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OPINIÃO | São Paulo 4×0 Atlético Mineiro



Nação do Maior do Mundo;

Hoje, no Morumbi, presenciamos um grande jogo de futebol. Gostei bastante da atuação do São Paulo Futebol Clube, sobretudo até os 60 minutos de jogo, isto é, até os 15 minutos da segunda etapa, quando comandamos a partida da forma como queríamos. Antes do início do duelo, Richarlyson foi homenageado pela diretoria e recebeu uma placa de agredecimento pelos serviços prestados ao clube, após cinco anos e meio.

Vamos ao jogo. Carpegiani escalou o Maior do Mundo com a seguinte formação: Rogério Ceni; Jean, Xandão, Renato Silva e Jorge Wagner; Zé Vítor, Carlinhos Paraíba, Ilsinho, Marlos e Lucas; Lucas Gaúcho.

O tempo chuvoso na cidade de São Paulo fez a equipe tricolor adotar a estratégia de arriscar chutes de fora da área, aproveitando-se do fato de a bola, escorregadia, poder trair a confiança do jovem e bom goleiro do Atlético Mineiro, Renan Ribeiro. Antes dos dois minutos, Ilsinho e Marlos já haviam arriscado um chute, cada.

Logo nos primeiros movimentos, notava-se a motivação com a qual os jogadores haviam entrado em campo. A impressão era a de que o Tricolor brigava por algo maior nesta última partida do Brasileirão. Com movimentação, a equipe são-paulina retia a posse de bola para si e comandava as ações.

Carlinhos Paraíba, a aposta do treinador, justificou a confiança do mesmo e garantia uma tranqüilidade para o improvisado Jorge Wagner, na lateral-esquerda, que por gostar de avançar, deixava espaços nas suas costas. É preciso reconhecer a sua (falo sobre Carlinhos) importância nesta reta final de Campeonato, quando assumiu a titularidade, após meses no ostracismo.

Aos 12 minutos, Lucas Gaúcho recebeu uma bela assistência, mas devido estar um pouco pressionado pela marcação, se enrolou com a bola e não pôde concluir em gol, perdendo, desta forma, uma grande oportunidade.

Seguindo a determinação de chutar de fora da área, Zé Vítor foi outro que arriscou, exigindo uma boa defesa do arqueiro Renan. O mesmo fez Jorge Wagner, aos 21 minutos, porém a bola passou a esquerda do gol adversário. A superioridade são-paulina era enorme e era questão de tempo para a inauguração do placar. Ilsinho, jogando como meia direita, estava se apresentando muito bem, diga-se de passagem, pois ele tem a qualidade do drible curto, para limpar a jogada e abrir espaço para um arremate ou passar a bola para um companheiro melhor posicionado. Como lateral-direito, acho muito complicado vê-lo atuar por ali, já que seria desperdiçar seu talento, que deve ser mais explorado, próximo à área rival.

Aos 26 minutos, o Tricolor fez 1 a 0. Após bela jogada de Marlos, que limpou o volante Serginho (que, depois, apelou e o segurou), Ilsinho aproveitou a opção, inteligente, do árbitro, em dar a vantagem no lance, e encheu o pé direito na bola, que foi morrer no fundo do gol do Galo.

Quatro minutos depois, o talentosíssimo Lucas (a grande revelação do Campeonato Brasileiro – é lamentável ver gente escolhendo para concorrer como “revelação” um homem já formado, de 22 anos, por exemplo, como é o caso de um dos três candidatos ao prêmio, na festa da CBF) fez um golaço. Pelo lado esquerdo, no bico da grande área, ele puxou a bola para a perna direita e bateu forte, sem chances para o goleiro Renan. Este rapaz joga o fino da bola. E, dois minutos depois, lá estava ele, auxiliando na marcação e roubando uma bola, para partir em velocidade.

Imediatamente, após o segundo gol tricolor, o técnico Dorival Júnior tirou o fraco lateral-direito Rafael Cruz e pôs o atacante Neto Berola, que quebra o galho na ala-direita.

