A noite foi de festa para a cidade de Sinop, cidade com cerca de 130 mil habitantes. Rogério Ceni, filho adotado da terra mato-grossense, foi homenageado com a inauguração de um memorial seu, repleto de relíquias que pontuaram sua vitoriosa carreira. O ídolo do São Paulo se viu em fotos de momentos marcantes, como a conquista do tri mundial pelo Tricolor, em 2005, em camisas especiais, como a que usou quando jogou vôlei pelo time da cidade, e troféus significativos e marcantes, como o que levantou em 1990, quando comemorou o Campeonato Estadual com a camisa do Sinop.
Com os olhos marejados, o goleiro abriu o memorial acompanhado do pai, Eurides, dos irmãos, e de um povo louco para ver o ídolo de perto. Ceni parecia uma criança ao ver o resultado de sua história contada através de peças importantes.
- Trouxe troféus, placas e objetos que marcaram a minha carreira. Até a camisa com a qual joguei vôlei antes mesmo de ir para o futebol e achei em casa outro dia, é única. Espero sempre trazer algo novo, de muito valor, a cada ano. É uma das maiores emoções da minha vida. Pra mim foi um presente de Natal e é maravilhoso poder compartilhar com as pessoas daqui. É um orgulho grande, fica marcado, meu primeiro memorial, recheado de coisas que guardei com muito carinho – disse o capitão são-paulino, cercado de fãs e imprensa.
Mesmo distante a maior parte do ano, Ceni volta a Sinop pelo menos uma vez por ano, durante as férias. Ele nasceu em Pato Branco, no Paraná, mas chegou ao pequeno município aos 12 anos, quando sua família mudou para a cidade mato-grossense. Este ano, o ídolo presenteou o clube que iniciou a carreira com material esportivo para ajudar as categorias de base. E espera fazer ainda mais pelo time.
- É algo natural, venho pra cá todos os anos, e o melhor que posso fazer é levar o nome da cidade para longe. Trouxe material para ajudar as categorias de base e tentar ajudar a achar novos talentos para, quem sabe, o time possa voltar ao grande cenário, como foi em 90, na Copa do Brasil, quando enfrentou o São Paulo – acrescentou o goleiro.
Após a inauguração do memorial, Ceni vestiu o uniforme e foi para o campo do estádio Gigante do Norte, do Sinop, onde deu os primeiros chutes. O camisa 1 são-paulino jogou uma partida beneficente ao lado de ex-companheiros da época do título de 1990. Jean Chera, promessa da base do Santos de apenas 15 anos, também foi uma das atrações da festa. O goleiro, claro, não perdeu tempo e foi jogar na linha. Nada de ir pro gol.
- Tá doido? Vou é tentar fazer os gols, isso sim – brincou o goleiro, que ainda levantou a torcida ao cobrar uma falta que atingiu caprichosamente a trave. Depois ele compensou: em outra cobrança de falta, também atingiu a trave, mas a redonda desta vez balançou a rede na sequência. Jean Chera também deixou o seu, de pênalti. A festa estava completa.
Mesmo com todo o clima de festa, Ceni ressaltou a importância de o jogo ter arrecadado alimentos para a população carente da cidade.
- O mais importante é que as pessoas venham aqui e ajudem a quem precisa. É um gol de solidariedade.
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