- Fui para um clube em São Caetano e a equipe tinha mais de um Lucas. O pessoal perguntou de onde eu tinha vindo e eu disse: "da escolinha do Marcelinho". Acabou ficando. Eu era carequinha, baixinho e carreguei esse apelido por muito tempo. Depois que subi para o profissional vi que estava dando o que falar. Sempre que falavam de mim me relacionavam com o Marcelinho e eu não gostava, queria ter minha própria identidade. Resolvi usar o nome que os meus pais me deram - contou Lucas.
Lucas é uma das estrelas da Seleção Brasileira sub-20 comandada por Ney Franco (Foto: Reprudção / CBF)
Porém, mesmo com a mudança, os companheiros de Seleção sub-20 só chamam o apoiador de Marcelinho. Muito por conta da presença de outros cinco jogadores do São Paulo na lista de atletas chamados por Ney Franco. O zagueiro Bruno Uvini, o volante Casemiro e o atacante Henrique, que estava emprestado ao Vitória, conhecem o companheiro de longa data. Além deles, o meia Oscar, revelado no Tricolor, mas hoje no Internacional, e Lucas Gaúcho, desconvocado pela comissão técnica na última quinta-feira, já acostumaram com o apelido.
- Já nos conhecemos há uns quatro anos e isso é mais do que normal.
Minha avó faleceu logo depois que eu cheguei ao São Paulo. Era muito apegado. Mas são coisas da vida e temos que estar preparados"
Lucas
Curiosamente, a carreira de Lucas não foi construída apenas na base do São Paulo. Aos seis anos, a passagem pela escolinha Marcelinho Carioca. Em seguida, no Santa Maria. Dois anos depois, o destino do apoiador foi o Juventus da Mooca. Na época, ele jogava salão e campo.
- Fiquei três anos no Juventus. Depois passei mais três anos no Corinthians, quando surgiu o convite do São Paulo. Por toda a estrutura, pela tradição, eu optei pelo São Paulo. Cheguei lá em 2005 e estou até hoje. Eu tinha apenas 13 anos - relembrou.
Mas por que a troca do Corinthians pelo São Paulo? Lucas não pensou duas vezes ao responder. Segundo ele, tudo por conta de promessas não cumpridas e da distância de sua casa para o local de treinamento.
- Joguei três anos na base do Corinthians e era muito longe da minha casa. Não tinha a opção de ficar alojado naquela época. Precisava pegar três conduções e eu ainda estudava, tudo era muito corrido. Além disso, o meu pai sempre cobrou um trabalho especial porque eu era muito fraquinho fisicamente, muito pequeno. Eles sempre prometiam e nunca cumpriam. E o São Paulo me ofereceu tudo isso. Fui conhecer o CT de Cotia e a estrutura era de primeiro mundo. Eles ofereceram alojamento, escola e não pensei duas vezes em ir para lá.
Lucas durante os treinos da sub-20 na Granja
(Foto: Márcio Iannacca / Globoesporte.com)
De família humilde, durante o bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM, Lucas fez questão de ressaltar o esforço dos pais Jorge e Fátima, que sempre o apoiaram para se tornar um atleta profissional. Além deles, o jogador também lembrou com carinho da avó Maria Aparecida, que faleceu em 2006, dois dias depois de seu aniversário de 14 anos.
Para Lucas, esse foi o momento mais difícil de sua carreira. Naquela ocasião, o jogador não pensou em desistir do futebol, mas ficou marcado pela perda.
- Minha avó me criou porque meus pais sempre trabalhavam fora. Mesmo assim nunca faltou nada. Eu e meu irmão (Thiago) sempre tivemos do bom e do melhor. Ela faleceu logo depois que eu cheguei ao São Paulo. Era muito apegado, cresci junto com ela. Mas são coisas da vida e temos que estar preparados. Aposto que ela está orgulhosa e feliz lá em cima - contou o jogador, afirmando que tem um "futebol alegre e objetivo, sempre em busca do gol".
Confira no blog "Meio de campo" a música em homenagem ao meia Lucas
Nos últimos dias, Lucas ganhou uma homenagem de um grupo de sua rua. A música "Lucas, moleque do gol" emocionou o garoto, que revelou ainda não ter decorado a letra.
- Quando eu cheguei em casa, o meu parceiro disse que tinha uma música para mim. Escutei e adorei a música. O meu pai também ficou doidinho. É bacana o pessoal fazer uma música para você. Fiquei até emocionado e coloquei no Twitter para a galera ver. Não decorei ainda, mas um dia eu canto para você - brincou o jogador.
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