. Eles competem por um espaço político na área do futebol, seja nas negociações sobre os direitos de transmissão do Brasileirão pela TV, seja numa eventual candidatura à presidência do Clube dos 13, ou o que dele sobrar, ou, ainda, na eventual constituição de uma liga de verdade.
EMOCIONANTE/ No campo de jogo, as forças se equivalem, embora o São Paulo deva se ressentir muito da ausência de Lucas: o menino que virou estrela da noite para o dia.
O Timão me parece mais equilibrado na sua formação com dois zagueiros, dois volantes que sabem jogar, dois meias e um ataque veloz e hábil, no qual desponta o artilheiro implacável - Liedson com seus dez gols no Paulistão.
Já o São Paulo, no esquema com três zagueiros, tem de fazer certos contorcionismos táticos para compensar a ausência de um jogador no meio de campo e eis que surge Jean cumprindo dupla função - ala e volante por dentro. O sistema funciona quando os três zagueiros são Rhodolfo, Alex e Miranda, mas emperra quando por lá está Xandão no lugar de um deles.
No plano emocional, o Corinthians vem de uma vitória fácil sobre o Oeste, oitavo colocado, enquanto o São Paulo amarga uma derrota inesperada para o Paulista, sétimo, em Jundiaí.
De qualquer forma, como os dois times praticam um futebol veloz e hábil do meio de campo pra frente, o jogo se prenuncia, no mínimo, emocionante. Senão, realmente, Majestoso.
BRASIL, SIL SIL!/ Enquanto seu Ganso não vem, Mano vai testando alternativas para o posto de meia-armador da seleção brasileira.
Contra a Escócia, no amistoso de domingo de manhã, Renato Augusto deverá ter sua grande chance para provar que pode ser essa opção.
Excelente jogador, destaque do Leverkusen, jovem ainda, ele tem vocação para o cargo. Mas não sei se tem estofo, aquele algo mais que se exige do maestro do jogo. Vejamos antes de julgar.
Clássico é clássico! Luis Fabiano encara os corintianos Rogério e Anderson (Foto: Arquivo)
Ao seu lado, é muito provável que se poste Jadson, o craque do Shakhtar, maior surpresa da Liga dos Campeões com sua legião de brasileiros de fino trato com a bola. Isso se Mano não optar por dar um passo atrás em sua caminhada frente à seleção brasileira, escalando por ali um volante travestido de meia, como Elano ou Elias. Passo, aliás, que ele marcou nos dois últimos amistosos da equipe: duas derrotas seguidas.
A VEZ DE LUCAS/ Mas, cá entre nós, quem não gostaria de ver o garoto Lucas por ali, pela meia direita, investindo ao ataque, onde não teremos Pato?
Lucas, me parece, é um caso do tipo Ganso e Neymar, que chegaram e marcaram território.
Por falar em Pato, que tal, logo de cara, experimentar esse garoto do Inter, Leandro Damião, forte e aplicado artilheiro? Ou, se quiser, Jonas, mais móvel e insinuante que o atacante colorado.
É um Grenal à parte para ser decidido pelo gaúcho Mano Menezes, que já operou nos dois grandes da fronteira.
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