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O preço da Libertadores

Já disse aqui que o futebol nunca conseguirá ter um ranking, porque na cabeça de alguns torcedores e cronistas, um título vale mais que qualquer outro resultado. É ridículo, mas é fato. Atletas e profissionais do esporte não pensam desta forma. Pergunte ao Cesar Sampaio qual o momento mais importante da sua carreira: as finais do Mundial de Clubes e Copa do Mundo, ou o título paulista?

Talvez seja por isso que muitos tenham dificuldade em entender o ranking dos outros esportes. Não sabem que ganhar um título de Future não é mais importante que ser vice-campeão de Challenger, ou participar de um ATP, Masters e Grand Slam. Aliás, o maior resultado na carreira do Meligeni foi justamente uma semifinal em Roland Garros. Valeu mais que qualquer outro título na sua carreira. Para os leigos, provavelmente foi a medalha do Panamericano. É ridículo, mas é fato.

Neste sentido, seria melhor o Bellucci desistir do Slam e ficar ganhando títulos em Tietê.

É complicado. No Brasil, a imensa maioria da crônica esportiva só acompanha futebol. Somos o país da monocultura esportiva. No hipismo, Rodrigo Pessoa sempre foi considerado um super campeão. Para muitos brasileiros, Rodrigo ficou famoso pelo refugo de seu cavalo Baloubet du Rouet na Olimpíada de Sydney. Poucos sabem que a Copa do Mundo de Hipismo vale muito mais que uma Olimpíada.

Ontem, ouvi um “pérola” fantástica: “O São Paulo não ganha títulos há dois anos. Isso é preocupante”. É ridículo, mas é fato. Nos últimos anos o São Paulo disputou apenas três competições: Paulista, Nacional e Libertadores. Graças aos bons resultados, foi premiado ficando fora da Copa do Brasil e Sul-Americana. Ok, podemos até dizer que o clube está na fila do Paulista, mas ficar dois anos sem Brasileiro e Libertadores é “preocupante”? Então, neste caso, quantos clubes estão em situação “preocupante”? Pelo critério, apenas Flamengo, Fluminense e Internacional não estão em situação “preocupante”. Esta lógica é ridícula.

Título Brasileiro ou Libertadores é muito dificil. Não é obrigação.

Esta mentalidade de corneteiro levou o São Paulo a demitir Muricy. O tricampeão brasileiro era cobrado porque “perdia” a Libertadores. Ora, Libertadores você não perde, você disputa. E quanto mais você disputa, mais você perde. Quantos técnicos brasileiros ganharam a Libertadores? Pois é, neste caso é melhor nem participar. É melhor ficar disputando Série B, Estadual, Copa do Brasil e Sul-Americana. Isso é ridículo. Eu perdi muito menos jogos em Roland Garros que o Meligeni. Claro, nunca joguei em Paris. No meu clube, ganhei mais que o Fino. Ele nunca jogou.

Ontem, no “Esporte em Discussão” perguntei ao Wanderley Nogueira: – “Se o São Paulo conquistar o Paulista em 2011, terá feito uma temporada melhor que 2010, quando foi terceiro na Libertadores?”. Ele disse que sim. Aí, pirei. Neste critério maluco, caso o Goiás conquiste a Sul-Americana terá feito uma temporada melhor que Corinthians e Cruzeiro, mesmo caindo para a Série B. Ridículo.

Pelo visto, é melhor ficar fora da Libertadores.

Discordo. Penso como atletas e técnicos. Quero disputar sempre os títulos mais importantes.

Em 2007, votei em Mano Menezes como melhor técnico da temporada, mesmo Muricy sendo campeão brasileiro. Porque na minha visão, e de qualquer atleta, o vice na Libertadores foi um resultado extremamente importante. Inferior tecnicamente, o time gaúcho bateu o campeão brasileiro São Paulo; o Santos de Luxemburgo e Zé Roberto; e perdeu a final para o Boca Juniors. Isso vale mais que muitos títulos. É muito mais importante que ser campeão gaúcho. É só contar quantas vezes o Grêmio foi campeão gaúcho e quantas vezes chegou na final da Libertadores.

Qual foi a final mais importante na história do Flu: LDU ou Guarani?

Vice-campeão da América é quase, ou até mais importante que campeão brasileiro.

Quantos brasileiros chegaram na final da Libertadores? E quantos foram campeões brasileiros?

Final de Libertadores = 11 brasileiros, desde 1960. Final de Brasileiro = 29 clubes, desde 1971.

Campeão da Libertadores = 8 brasileiros, desde 1960. Campeão brasileiro = 17 clubes, desde 1971.

Mundial = 6 clubes brasileiros, desde 1960.

Descubra qual o resultado mais difícil.

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