O canto das arquibancadas há muito ficou pequeno para as organizadas. Ciente da influência nos clubes, elas se organizam também fora dos campos. Membros têm participação direta como dirigentes em pelo menos três dos grandes paulistas.
E, para assegurar o espaço fora deles, as torcidas de Corinthians, Palmeiras e São Paulo e outros 11 clubes reuniram-se em outubro para fundar a Confederação Nacional das Torcidas Organizadas, reconhecida pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) como um “movimento social”, assim como o MST. Entre os objetivos da iniciativa está o de lutar contra dois itens do Estatuto do Torcedor: o que proíbe a organizada que promover tumulto ou invasão de comparecer a eventos por até três anos e outro que a faz responder criminalmente por danos dentro ou fora do estádio.
A reunião foi acompanhada por um observador do Ministério do Esporte e pelo diretor de finanças da CUT-SP, Vágner Freitas. “A torcida organizada, assim como o MST e a CUT, sofre um processo constante de criminalização, pois, entre outras coisas, consegue organizar a massa de torcedores”, diz Freitas em nota divulgada pela entidade.
A influência das organizadas nos clubes avançou sobretudo depois de 2007. Andrés Sanchez assumiu a presidência do Corinthians com o apoio da Gaviões da Fiel. Parte da organizada integra o grupo Corinthianos Obsessivos. De lá saiu Fernando Alba Braghiroli, diretor de futebol amador. Outros foram para a comissão do centenário, inclusive em cargos de direção.
No Palmeiras, filiados às torcidas viraram conselheiros. Um dos grupos de sócios, a Famiglia Palestra, tem entre seus membros Paulo Serdan, presidente da escola de samba Mancha Alviverde. Conhecido pela tatuagem com o escudo do clube na testa, Alberto Francisco de Oliveira Jr., o Alemão, fundador da Sangue Santista, ocupava o cargo de assessor da presidência do Santos até o fim da gestão de Marcelo Teixeira, encerrada em 2009.
Foi no Flamengo, no entanto, que a interferência tornou-se mais evidente. Zico atribuiu sua saída do cargo de diretor-executivo a desavenças com Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo, chefe nos anos 90 da Torcida Jovem e hoje presidente do Conselho Fiscal.
Apenas o São Paulo se mantém longe da influência das torcidas. “É muito caro tornar-se sócio e conselheiro do clube, considerado de elite”, diz o diretorgeral da Independente, Alexandre dos Santos.
As torcidas e os clubes
CORINTHIANS: GAVIÕES DA FIEL
Indicou representantes para a direção da comissão do centenário, o evento mais importante do ano no clube. Grupo em que membros da organizada têm participação direta, o Corinthianos Obsessivos tem entre seus integrantes o hoje diretor de futebol amador corintiano, Fernando Alba Braghiroli. A torcida tem trânsito com o presidente do clube, Andrés Sanchez — que também é sócio da Gaviões e fundador da Pavilhão 9.
PALMEIRAS: MANCHA ALVIVERDE
Vai ocupando aos poucos posições entre os conselheiros do clube. O presidente da escola de samba, Paulo Serdan, integra a ala Famiglia Palestra, que reúne conselheiros mais antigos e membros da organizada. Atuou na eleição de Luiz Gonzaga Belluzzo para a presidência em 2009, mas deve apoiar a oposição nas eleições marcadas para janeiro do ano que vem no clube.
SANTOS: SANGUE SANTISTA
Fundador da organizada, Alberto Francisco de Oliveira Jr. foi por anos um dos braços direitos do ex-presidente Marcelo Teixeira, que deixou o posto máximo santista no ano passado. Era vendedor de cachorro quente na Vila e depois ocupou por quase dez anos vários cargos — desde a direção cultural do clube até o de assessor especial da presidência. Deixou a posição com a entrada de Luís Álvaro de Oliveira na presidência do clube.
SÃO PAULO: ORGANIZADAS FORA
As torcidas até têm certa influência no clube — no ano passado, o Jornal PLACAR revelou um encontro de parte delas com Ricardo Gomes, na apresentação do ex-comandante tricolor. Para participar diretamente da vida do clube, os torcedores teriam que virar sócios, mas as organizadas mantêm-se longe por causa do preço elevado. Na estimativa da Independente, a maior torcida, apenas 15 sócios participam também da organizada.