Mas, para o seu azar, aos 40 minutos, Marlos fez o terceiro, a favor do São Paulo. Na ponta direita, Ilsinho puxou a marcação rumo à linha de fundo, fato que abriu espaço para o Marlos levar a bola para o meio da grande área e arriscar a finalização. O chute, colocado, foi perfeito, indo no cantinho direito e balançando as redes atleticanas.

A velocidade e o drible foram a marca do Maior do Mundo, no primeiro tempo. Qualidades que fizeram a diferença e que deveriam ser prestigiadas pelo treinador no próximo ano, na formação do time titular e do elenco em si. É preciso dar grande importância a jogadores que podem causar esse desequilíbrio. Atletas que tem o dom para superar marcações mais fechadas. Hoje, o Atlético, de certa forma, deu uma facilitada, em função da dupla de zaga ser a reserva e, logo, menos qualificada, mas tal situação não diminui o mérito são-paulino.

O segundo tempo iniciou com mais uma alegria. O ídolo Renato Silva (ironia), tão elogiado por todos nós, aqui, no blog, aproveitou uma cobrança de escanteio, cabeceou a bola, que bateu na trave e superou a linha de gol. Foi o quarto gol e, ao que parecia, a promessa era de uma goleada ainda maior. Se estivéssemos sob a vigência de um outro treinador, temo que, assim que fizéssemos 1 a 0, a equipe se retrairia e se submeteria a passar sufoco, dentro da própria casa. É mérito do Carpegiani o fim dessa filosofia que estava entranhada no clube, haja visto que nem Ricardo Gomes nem Sérgio Baresi conseguiram extirpá-la.

Aos 6 minutos, Jorge Wágner cobrou uma falta, que passou beliscando a trave alvinegra e quase marcou seu gol, na sua despedida. Mas, a partir dos 15 minutos, o jogo ficou equilibrado. O Atlético conseguiu se ajeitar em campo e a trabalhar melhor a bola, buscando chegar ao gol de Rogério Ceni. O São Paulo começava a apresentar um sossego na sua marcação (sobretudo no meio-campo), o que permitiu o adversário começar a gostar do jogo. Nosso técnico notou que precisava mexer na equipe, para não vê-la sofrer um gol e, por isso, aos 27, tirou o centro-avante Lucas Gaúcho (que brigou bastante, mas não viveu uma boa tarde) e pôs o volante Casemiro.

Aí sim, o Tricolor realmente assumiu a proposta do contra-ataque. Marlos, em uma dessas oportunidades, perdeu uma chance claríssima, quase na marca do pênalti, quando chutou a bola por cima do gol – fazendo o mais difícil. Carlinhos Paraíba, que havia corrido muito, deixou o campo, aos 31 minutos, permitindo a entrada do meia Sérgio Motta – uma prova, para muitos, de que ele realmente existe. Porém, se este tocou na bola duas vezes, até o apito final do jogo, foi bastante.

Seis minutos depois, ocorreu uma cena linda, no Morumbi. Jorge Wagner deixou o gramado, para dar vaga ao garoto Diogo. Todos os jogadores tricolores (até mesmo Rogério Ceni deixou a sua meta, para ir abraçá-lo, no meio-campo) foram festejá-lo. A torcida são-paulina, evidentemente, também fez-se ouvir, saudando este jogador, que fez história no Maior do Brasil!

A partida seguiu em banho-maria até o último assopro no apito do árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique.

Grandes vitória e atuação são-paulinas!

Melhores do SPFC: Lucas (joga demais!), Marlos (pelos seus dribles curtos e o belo gol), Ilsinho (boa partida no meio), Jorge Wagner (boa opção na esquerda, fazendo tabelinha interessante com o Lucas), Jean (há várias rodadas, vem atuando bem na lateral), Xandão (seguro na defesa) e Carpegiani (pela boa leitura do jogo e a aposta na garotada – apenas de jogadores formados na base, em Cotia, tínhamos nomes como Jean, Diogo, Casemiro, Zé Vítor, Sérgio Motta e Lucas, ao final dos noventa minutos). Todos os demais jogadores não citados, aliás, também foram bem.

Piores do SPFC: Não houve nada nem ninguém que merecesse destaque negativo.

Parabéns, Tricolor!

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