O São Paulo tem Sérgio Baresi, que monta escalações questionáveis e faz substituições difíceis de entender. Tomou dois gols do Atlético-MG, ontem, no Ipatingão. Mas os são-paulinos também contam com a revelação de Marcelinho, que antes perdia gols, mas ontem fez o primeiro como profissional e criou jogada para outro. O meia consertou erros do treinador e garantiu o 3 a 2, a segunda vitória seguida no Brasileiro. Já está a seis pontos da zona de classificação à Libertadores. "Vinha tentando fazer estes gols, mas acho que acabava errando por excesso de vontade", disse o "herói" da noite.
Sérgio Baresi mostra pouca coerência no comando do São Paulo. Ontem, escalou Renato Silva no lugar do suspenso Xandão. Detalhe: o zagueiro sequer havia ficado no banco de reservas na partida anterior, contra o Atlético-GO (vitória por 2 a 1, no Morumbi). Para completar, deixou Jorge Wagner de fora do time titular depois que o meia fez boa partida diante dos goianos. O discurso de que pretende fazer poucas mudanças no time, neste momento que o São Paulo tenta sair do fim da tabela, cai por terra.
Pelo menos o treinador interino não inventou no ataque são-paulino. Em vez de utilizar o meia Marlos mais adiantado, desta vez Baresi alçou Dagoberto ao time titular. Também pudera. O atacante esbanja vontade depois de que passou a ser alvo de perseguição da diretoria por supostamente ter se doado pouco diante do Internacional, na eliminação da Taça Libertadores. Decidiu a partida contra os goianos, quando jogou só meia hora.
Mas a escalação de Baresi causou duas dificuldades quase fatais para o São Paulo em Ipatinga: pouca posse de bola e fragilidade defensiva. Apesar de ter saído na frente no placar de forma fortuita - Fábio Costa falhou em tirar a bola da área após cobrança de escanteio e deixou-a no pé de Casemiro, aos 10 minutos de jogo -, o Atlético-MG teve mais volume de jogo.
Vanderlei Luxemburgo está em situação difícil, mas ainda entende de futebol. Orientou sua equipe a cair pelos lados do campo, outras carências do São Paulo - Jean, improvisado, e Junior Cesar marcam muito mal. Foi por ali que surgiram as jogadas que resultaram nos dois pênaltis que a equipe mineira teve para virar o jogo ainda no primeiro tempo. Um foi cometido por Miranda, que puxou Obina. Outro, por Casemiro, que derrubou Serginho. Ambos foram bem cobrados pelo atacante atleticano.
Os são-paulinos reclamaram do árbitro, claro. E Baresi fez substituição estranha na segunda etapa. O volante Cléber Santana no lugar do lateral-esquerdo Junior Cesar. Mas em jogo aberto e com defesas frágeis, pouco se pode adivinhar sobre o resultado final. E o São Paulo conseguiu virar a partida. Rapidamente. Em 15 minutos, Marcelinho marcou um gol e fez linda jogada para Fernandão marcar o outro. Alçar o jovem de 20 anos ao time titular é o grande - senão um dos poucos - acerto de Sérgio Baresi no comando do São Paulo. Salvou a pele de seu "descobridor", que o tirou de campo (cansado) para colocar um zagueiro e chamou o Atlético para cima. Sorte que o time mineiro já não assusta mais muitos adversários.
PRIMEIRA VEZ
1 gol
fez Marcelinho contra o Atlético-MG. Foi o primeiro dele pelo time profissional do São Paulo. O nome dele é Lucas Rodrigues Moura da Silva. Foi descoberto em escolinha de Marcelinho Carioca
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