E, para assegurar o espaço fora deles, as torcidas de Corinthians, Palmeiras e São Paulo e outros 11 clubes reuniram-se em outubro para fundar a Confederação Nacional das Torcidas Organizadas, reconhecida pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) como um “movimento social”, assim como o MST. Entre os objetivos da iniciativa está o de lutar contra dois itens do Estatuto do Torcedor: o que proíbe a organizada que promover tumulto ou invasão de comparecer a eventos por até três anos e outro que a faz responder criminalmente por danos dentro ou fora do estádio.
A reunião foi acompanhada por um observador do Ministério do Esporte e pelo diretor de finanças da CUT-SP, Vágner Freitas. “A torcida organizada, assim como o MST e a CUT, sofre um processo constante de criminalização, pois, entre outras coisas, consegue organizar a massa de torcedores”, diz Freitas em nota divulgada pela entidade.
A influência das organizadas nos clubes avançou sobretudo depois de 2007. Andrés Sanchez assumiu a presidência do Corinthians com o apoio da Gaviões da Fiel. Parte da organizada integra o grupo Corinthianos Obsessivos. De lá saiu Fernando Alba Braghiroli, diretor de futebol amador. Outros foram para a comissão do centenário, inclusive em cargos de direção.
No Palmeiras, filiados às torcidas viraram conselheiros. Um dos grupos de sócios, a Famiglia Palestra, tem entre seus membros Paulo Serdan, presidente da escola de samba Mancha Alviverde. Conhecido pela tatuagem com o escudo do clube na testa, Alberto Francisco de Oliveira Jr., o Alemão, fundador da Sangue Santista, ocupava o cargo de assessor da presidência do Santos até o fim da gestão de Marcelo Teixeira, encerrada em 2009.
Foi no Flamengo, no entanto, que a interferência tornou-se mais evidente. Zico atribuiu sua saída do cargo de diretor-executivo a desavenças com Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo, chefe nos anos 90 da Torcida Jovem e hoje presidente do Conselho Fiscal.
Apenas o São Paulo se mantém longe da influência das torcidas. “É muito caro tornar-se sócio e conselheiro do clube, considerado de elite”, diz o diretorgeral da Independente, Alexandre dos Santos.
As torcidas e os clubes
CORINTHIANS: GAVIÕES DA FIEL
Indicou representantes para a direção da comissão do centenário, o evento mais importante do ano no clube. Grupo em que membros da organizada têm participação direta, o Corinthianos Obsessivos tem entre seus integrantes o hoje diretor de futebol amador corintiano, Fernando Alba Braghiroli. A torcida tem trânsito com o presidente do clube, Andrés Sanchez — que também é sócio da Gaviões e fundador da Pavilhão 9.
PALMEIRAS: MANCHA ALVIVERDE
Vai ocupando aos poucos posições entre os conselheiros do clube. O presidente da escola de samba, Paulo Serdan, integra a ala Famiglia Palestra, que reúne conselheiros mais antigos e membros da organizada. Atuou na eleição de Luiz Gonzaga Belluzzo para a presidência em 2009, mas deve apoiar a oposição nas eleições marcadas para janeiro do ano que vem no clube.
SANTOS: SANGUE SANTISTA
Fundador da organizada, Alberto Francisco de Oliveira Jr. foi por anos um dos braços direitos do ex-presidente Marcelo Teixeira, que deixou o posto máximo santista no ano passado. Era vendedor de cachorro quente na Vila e depois ocupou por quase dez anos vários cargos — desde a direção cultural do clube até o de assessor especial da presidência. Deixou a posição com a entrada de Luís Álvaro de Oliveira na presidência do clube.
SÃO PAULO: ORGANIZADAS FORA
As torcidas até têm certa influência no clube — no ano passado, o Jornal PLACAR revelou um encontro de parte delas com Ricardo Gomes, na apresentação do ex-comandante tricolor. Para participar diretamente da vida do clube, os torcedores teriam que virar sócios, mas as organizadas mantêm-se longe por causa do preço elevado. Na estimativa da Independente, a maior torcida, apenas 15 sócios participam também da organizada.
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